Sábado, 28 Dezembro 2024

Proposta em março de 2009, foi rapidamente aprovada – e essa rapidez é bastante significativa – pela Organização Marítima Internacional (OMI) a proposta que designa as águas das costas norte-americanas como Emission Control Area (ECA), área de emissão controlada, o que segundo os especialistas deve promover importantes mudanças nos grandes navios que operam nessas regiões. Eles precisarão desenvolver e empregar rapidamente novas tecnologias de combustível limpo e conter emissões atmosféricas, do que resultará um ar mais limpo para milhões de residentes nas áreas litorâneas principalmente dos Estados Unidos e do Canadá.

Para a administradora dessa EPA, Lisa P. Jackson – entrevistada pelo site MarineLink –, "esta é uma mudança que deve beneficiar milhões de pessoas e colocar em movimento novas inovações para a indústria marítima. Nós estamos satisfeitos pela decisão da OMI de ajudar a manter nosso ar limpo e nossas comunidades saudáveis. O enxofre, emissões particuladas e outros poluentes de grandes navios avançam desde nossos portos até comunidades distantes centenas de milhas terra adentro, prejudicando com isso a saúde, o ambiente e a economia. Limpar nossas costas navegáveis deve trazer um grande incremento às comunidades norte-americanas".

De acordo com a notícia recém-divulgada, os grandes navios comerciais que visitam os portos da América do Norte, como os petroleiros, porta-conteineres e outros, usam comumente óleo pesado (fuel oil, o combustível de menor custo resultante do craqueamento do petróleo), contendo alta percentagem de enxofre, e por isso emitindo grande quantidade de material particulado e óxido de nitrogênio, que podem viajar centenas de milhas terra adentro, causando graves problemas respiratórios em crianças e adultos.

Tais navios, muitas vezes viajando sob bandeiras de conveniência, promovem mais de 57 mil escalas em mais de 100 portos dos Estados Unidos a cada ano. Mais de 30 desses portos estão em áreas metropolitanas que não conseguem se adaptar aos padrões federais de qualidade do ar. No total, perto de 127 milhões de pessoas vivem regularmente em áreas afetadas por esse problema.

Com as novas regulamentações e padrões, será necessário reduzir o conteúdo do enxofre no combustível em 98%, reduzir o material particulado em 85% e as emissões de óxido de nitrogênio em 80%. Os prazos para adaptação aos novos padrões são, respectivamente 2012, 2015 e 2016. Especialistas estimam que, obedecidos tais prazos, cerca de cinco milhões de pessoas devem sentir melhorias importantes nos problemas respiratórios em 2020, e cerca de 14 mil vidas sejam salvas por ano.

Vale recordar, além do efeito cascata – pois tais medidas não tardarão a ser adotadas em outras regiões desenvolvidas, como a Europa -, seus efeitos também serão sentidos automaticamente na outra ponta das rotas marítimas, onde escalam esses navios. A não ser que os armadores queiram adaptar tecnologias flex (como as dos automóveis brasileiros), trabalhando com um combustível mais fino nas zonas ECA  (talvez o diesel, já usado nos motores de manobras nos portos) e o fuel oil tradicional nos lugares em que as normas internacionais forem mais brandas...

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