Terça, 30 Abril 2024

Errata: A série de artigos sobre os "Novos paradigmas da economia mundial" teve um de seus textos não publicados, por isso, para que o leitor não perca a linha de raciocínio, basta que clique aqui.

 

Após citarmos tantos problemas enfrentados pelos nossos irmãos econômicos americanos do Norte, falta apenas ver que caminhos poderemos trilhar para que não nos aconteça o mesmo.

 

Um deles, dissemos, seria formar uma cesta de moedas, talvez com participação majoritária do euro. Mas, comentam os exportadores, é tão difícil trabalhar com o euro!... O sistema financeiro do Brasil só entende a linguagem do dólar, e não tem prática, nem instrumentos burocráticos, para operar bem com outras moedas.

 

Pois é hora de ter. Os empresários precisam negociar com o Governo e pressionar o sistema financeiro para que crie os mecanismos necessários a permitir o trânsito adequado de outras moedas fortes. É preciso sair da inércia e da letargia cambial de várias décadas, da mesma forma como em certo momento deixamos de ser uma economia de monocultura (ora o açúcar, ora o café, quase só o soja) e diversificamos nossa pauta de exportações.

 

O que nos obriga a negociar com europeus fazendo conversões intermediárias, de reais e euros, para dólares estadunidenses? Por quê não pode até acontecer o contrário, se for mais vantajoso em certo momento, que um contrato Brasil-EUA seja firmado em euros? Ou, mais adiante, em iens...?

 

Em toda essa história, vale recordar que um terço do comércio internacional brasileiro passa pelo porto de Santos. Até que ponto empresários e autoridades ligadas a este porto estão investigando as reais necessidades comerciais e logísticas de outros parceiros que não os EUA?

 

Será que as práticas adotadas na operação portuária santista satisfazem padrões europeus, chineses, japoneses? Não deveríamos, através de pormenores no trato com representantes de outros países, demonstrarmos nosso apreço por suas culturas, criarmos laços de simpatia e amizade que os predisponham a negociar mais e mais com nosso país? Quantas pessoas, no ambiente portuário santista, dominam outros idiomas que não o inglês e (talvez) o português e mesmo o portunhol? Conhecemos bem as instalações de portos e retroportos na Europa e no Extremo Oriente, e em outros países com potencialidade para serem nossos parceiros?

 

Com que lugares o porto de Santos tem laços de irmandade? Ao menos foi feito um trabalho de aprofundamento de relações econômicas e intercâmbio de experiências com os mesmos que se tornaram cidades-irmãs de Santos?

 

Que idiomas são usados, além do inglês e do espanhol, na divulgação internacional das facilidades e instalações do complexo portuário santista (que, neste caso, compreende todo o retroporto e atividades correlatas)?

 

Não me batam pela comparação, mas será que, em todo este ambiente portuário, sejam as praticantes da mais antiga profissão do mundo as únicas adaptadas aos novos paradigmas da economia internacional? Afinal, elas conseguem usar a linguagem do amor - em seus múltiplos dialetos - para se comunicar (até via Internet) com seus parceiros na Europa, no Extremo Oriente..., e não me consta que elas recusem receber em euros...
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