Domingo, 28 Abril 2024

Adoro acompanhar o non-sense no dia a dia dos governantes, as palavras criadas no calor das entrevistas e que se tornam imexíveis nos dicionários… A última é invenção da presidente Dilma Roussef, faço questão de registrar para a posteridade, e foi criada no dia 20/12/2012, bem na véspera do fim do mundo definido pelos maias, e pouco antes de acontecer um estranho fenômeno de escurecimento progressivo do céu que, segundo informado nas redes sociais, a Nasa teria descrito como "anoitecer".

Pibão, na tese defendida pela autora do neologismo, é um PIB grandão, sendo PIB a sigla de Produto Interno Bruto. Mas, se Pibão é grandão, por que raios ela ainda acrescentou o adjetivo, dizendo que o Brasil terá um "Pibão grandão"? Em sua mania de fazer as coisas por atacado (não esqueci dos 800 aeroportos prometidos), a ilustre Dilmão (ops! Dilma) inventou o neologismo aumentativo pleonástico.

Embora a palavra ainda não tenha passado pelo chá das cinco da Academia Brasileira de Letras, vamos admiti-la por Medida Provisória. O tamanho do Pibão, a presidente já definiu, em foto de Wilson Dias publicada pelo portal Exame e reproduzida abaixo: mais ou menos 115 cm, considerada a distância entre suas mãos. Falta entretanto qualificá-la de forma objetiva, já que o PIB não é medido em centímetros.

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Dilma simula o Pibão durante anúncio de investimentos nos aeroportos

"Pibão grandão" significa um crescimento de estratosféricos 1% no PIB nacional em 2013, como prevêem os economistas, com base no comportamento recente da economia? Ou significa que esta metamorfose ambulante chamada Brasil enfim decolará para o espaço profundo, no disco voador do Raul Seixas, alcançando fabulosos 4% já neste período?

O Congresso será convocado no recesso para debater o tamanho do Pibão? Ou o tema irá para o Judiciário, já acostumado com os "ãos" do partido oficial? Ou será contratada uma con$ultoria e$pecializada para fazer o laudo de avaliação do termo e seu significado?

Depois de resolvida tão premente questão, será bem simples tratar de pormenores tão desimportantes como a forma de o País atingir esta super-meta. Teremos um PAC do Pidão (ops! Pibão)? Ele será contratado por licitação clássica ou em caráter emergencial? Quais estradas e portos serão usados na movimentação das cargas que vão gerar o Pibão?

Papai Noel que estais chegando, dispenso outros presentes, dê-me apenas seu sacão grandão, apenas cheio de paciência… E a todos os leitores, desejo um Felizão Natalzão bem grandão!

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