Heródoto, o grego alcunhado de "pai da História", documentou que por volta de cinco mil anos atrás Dubai já se destacava no comércio mundial de pérolas. 2.500 anos atrás, os mensageiros de Dario, O Grande, contavam com postos de troca ao longo do caminho de Persépolis a Izmir, obtendo incrível velocidade no encaminhamento das mensagens graças à perfeita logística do serviço. Trezentos anos depois, Dubai seria ponto de passagem da famosa "Rota da Seda".
* Leia "Logística das conexões (1)"
Hoje, com o porto Jebel Ali (sexto maior do mundo), a Zona Livre Jebel Ali (reunindo mais de 6.400 empresas), o aeroporto internacional Al Maktoum (em duplicação, para receber 120 milhões de passageiros/ano, ao mesmo tempo se tornando o maior centro mundial de carga aérea), o Dubai World Central junta o segmento logístico aos de centro de negócios e de complexo de inovação tecnológica, reivindicando o título de Cidade Logística de Dubai. Mais que isso, quer ser também um centro de criação e conexões, tornando-se em breve talvez o centro da logística mundial e um novo "Vale do Silício".
O peso de todos esses investimentos na logística mundial já é medido por novos indicadores estatísticos, divulgados pela Oxford Economics, do Reino Unido. Segundo a instituição, inúmeros países estão tendo benefícios com a integração aérea via Dubai: a Índia obtém uns US$ 612 milhões em benefícios; a China, US$ 1,4 bilhão; o Reino Unido, uns US$ 812 milhões; os EUA, US$ 758 milhões. Até mesmo o Brasil se beneficia com US$ 260 milhões.
Dinheiro atrai dinheiro, e a Cidade Logística de Dubai não é diferente. Que o diga a Kuehne+Nagel, que em 2010 transferiu para lá o seu escritório para o Oriente Médio, antes sediado em Istambul. Ou o Departamento de Desenvolvimento Econômico de Dubai, que em julho percebeu que este centro de negócios, gerando US$ 11,7 bilhões e criando 125 mil empregos locais, representou 14% do PIB do emirado. Ou os atuais 50 milhões de passageiros/ano que por ali passam – 75 milhões previstos para 2015, superando o aeroporto londrino de Heathrow e se tornando o de maior tráfego de passageiros do mundo.
Ou ainda a China, que há seis anos tinha apenas 18 empresas registradas no emirado, e hoje tem mais de 2.000 ali funcionando - sem falar nos 200 mil cidadãos chineses que ali moram (mais que toda a população do emirado em 1975).