Domingo, 28 Abril 2024

A pauta de produtos brasileiros destinados à exportação sempre teve itens curiosos, às vezes únicos. Podem ser minerais incomuns, vegetais exóticos, espécies animais para reprodução ou destinadas a análises científicas, ou produtos da biotecnologia, da indústria química etc. Até mesmo bens intangíveis, como certos programas de computador desenvolvidos neste país.

Mas não é desses artigos que trato aqui. Existe outra classe de bens intangíveis e incomuns que o Brasil teima em exportar, mesmo não encontrando mercados e ignorando as regras mais elementares da competição internacional. São os impostos e custos diversos, adicionados ao valor das mercadorias, genericamente denominados de Custo Brasil (têm até nome!).

Impostos são para o mercado interno, não devem ser exportados pelo óbvio motivo de encarecerem o produto ou serviço, tirando-lhe a competitividade na comparação com produtos e serviços similares de outras procedências. Mas este Brasil fabuloso acredita serem suas exportações tão maravilhosas que sempre terão compradores, por mais caras que sejam. E dá-lhe imposto. E dá-lhe falhas gerenciais. E dá-lhe custo logístico. Enfim, dá-lhe Custo Brasil.

Nos portos, não há berços de cais suficientes para atender à demanda das safras. Nas estradas, os problemas estão quase resolvidos, com os buracos se emendando uns aos outros... Falta armazenagem adequada, até para permitir que o produto do campo seja vendido na ocasião (e cotação) mais propícia. Questões trabalhistas (não entrando no seu mérito, mas apontando seu efeito) também prejudicam a fiscalização e o desembaraço das mercadorias. Caos, de tão comum, é palavra que sumiu das manchetes dos jornais.

Com tantas amarras, o todo-poderoso Brasil mal consegue acompanhar os triunfos olímpicos obtidos por países bem mais fracos, na maratona do comércio internacional. No PACpacpac da Logística, empacamos. Ainda não vendemos, apenas somos comprados.

Notem que nem usei ainda o temido termo "apagão logístico". Que só não aconteceu ainda por causa da crise internacional. Só que a crise um dia passa, e o "apagão" fica.

É só mais um aviso, entre tantos que nossas autoridades soberanamente ignoram...

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