Quinta, 26 Dezembro 2024

Alessandro Atanes

Jornalista e mestre em História Social pela Universidade de São Paulo (USP). Servidor público de Cubatão, atua na assessoria de imprensa da prefeitura do município.

O fim do mundo é nossa última utopiaÉ mais fácil imaginar o fim do mundo que o fim do capitalismoPepe Rojo

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No decorrer do processo de mudança política, os cargos rendosos e decisórios – antigos e novos – passaram rapidamente para as mãos desses grupos de recém-chegados à distinção social, premiados com as ondas sucessivas e fartas de “nomeações”, “indenizações”, “concessões”, “garantias”, “subvenções”, “favores”, “privilégios” e “proteções” do novo governo.

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Nas páginas finais de seu diário, o médico louco protagonista do romance “Diário de um Médico Louco”, de Edson Amâncio, passa a ouvir uma voz que lhe sugere se suicidar em uma banheira de ácido prússico. No mesmo dia, após um passeio de quatro horas pela praia em que descobre a natureza de Deus, a voz volta com carga total à mente do médico louco, a lhe dizer coisas como “Você vai liquidar com todos, um por um vão cair a seus pés”, ou “Seu pensamento é o melhor, sua teoria está perfeita” e ainda outros dois: “O Deus do Mundo é um embuste” e “O seu é o único verdadeiro” (leia mais sobre o livro, lançado há algumas semanas na Pinacoteca Benedito Calixto, no site da editora LetraSelvagem).

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"Os políticos podem dar o balanço do número de mortos, do número de cassados, refugiados, banidos, mas quem dará o balanço dos projetos humanos que se frustraram, dos abraços que se negaram, dos beijos paralisados, tudo por medo? Quem dará o balanço do medo que nós tivemos?"Fernando Gabeira, em epígrafe ao livro “Raul Soares: um navio tatuado em nós”, de Lídia Maria de Melo

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A série de matérias que o jornal Diário do Litoral, de São Paulo, vem publicando desde domingo, dia 21, sobre o navio-presídio Raul Soares (que esteve ancorado no Porto de Santos entre abril e outubro de 1964, após o golpe militar) vem acrescentar mais alguns relatos à série de textos que existem sobre o tema. É o do médico alemão Thomas Maack, que hoje mora em Nova York, que vivia no Brasil na ocasião do golpe e acabou sendo também levado para o navio acusado de subversão.

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