Jornalista formado pela Universidade Católica de Santos e especialista em Gestão Pública Municipal. Edita o site Novo Milênio (www.novomilenio.inf.br).
Dois anos depois de adotada pela 63ª Assembléia Geral das Nações Unidas, continua gerando polêmica e protestos a "Convenção da ONU sobre Contratos para Transporte Internacional de Mercadorias Total ou Parcialmente Marítimo", conhecida como "Regras de Rotterdam". Embora a convenção tenha sido preparada durante 12 anos e contenha atualizações como normas relativas ao transporte de eletrônicos, as críticas são justamente às inovações referentes ao multimodalismo.
É óbvio que nossos portos estão no limite em termos de movimentação de cargas. Eles, e principalmente as estradas e as cidades que os cercam. Mesmo com todos os remendos, é óbvio que não há como ampliar muito mais a movimentação de cargas, no padrão atual. O que fazer? Nossas autoridades não conseguem pensar em nada além de fazer mais do mesmo. Mais estradas, dragagem, terminais, caminhões (e, se o lobby rodoviarista deixar, mais trens também...).
Comentei nesta coluna dias atrás meu inconformismo com as divisões criadas na gestão federal dos transportes. E falei disso também a amigos com amplo trânsito pelos corredores do poder em Brasília. Para mim, num momento em que precisamos pensar de forma macro nos transportes, a política reduz esse pensamento ao modo micro, tratando-os como feudo a ser dividido para acomodar diferentes interesses partidários.
Talvez o leitor tenha informações e conhecimentos que a mim não chegaram. Então, peço que alguém me explique, sem rodeios, sem conversa fiada, de forma bem simples para que eu, ignorante que sou dos altos e insondáveis mistérios de nosso governo, possa entender. Que alguém me diga: afinal, para que serve o nosso glorioso Ministério dos Transportes?
Nas florestas do Vietnã, anos 60 e 70, o poderoso exército estadunidense era continuamente derrotado por pequenos grupos que apareciam do nada, atacavam e desapareciam em seguida. Na mesma época, uma mulher militava em grupos clandestinos, que enfrentavam com táticas parecidas a poderosa ditadura militar nacional.