Sábado, 28 Dezembro 2024

Você sabia que se pode navegar por todo o Mercosul, sem sair de casa? Lógico que sim. Não se diz que o internauta navega na Internet? Então, vamos lá. Coloque a palavra no serviço de buscas Google. Em um quarto de segundo, 2,5 milhões de páginas encontradas. Chama a atenção o endereço Mercosul.org, que deveria ser de uma organização diretamente ligada a esse bloco econômico. Não, é uma página com copyright de uma certa MDNH, Inc. Falta saber que direitos autorais são protegidos, já que a página tem duas colunas de anúncios em texto, a da esquerda com vínculos para uma série de empresas, principalmente vendedoras de passagens aéreas, cartões de crédito e até carros usados. Na coluna da direita, de "pesquisas relacionadas", a primeira opção é "Venda de cavalos", logo seguida de "Venda de carros usados" e "Preço passagem Cuba".

* Mercosul enfrenta "crise existencial”, avalia exportador 
* “Brasil é um sócio comercial estratégico”, diz membro do ProChile 

Bela metáfora para uma união aduaneira que, segundo a primeira citação do sistema de buscas, a Wikipedia, foi formado pelo Tratado de Assunção, em 26/3/1991) e pelo Protocolo de Ouro Preto (17/12/1994), agrupando Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, e que ainda não admitiu a Venezuela (pleito iniciado em 2006), mas desde 7 de abril de 2010 é integrado também por Israel!

Em duas décadas, não se pode dizer que a existência desse mercado comum tenha levado a resultados auspiciosos. Em termos de integração, a julgar por certas posições argentinas, por exemplo, talvez tenha até havido um retrocesso. Em termos de comércio com outros países, o Mercosul chega a ser um empecilho, pois se o Brasil quiser estabelecer acordos com outros países, fica amarrado à aprovação desses acordos pelos companheiros de bloco e à extensão a eles das mesmas vantagens obtidas.

Na burocrática página oficial da secretaria do Mercosul (encontrada também naquela navegação pela Internet), não há nenhum convite para que alguém inicie negociações com o bloco. Pelo contrário, um dos destaques é "Solução de Controvérsias".

Enquanto a MDNH, Inc. vende cavalos, carros e o domínio Mercosul.org, o Mercosul não se "vende" como destino para negócios e empreendimentos. Nem soluciona as grandes controvérsias. Ainda assim, eu ficaria de olho num certo Focem. Até 2016, serão US$ 1 bilhão para investimentos. Está lá no site oficial.

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