Mestre em Sociologia pela USP (2007), com ênfase em sociologia do trabalho, e bacharel em Ciências Sociais pela Unesp (2001). Atualmente, é docente e pesquisadora da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.
Na última semana, estive no XIV Congresso Brasileiro de Sociologia, organizado pela Sociedade Brasileira de Sociologia e realizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na capital do estado. Os congressos são excelentes lugares para acompanharmos a produção científica das áreas, mas, sobretudo, para saber os temas que, no caso da sociologia, a sociedade coloca como urgentes.
Em meus estudos desenvolvidos no curso de doutorado, tenho tido a oportunidade de ler autores clássicos das Ciências Sociais, assim como autores contemporâneos, cujas obras deixaram grande contribuições para a discussão de temas clássicos da sociedade. Um deles, que muito me interessa e cujo debate já foi realizado nesta coluna, é o conceito de classe social. Este é um conceito central para compreendermos a atual estrutura social da maior parte das sociedades em todo mundo.
Nas semanas que se passaram esta coluna deteve-se na discussão sobre a qualificação do trabalhador portuário. O foco foi a necessidade apresentada pelas empresas do setor portuário de trabalhadores que tenham qualificação superior as apresentadas pelos atuais e como o conhecimento adquirido por estes trabalhadores tem sido colocado de lado em detrimento da qualificação advinda do processo de escolarização.
Na última semana, o jornal Valor Econômico publicou matéria sobre a relação escolaridade–qualificação no Porto de Santos (Escolaridade baixa ameaça emprego de portuários, de José Rodrigues). Interessante, visto que semana passada esta coluna preocupou-se com tal questão, mostrando que as duas podem andar juntas, mas que nem tudo a alta escolaridade pode resolver.
Segunda pela manhã (18/05), ao abrir o Estadão me deparei com uma matéria intitulada “SP terá 8,6 mil vagas de curso técnico em salas ociosas da rede”. Ao ler a matéria fiquei feliz com a iniciativa do Governo do Estado de São Paulo, que se realmente funcionar poderá dar qualificação a milhares de jovens que hoje vêem a universidade como única perspectiva de conseguir uma posição no mercado de trabalho.