Jornalista formado pela Universidade Católica de Santos e especialista em Gestão Pública Municipal. Edita o site Novo Milênio (www.novomilenio.inf.br).
Antes de mudarmos o foco da carga para o meio (ou os meios) de transporte, nesta série, um último comentário, agora sobre o tempo decorrido na movimentação da mercadoria, desde que sai da origem, até seu destino, as mãos do cliente.
Creio que não serão estranhos ao leitor aqueles desafios à paciência e ao raciocínio, em que a meta é atravessar um rio com três grupos de pessoas e/ou animais, que não podem ficar juntos na travessia nem ser deixados juntos numa das margens sem a assistência ou o controle do barqueiro. Então, é um tal de ir e vir pelo rio até que a operação seja completada. Bem, não deixam de ser questões de logística, às vezes bem simples em comparação com alguns dos grandes desafios enfrentados pelos profissionais do setor.
Bem, o leitor atento já tomou todos os cuidados com o preparo da carga, e está prestes a fechar a porta do contêiner, para que este inicie sua longa viagem até as instalações de seu cliente. Já foi comentado que, durante a viagem, as mudanças de temperatura podem ser significativas, provocando danos à carga, pelo efeito de condensação. Mas é preciso considerar ainda outros fatores, entre eles o fato de que a carga pode inchar com o calor, forçando as embalagens e até as paredes do contêiner, se não tiver sido previsto esse aumento de volume.
Pode-se dizer, de certa forma, que o planejamento logístico do transporte começa na embalagem da carga. Que pode nem existir, se esta viajar a granel. Mas cabe, ainda assim, perguntar se esta é a melhor alternativa de transporte.
Um carregamento de café solúvel deixou a sede da indústria Cacique, com destino à então União Soviética. O caminho mais lógico seria seguir direto para o porto de Paranaguá, já que a indústria estava localizada no Norte do Paraná, e na linha reta até o Atlântico o porto de embarque seria mesmo o Parnanguara.