Sexta, 17 Mai 2024

Num tempo em que não existiam os modernos computadores eletrônicos, as pessoas faziam planos, estudavam as várias facetas do problema, analisavam as variáveis, procuravam cobrir todas as possibilidades de falha de um projeto, testar a viabilidade em escala menor etc.

* Porto Sem Papel quer reduzir tempo de estadia em 25%
* Porto Sem Papel implantado no Porto de Santos

Na era Windows, os projetistas parecem ter se rendido ao estilo Microsoft: lançam de qualquer jeito os projetos, cheios de remendos e erros. Os clientes são apenas cobaias que pagam para isso, e depois, com os problemas e as reclamações, os projetistas ainda ganham com o lançamento da versão 2.0 prometendo corrigir as milhares de falhas encontradas... e criando outras milhares de falhas para garantir a versão 3.0.

Então, depois de tantos debates, um projeto é implantado no setor portuário, e em vez de vir depurado pelos testes – que certamente foram previstos no orçamento do serviço e devidamente cobrados -, coloca-se o usuário como cobaia, anunciando-se como grande providência a criação de uma central de monitoramento, pomposamente chamada de "sala de situação". Não por acaso terminologia vinda do meio militar, pois o que se enfrenta é uma guerra contra as falhas que deveriam ter sido previstas (mas não foram). Para correr atrás do prejuízo, em vez de preveni-lo.

Arte: Alex Ponciano/A Tribuna de Santos

Como deve funcionar o sistema de informação do Porto Sem Papel

Desburocratizar e eliminar papéis é ótimo, mas não deveria ser novidade, e nem mesmo algo para ser implantado como pacote de medidas. Deveria ser um processo contínuo de aperfeiçoamento, auxiliado pelas novas tecnologias (os computadores modernos estão em evolução diária há 30 anos, junto com as telecomunicações e a Internet). Até mesmo já tivemos um Ministério da Desburocratização, que acabou engolido pela burocracia.

Os gurus da Administração falam tanto em just-in-time, em racionalização e criação de manuais de procedimentos, em aperfeiçoamentos logísticos, sacrificando tudo ao deus Cronos, tempo é dinheiro. Então, por quê não conseguem implantar processos sem traumas e que tenham evolução contínua? Será que é só pela necessidade de embalar tudo em pacotes que possam ser vendidos sequencialmente, em vez de criar culturas permanentes de aperfeiçoamento?


Todo o processo logístico segue as leis do "deus Crono"

Até a Medicina já evoluiu das pílulas para a medicação continuada. Já nos portos... ora, pílulas!

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