Jornalista formado pela Universidade Católica de Santos e especialista em Gestão Pública Municipal. Edita o site Novo Milênio (www.novomilenio.inf.br).
Por muitas décadas se disse que era muito pequeno o potencial brasileiro em termos de jazidas petrolíferas. Provavelmente, alguns sabiam que isso não era verdade, mas a história foi assim mantida, em função dos muitos interesses econômicos em jogo, nacionais e estrangeiros.
Muita gente já percebeu, com o passar do tempo, que as crises vão e vêm, ou nunca acabam, ou até são permanentes, variando apenas a agudeza de nossa percepção do momento atravessado. Então, se o mundo não consegue acabar com as crises, momentâneas ou permanentes, o jeito é aprender a viver com elas. Muitas empresas fazem disso o segredo de seu sucesso. Em vez de ficarem se preocupando com crises mundiais e deixando que isso tire a sua tranqüilidade, elas vão à luta, conquistam seus mercados, solidificam seus fundamentos econômicos e simplesmente agem como se as crises não existissem.
Viajando pelo Brasil, encontramos, em muitos estabelecimentos, mesmo nos pontos mais interiores do País, uma plaquinha na parede, com o dístico: "Não fale em crise... trabalhe!". Serve ela para lembrar que o mundo vive em crise desde que surgiu, varia apenas o grau da percepção do problema e de como a crise nos afeta. Atribui-se ao ex-presidente estadunidense John F. Kennedy a observação de que o ideograma chinês para a palavra crise é composto de dois outros, um significando perigo e outro significando oportunidade.
"Mas ba, tchê!" – A expressão típica dos gaúchos, os habitantes do estado brasileiro do Rio Grande do Sul, significando mais ou menos "Não é importante!", reflete bem o ânimo de um grupo de empresários daquela região, em relação à grande crise econômica mundial. Eles pensam a longo prazo, e de seus cenários consta a instalação de um pólo de construção naval na cidade portuária de Rio Grande, quase na fronteira com o Uruguai e bem no centro do Mercado Comum do Sul (Mercosul), que abrange também a quase vizinha Argentina e outros países. Os ambiciosos planos de expansão, anunciados poucos dias atrás, permitirão até 2012 empregar mais 20 mil trabalhadores.
Um dos primeiros grandes empreendedores brasileiros no setor de Transportes, Irineu Evangelista de Souza, o barão de Mauá, tinha grandes planos. Um deles, interligar a malha ferroviária de todo o País. Ou melhor, naqueles tempos pioneiros: construir uma malha ferroviária que interligasse as diferentes regiões do Brasil, do extremo Norte ao extremo Sul, bem como de Leste a Centro-Oeste ou de Nordeste a Sudoeste.