Terça, 16 Dezembro 2025
O Estado de Goiás está atraindo novas usinas para a produção de etanol. Atualmente são cerca de 12 projetos em andamento. Os empresários são atraídos pelas terras boas, planas, baratas e pelas alternativas de escoamento da produção.

O maior grupo produtor de açúcar e álcool do País, a Cosan, decidiu construir três usinas em Goiás, para expandir fora das terras paulistanas.

Além da Cosan, estão instalando unidades em Jataí a usina alagoana Cansanção do Sinimbu e a Elcana, empresa criada para realizar investimentos da Aloés Indústria e Comércio no segmento sucroalcooleiro. Atualmente, a carioca Aloés atua na fabricação de fraldas descartáveis. Uma quarta usina, que ainda não obteve a concessão de benefícios fiscais do governo estadual, deve ser construída pelo ex-ministro da Agricultura Antonio Cabrera, em uma fazenda de sua família.

A primeira usina da Cosan já tem lugar definido, o município de Jataí. As outras duas também deverão se situar na região de Rio Verde.

Um ponto forte de Goiás está na logística de escoamento do etanol. O estado vai receber o alcoolduto que a Petrobras construirá até o Porto de São Sebastião (SP), que vai viabilizar a exportação do produto goiano a baixo custo.

Além disso, uma alternativa considerada pela Cosan é o escoamento por meio hidroviário. Pelo porto fluvial goiano de São Simão é possível acessar a Hidrovia Tietê-Paraná. Atualmente, a Louis Dreyfus Commodities e a Caramuru Alimentos já utilizam o Porto de São Simão.

“O alcoolduto virá até o município de Senador Canedo, que é longe de Jataí; porém a Cosan afirmou que há grande probabilidade de o duto ser estendido devido ao grande número de usinas sendo construídas por aqui”, afirma o presidente do Sindicato Rural de Jataí, Mozart Carvalho de Assis.

Há duas semanas, representantes da Cosan reuniram-se com o prefeito, os vereadores e entidades de classe de Jataí para esclarecer detalhes do projeto. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Cosan afirmou que não vai comentar a notícia.
Segundo o prefeito de Jataí, Fernando Peres (PR), a Cosan investirá R$ 450 milhões na construção da usina no município. A capacidade industrial chegará a 2,7 milhões de toneladas de cana por safra, o que exigirá uma área plantada de 45 mil hectares de cana. “Temos mais três projetos de usinas em Jataí e consideramos que seja o número suficiente”, afirma Peres.

A preocupação é que a cana não tome espaço das culturas de grãos, diminuindo a atratividade para empresas de aves e suínos como a Perdigão, que consomem milho, soja e sorgo nas rações.

Disputa com os grãos
Amanhã, o prefeito Peres se encontra com o governador de Goiás, Alcides Rodrigues Filho (PP), e entregará um ofício em nome das entidades de Jataí solicitando que o estado não conceda novos incentivos para a instalação de usinas no município, com o objetivo de resguardar a produção de grãos. Os benefícios oferecidos pelo governo goiano não são pequenos.

Segundo Mozart Assis, só a usina da Cosan em Jataí representará uma renúncia de R$ 1,2 bilhão por parte do governo estadual.
O presidente do Sindicato Rural explica que Jataí possui 300 mil hectares de pastagens, a maior parte degradada, que poderiam receber cana sem ocupar os 200 mil hectares de agricultura do município.

“Mas as usinas preferem e conseguem utilizar terras que cultivam milho e soja há trinta anos, onde certamente a produtividade da cana será bem melhor e exigirá menos investimentos”, explica ele.
O município vizinho de Rio Verde, sede de um dos maiores complexos agroindustriais da Perdigão, tomou uma atitude drástica: proibiu por lei que a cana ocupe mais de 10% da área do município.

A medida não é cogitada por Jataí, mas o poder público e a iniciativa privada estão estudando um zoneamento para incentivar a ocupação das pastagens degradadas.
A busca das usinas pelas terras de produção agrícola está relacionada não apenas às condições de tratamento do solo, mas também à declividade, porque dela depende a mecanização da lavoura. “As usinas preferem os chapadões, que são mais planos”, explica Assis. É o caso da própria Cosan, que já definiu a instalação de sua unidade industrial de Jataí na Fazenda Rio Paraíso, próxima ao rio de mesmo nome, que divide o município do vizinho Rio Verde.

Segundo Assis, a segunda unidade do grupo em Goiás deverá ficar em Montividiu, que também se localiza entre Jataí e Rio Verde, a menos de 50 quilômetros da primeira usina.
“A Cosan afirmou que quer construir as três bem próximas para obter ganhos logísticos”, explica o presidente do Sindicato Rural de Jataí.

O prefeito Fernando Peres afirma que é parte da sua política estimular a instalação das usinas próximo das divisas do município, para que a cana venha também das cidades vizinhas. “No caso da Cosan, cerca de 20 mil hectares de cana serão plantados em Rio Verde”, prevê Peres.

Início do plantio
Os representantes da Cosan garantiram às autoridades de Jataí que devem conseguir nos próximos dias a outorga para a utilização da água do Rio Paraíso para a irrigação do viveiro de cana. Já a Sinimbu está entrando este ano no segundo ano da produção de mudas, com o plantio de 800 hectares, e começará o plantio comercial no ano que vem.
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Em 7 de setembro de 1922, o Brasil celebrou o centenário de sua Independência com uma série de eventos e homenagens aos que possibilitaram uma vida própria para o país, colonizado pelos portugueses no distante ano de 1500. Sem dúvida, uma das mais importantes homenagens prestadas no início do século passado foi a inauguração do prédio da Bolsa Oficial de Café, no Centro Histórico de Santos.

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A Transpetro assina na quinta-feira, em evento que terá a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os contratos para a construção de nove navios petroleiros, no valor total de US$ 866 milhões. Os navios (cinco com capacidade de até 120 mil toneladas de porte bruto e quatro para 80 mil toneladas) serão construídos pelo Consórcio Rio Naval, composto pelo grupo MPE e estaleiro Sermetal, que teve aprovado o financiamento para a obra na última reunião do BNDES, na quinta-feira.Para que o financiamento fosse finalmente aprovado, depois de uma série de empecilhos técnicos e financeiros, o consórcio teve de ser reformulado. O grupo Iesa, que compunha o grupo vencedor dos dois lotes de encomendas da Transpetro na época da licitação, deixou o consórcio, por ainda ter dívidas em aberto com o BNDES.Para dar conta da construção, o consórcio vencedor vai ampliar e modernizar sua infra-estrutura, além de absorver tecnologias da coreana Hyundai, que dá suporte técnico ao projeto. O Rio Naval, localizado no antigo Ishikawajima, vai investir de US$ 16 milhões a US$ 20 milhões. O contrato com o Rio Naval é o segundo assinado pela Transpetro dentro do Programa de Renovação da Frota (Pronaf), lançado em 2004.

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O Movimento dos Sem-Terra (MST) decidiu intensificar o ataque às grandes empresas do agronegócio. Especialmente as de capital internacional - também chamadas de transnacionais. Um sinal claro disso foi dado no início do mês de março, quando, em associação com a Via Campesina, o movimento realizou protestos contra essas empresas em vários Estados. Estuda-se agora a possibilidade de dedicar um mês inteiro a novas mobilizações contra elas.Em março, no Rio Grande do Sul e no Espírito Santo, ativistas ligadas ao MST e à Via Campesina ocuparam terras de reflorestamento de três empresas do setor de celulose - Aracruz, Votorantim e Stora Enso; no Paraná, fizeram protestos diante da Nortox, fabricante de herbicidas; em São Paulo, invadiram áreas da Usina Cevasa, produtora de álcool, que teve parte de seu capital vendido há pouco para a Cargill, gigante mundial do agronegócio, e, no Ceará, interditaram a chamada rodovia do agronegócio, usada por exportadoras de frutas.Essa inflexão do MST deve ser acentuada daqui para a frente, em decorrência dos problemas que, segundo seus líderes, são causados pelas transnacionais. Entre outras coisas, estariam impondo um modelo de monocultura ao País, com ênfase em produtos para exportação; promovendo novo processo de concentração de terras, com riscos para a agricultura familiar; causando desemprego e agredindo o meio ambiente, devido ao desmatamento e ao uso intensivo de agrotóxicos. Também são acusadas de controlar a produção de insumos ao redor do mundo e impor preços aos produtos agrícolas.A mudança do MST é impulsionada por dois fatores: seus vínculos cada vez mais estreitos com a Via Campesina e a necessidade de mostrar suas contradições com o governo Lula, que, no segundo mandato, estaria se mostrando mais conservador e mais próximo do agronegócio do que no primeiro.A organização internacional Via Campesina está na base de um esforço que vem sendo articulado ao redor do mundo contra as transnacionais, tentando reunir movimentos de sem-terra, pequenos agricultores e ambientalistas. Segundo Soraia Soriano, que faz parte da coordenação nacional do MST e representa a Via no Brasil, trata-se de uma tentativa de globalizar a oposição a empresas globalizadas: “É natural que isso ocorra, uma vez que as mesmas empresas estão presentes em diferentes partes do mundo.”O que unifica os diferentes movimentos, ainda de acordo com suas explicações, é a defesa dos recursos naturais e do conceito de soberania alimentar. “No Brasil, a soja, a cana-de-açúcar e os eucaliptos do reflorestamento estão ocupando cada vez mais espaço, empurrando a pecuária para as regiões de floresta. No Rio Grande do Sul, está sendo implantado um projeto que prevê um aumento de 100 mil hectares na área de plantio de eucalipto, para a produção de celulose. Não é só a luta pela terra. Trata-se de ameaça à soberania alimentar.”ALVOSEm fevereiro, a Via reuniu cerca de 600 representantes de movimentos rurais de diferentes partes do mundo, entre eles o MST, na pequena cidade africana de Sélingué, no Máli. Eles discutiram soberania alimentar durante cinco dias e concluíram que devem reforçar a luta contra “o imperialismo, o neoliberalismo, o neocolonialismo e o patriarcado, e todo sistema que empobrece a vida, os recursos, os ecossistemas e os agentes que os promovem, como as instituições financeiras internacionais, a Organizações Mundial do Comércio, os acordos de livre-comércio, as corporações transnacionais e os governos que prejudicam a seus povos”.Entre as corporações mais citadas no encontro estavam a Monsanto e a Syngenta, que estão na ponta das pesquisas, produção e comercialização de sementes transgênicas. No Brasil, elas têm sido sistematicamente criticadas pelo MST.Em relação a Lula, o MST vive uma contradição: tem mais liberdade para atuar do que em governos anteriores, conta com mais recursos e até influência no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), mas está convencido de que o presidente se rendeu ao agronegócio. Para seus líderes, ouvi-lo dizer que os usineiros “estão virando heróis nacionais e mundiais porque todo mundo está de olho no álcool” foi traição. Devem responder com mais ataques ao agronegócio.

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Fatores como a ausência de idade mínima para a concessão de aposentadorias por tempo de contribuição, limites de idade para viúvas ou comprovação de dependência financeira para ter direito a pensões por morte fazem do sistema de Previdência Social do Brasil um dos mais “generosos” do mundo. É o que mostra estudo que compara as regras para aposentadorias e pensões em 20 países feito pelo economista Paulo Tafner, coordenador de Estudos de Previdência do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea). O trabalho será levado à terceira reunião do Fórum Nacional de Previdência Social amanhã, que terá como foco o panorama dos modelos previdenciários no mundo. A reunião também vai marcar a estréia do novo ministro da Previdência, Luiz Marinho, na condução do Fórum. Ele substituiu Nelson Machado e, durante sua posse, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva frisou que o novo ministro terá a missão de “salvar” a Previdência, mas sem impor perdas aos atuais trabalhadores.O estudo pondera que a definição de “generoso” se coloca no contexto de que, num sistema de previdência, os benefícios não devem, em média, superar a renda das pessoas que ainda trabalham. “E se tomarmos a experiência internacional - muito mais antiga e consolidada do que a nossa - como referência, então certamente chegaremos à conclusão de que nosso sistema é por demais generoso”, comenta Tafner. A análise do economista se concentra nas aposentadorias e pensões que, no caso do Brasil, representaram 70% dos R$ 165 bilhões das despesas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no ano passado.Tafner não entra diretamente na questão, mas a leitura do estudo deixa evidente que as atuais regras de concessão de aposentadoria e pensões contribui para o déficit previdenciário, que chegou a R$ 42 bilhões em 2006 e tem previsão de subir para R$ 47 bilhões este ano. Em relação às pensões, a maior parte dos países da amostra considera, de forma isolada ou associada, a idade da viúva(o) e a existência de filhos menores ou dependentes na hora da concessão do benefício. Há países que pagam pensões por um determinado prazo. Na Alemanha, o pagamento de pensão só ultrapassa os dois anos se a pensionista tiver mais de 45 anos, filho menor de 18 anos e não puder trabalhar. Em Portugal, o prazo da pensão são cinco anos, podendo ser ampliado se a viúva tiver filhos menores, mais de 35 anos e não puder trabalhar. No Brasil, o direito à pensão é vitalício. O valor equivale a 100% da aposentadoria do cônjuge falecido ou, se ele ainda estivesse na ativa, ao valor de aposentadoria a que já teria direito a receber quando morreu. A única exigência é que o segurado falecido tenha contribuído por pelo menos 12 meses ao INSS. O ex-ministro da Previdência, José Cechin, diz que não vê motivos para uma pensão integral e vitalícia ser paga em situações em que as mulheres são ainda jovens e com plena capacidade de inserção no mercado de trabalho. “No Brasil, quando se fala em limitar pensões, logo se pensa em desamparar velhinhas de 75 anos e não é isso.”O trabalho de Tafner revela que, dos 20 países listados, nove fazem restrições à idade da viúva. A Alemanha reduz o valor a 25% se a pensionista tiver menos de 45 anos e a Bélgica exige da pensionista idade de pelo menos 45 anos e a França, 52 anos. Ter filhos dependentes é crucial para elevar o valor da pensão em países como Espanha, Finlândia e Estados Unidos. IDADE MÍNIMAO Brasil e a Itália são os únicos países examinados no estudo que não exigem idade mínima para aposentadorias por tempo de contribuição. A Itália já está na fase de transição para, a partir da próxima década, exigir 57 anos de idade mínima tanto de homens quanto de mulheres. O país fez uma reforma de regras previdenciárias em 1995.Bélgica, Alemanha, França e Canadá exigem pelo menos 60 anos de idade e sem diferença por sexo. Nos EUA, a idade mínima é 62 anos, além do tempo de contribuição. A Argentina exige 60 anos dos homens e 55 das mulheres. A Argentina já caminha para elevar gradualmente as idades para 65 e 60 anos, respectivamente.No Brasil, há duas formas de aposentadoria pelo INSS. Homens podem se aposentar comprovando 35 anos de contribuição e mulheres 30 anos, sem exigência de idade. As aposentadorias são acessadas mais facilmente por trabalhadores com carteira assinada e podem ter valores bem mais altos do que o piso de um salário mínimo, limitados ao teto (atualmente de R$ 2,8 mil).Outro caminho é o que exige apenas idade de 65 anos para homens e 60 para mulheres, modalidade mais presente entre as camadas carentes da população. Nesse caso, o benefício equivale a um salário mínimo. Cechin reconhece que em vários dos países analisados as condições de renda são melhores que no Brasil. Apesar disso, acredita que essa realidade não pode impedir novas reformas do modelo brasileiro. “Um dos principais pilares da sustentabilidade de um sistema é a longevidade dos indivíduos”, diz. “Ou seja, quando se fala em previdência, não se deve olhar apenas se o sujeito ganha menos no Brasil que na Suécia, mas se vive tanto aqui quanto lá.”ECONOMIATafner simulou quanto o Brasil poderia deixar de despender com aposentadorias ou pensões se fossem aplicadas algumas exigências existentes em outros países. O pesquisador procurou se deter nas regras menos duras e usou como base as despesas do INSS em 2004. Se fossem adotadas, por exemplo, as condições para pensões por morte como na Finlândia - onde têm direito as viúvas jovens, com até 65 anos, com filhos menores de 18 anos e que tenham ao menos cinco anos de casamento -, o Brasil gastaria somente 13% da atual despesa mensal média. Em fevereiro, o INSS pagou R$ 2,7 bilhões em pensões por morte. Se fosse aplicado o critério de idade mínima para aposentadoria tomando por base parâmetros em torno dos quais o sistema está estruturado na maioria dos países pesquisados - 65 anos (homens) e 60 anos (mulheres), como no Reino Unido e no Chile -, a despesa com aposentadoria no Brasil seria 45% menor, e só 65% dos benefícios atuais seriam mantidos. No estudo, Tafner informa que a Previdência Social no Brasil funciona como um redutor da pobreza, mas ainda está longe de ser o melhor instrumento para isso. “A Previdência chega aos pobres, mas ainda não atinge os mais pobres. E nesse sentido é ineficiente.” Ele afirma que as mais elevadas aposentadorias são recebidas pelos trabalhadores mais escolarizados, que se aposentam por tempo de contribuição e, em geral, mais cedo do que aqueles que se aposentam por idade.

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