Jornalista e mestre em História Social pela Universidade de São Paulo (USP). Servidor público de Cubatão, atua na assessoria de imprensa da prefeitura do município.
Três poetas e uma puta cruzam os desertos de Sonora. A bordo de um Impala a 150 km/h pelas estradas do norte do México desde a capital do país, eles fogem do cafetão de Lupe. Essa é a história da terceira parte de Os detetives selvagens, romance de Roberto Bolaño de 1999 eleito em 2006 o livro chileno mais importante dos últimos 25 anos.
O bairro portuário do Macuco é cenário privilegiado de muitos dos livros de História ou de ficção vasculhados aqui pelo Porto Literário. O Macuco é o território dos estivadores do romance Navios Iluminados, está no percurso do bonde 19 nas histórias de Plínio Marcos e Alberto Leal; é o bairro da cultura portuária que, como mostrou o historiador Rodrigo Rodrigues Tavares, substitui os bairros de cultura nacional, Campo Grande, São Bento, ligados a espanhóis e portugueses; é o grande espaço da cidade a ser ocupado, como nos filmes de velho oeste, nas memórias de Nelson Salasar Marques.
A ligação estratégica entre o Porto de Santos e o centro econômico em São Paulo é uma das formas aplicadas pelas ciências sociais para demonstrar o desenvolvimento destas duas cidades.
Há duas semanas, escrevi sobre a epígrafe que o escritor Milton Hatoum escolheu para seu mais recente livro, a novela Órfãos do Eldorado. A epígrafe era o poema A cidade, de 1910, escrito pelo grego Konstantinos Kaváfis. Na segunda parte da peça literária sobre uma partida frustrada, lemos o seguinte:
Neste início de abril, a coluna Porto Literário completa três anos. São mais de 120 textos semanais, a maior parte sobre obras literárias que tratam do porto de Santos, com um olhar para a história da cidade através das lentes da ficção. Os três anos do espaço coincidem com os três anos de mestrado, completados nesta segunda-feira, dia 7, com a defesa de minha dissertação em História Social sobre o romance Navios Iluminados, livro dos mais freqüentados pelo Porto Literário.