Jornalista formado pela Universidade Católica de Santos e especialista em Gestão Pública Municipal. Edita o site Novo Milênio (www.novomilenio.inf.br).
O Brasil é a sexta maior economia mundial, pretendendo ser a quarta maior até 2030. Ora, mesmo em tempos de Internet, grande parte do comércio implica em transporte físico, com todos os seus custos, que influenciam no preço final das mercadorias, seja na produção ou na distribuição, e provavelmente em ambas. Quanto maior o custo, mais difícil é a comercialização, mesmo no mercado interno – que o digam os industriais que precisam enfrentar a concorrência estrangeira no próprio mercado doméstico.
Num momento em que todos renovam esperanças em um mundo melhor - de forma quase irracional, como se uma nova data no calendário fizesse diferença significativa na forma de agir das pessoas -, num 2012 em que o Brasil precisa se acautelar contra novas "marolinhas", vindas talvez de uma Europa em profunda crise (econômica, cultural e até de identidade), vale acrescentar às esperanças nacionais o desejo que se olhe mais atentamente para o transporte marítimo, principalmente o que é (ou não é) feito em nosso litoral - a chamada cabotagem ou navegação costeira.
Durante palestra em Santos, o vice-almirante Murillo de Moraes Rego Corrêa Barbosa (que em 2005 passou à reserva remunerada, de 2006 a 2010 atuou como diretor da Antaq e agora é diretor-presidente da Aquaport Consultoria Ltda.) falou sobre os desafios e a participação estatal no desenvolvimento da Marinha Mercante Brasileira, começando pelos percentuais de participação do comércio marítimo no total de cargas transportadas em todo o mundo.
Na coluna anterior, comentava como a excessiva locação de navios implica em aumento do Custo Brasil. Navios - ou espaço a bordo - alugados principalmente no transporte de longo curso, mas também na cabotagem. Que ainda continua patinando em números incipientes, quando em 1960, no tempo em que ainda se usava na cabotagem navios com casco de madeira, as fotos os mostravam lotados, com carga até junto às chaminés.
Nas colunas anteriores, comentei os vários aspectos da crescente influência de Dubai e de sua Cidade da Logística nos negócios internacionais. Como esse pequeno lugar sem petróleo e no meio do deserto, até recentemente apenas mais um dos chamados Emirados Árabes Unidos (EAU), conseguiu "torcer" a geografia econômica ao ponto de se tornar um dos grandes centros de negócios do mundo.