Jornalista formado pela Universidade Católica de Santos e especialista em Gestão Pública Municipal. Edita o site Novo Milênio (www.novomilenio.inf.br).
Noticia informalmente (o famoso balão de ensaio que é solto para ver a reação do público...) o Palácio do Planalto que o governo brasileiro prepara um "tour" pelo mundo, para mostrar aos investidores estrangeiros que é viável aplicar recursos em portos, aeroportos, rodovias e ferrovias. No roteiro, capitais europeias, Estados Unidos e Ásia. Como atrativo, o fato de o Brasil sediar nos próximos anos eventos como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
Costuma-se dizer que os tempos atuais são bem mais agitados que os vividos por nossos bisavós. Que antes a vida era pacata, o tempo sobrava, chegava a ser monótono, enquanto hoje o tempo voa, fazemos mil coisas. Será mesmo? Descobri que não. Produzimos muito calor e pouca luz. Mesmo com toda a tecnologia e os avançados equipamentos, fazemos muito menos que nossos antepassados.
Adoro acompanhar o non-sense no dia a dia dos governantes, as palavras criadas no calor das entrevistas e que se tornam imexíveis nos dicionários… A última é invenção da presidente Dilma Roussef, faço questão de registrar para a posteridade, e foi criada no dia 20/12/2012, bem na véspera do fim do mundo definido pelos maias, e pouco antes de acontecer um estranho fenômeno de escurecimento progressivo do céu que, segundo informado nas redes sociais, a Nasa teria descrito como "anoitecer".
Gosto de ver o otimismo do governo. Não vai apenas construir mais um aeroporto, faz a coisa por atacado, logo 800 de uma vez. Para que cada cidade com até 100 mil habitantes tenha um aeroporto. Fico até imaginando Borá/SP, com 805 habitantes (Censo 2010) ou Serra da Saudade/MG, com 810 habitantes. Em duas viagens, um Boeing 747/8 leva todos os habitantes de cada uma dessas cidades para outro lugar, para termos uma ideia.
Depois de questionar onde estão a Logística e o Planejamento, falta perguntar também onde entra a Empresa na sigla EPL, o mais recente assunto do Governo Federal na área de transportes e afins. E a razão dessas perguntas é que não está clara a utilidade de mais estas letrinhas, num universo já tão abarrotado de letras sem significação, feitas mais para disfarçar a sobreposição de funções do que a organização entre elas.