Quinta, 08 de mai de 2025

Notícias do dia

Após um longo flerte - sempre desmentido no passado -, a Camargo Corrêa finalmente deve ficar com a Alpargatas da Argentina. A consumação desse “romance” foi comunicada pelo grupo brasileiro à Bolsa de Valores portenha. A Camargo Corrêa, dona da São Paulo Alpargatas, informou à instituição que assinou uma carta de intenções com um grupo de investidores que possui 31,45% das ações da Alpargatas.Caso o negócio seja fechado, a Camargo Correa vai levar uma empresa com 11 fábricas de calçados e têxteis, metade do mercado de denim (tecido usado na fabricação de jeans) e um quarto das vendas de calçados da Argentina. Embora seja importante no país vizinho, a empresa é pequena se comparada à brasileira. Em 2006, sua receita foi de R$ 322,4 milhões, quase cinco vezes menor que a da São Paulo Alpargatas. Segundo o presidente da São Paulo Alpargatas, Márcio Utsch, o acordo ainda depende de uma auditoria nas contas da empresa argentina. “A carta de intenções é o estágio inicial. O processo de auditoria pode levar entre um e dois meses”, diz Utsch. “Se for fechada, será nossa primeira compra no exterior.” A São Paulo Alpargatas tem 22% do capital da espanhola Tavex Algodonera, a maior indústria têxtil do mundo e dona da Santista Têxtil, que já tem fábricas na Argentina.O valor da operação, segundo o executivo brasileiro, só será divulgado após a análise das finanças da companhia. Graças à reestruturação de sua dívida, a Alpargatas Argentina registrou em 2006 um lucro de R$ 130 milhões, cinco vezes mais que no ano anterior. Desde o ano 2000 a Alpargatas é controlada pelos fundos de investimentos Newbridge Latin America, Longbar Argentina LLC, OCM Oportunities Fund LLT e o Columbia HCA Master Retirement Fund. Eses grupos possuem os 31,45% das ações que passariam à Camargo Corrêa. O restante das ações está distribuído entre dezenas de acionistas.As duas empresas foram fundadas pelo mesmo dono, o escocês Robert Fraser. Na década de 30, o controle acionário da brasileira pertenceu ao grupo argentino. Mas em 1982 a Camargo Corrêa comprou a participação dos argentinos e passou a controlar a companhia. A compra da Alpargatas é estratégica dentro do processo atual de internacionalização do grupo brasileiro. Em maio, ele dará um passo importante nesse sentido com a abertura de uma subsidiária nos Estados Unidos, a primeira fora do País. “A operação na Argentina seria o segundo passo nesse sentido”, diz Utsch. A Alpargatas já exporta para 80 países, mas não tem uma estrutura no exterior de vendas e marketing. DOMÍNIO BRASILEIROA Camargo Corrêa já controla desde 2005 a Loma Negra, a histórica fábrica de cimento argentina. O grupo domina 51% do mercado do cimento local. A Alpargatas, símbolo do setor têxtil argentino desde 1883, é mais uma das “jóias da coroa” da indústria argentina que passa para mãos brasileiras. Desde a crise financeira, social e econômica de 2001-2002, empresas argentinas de grande porte passaram para o controle brasileiro. A ponta de lança do desembarque verde-amarelo foi a Petrobrás, que em 2002 comprou a empresa energética Pérez Companc (Pecom), com a qual transformou-se na segunda companhia em vendas de diesel na Argentina, a terceira em gasolina e petróleo e a quarta em gás. Depois, foi a vez da AmBev, que adquiriu a centenária cervejaria Quilmes. Junto com as vendas da Brahma, a AmBev é responsável na Argentina por mais de dois terços da cerveja consumida naquele país. Ela também domina 38% do mercado de refrigerantes.A Belgo-Mineira está presente na Argentina por meio da Acindar, comprada em 2000. A empresa domina o mercado de aço longo usado na construção civil. Até o setor de carne bovina - emblema da economia argentina durante séculos - tem uma considerável marca brasileira por meio da goiana Friboi, que tornou-se a maior exportadora de carnes processadas da Argentina ao comprar o frigorífico Swift, além de outras empresas menores do setor. Atualmente, a Friboi é responsável por 8% do mercado interno argentino e por 25% das exportações.Outra empresa na mira dos capitais brasileiros é a Aços Bragado, que está atraindo o Grupo Gerdau. Segundo fontes do mercado, o grupo brasileiro teria feito uma oferta de US$ 150 milhões pela companhia, especializada em laminados.No total, desde 2002, os investimentos brasileiros na Argentina totalizaram US$ 7 bilhões. A perspectiva dos analistas é que a tendência de investimentos de empresas brasileiras continue de vento em popa por vários anos. Um dos estímulos é o desempenho exuberante da economia da Argentina, que nos últimos quatro anos registrou uma média anual de crescimento do PIB de 9%. Outro fator é o câmbio, que favorece as empresas brasileiras dispostas a ir às compras na Argentina. ORIGEM IDÊNTICA1883: O escocês Robert Fraser funda a Alpargatas na Argentina1890: Fraser abre a Alpargatas no Uruguai1907: É a vez de o empresário escocês inaugurar a Alpargatas no Brasil1930: O controle acionário da Alpargatas no Brasil passa para as mãos dos mesmos donos da Alpargatas Argentina1948: Inicia-se um processo gradual de entrada de capital brasileiro na companhia1982: Grupo Camargo Corrêa assume o controle da Alpargatas. Hoje ele detém 37% das ações da companhia2006: São Paulo Alpargatas assume 22,2% da Tavex, após fusão da Santista Têxtil com a empresa espanhola. A empresa tem fábrica na Argentina 2007: São Paulo Alpargatas assina carta de intenções para adquirir 31,45% do capital da Alpargatas dos fundos Newbridge, Longbar Argentina LLC, OCM Oportunities Fund LLT e Columbia HCA Master Retirement Fund

0
0
0
s2sdefault
powered by social2s
Temos de buscar estratégias que garantam o crescimento contínuo da agricultura sem acumular a “dívida agrícola”
todos os fatores limitantes do crescimento nada mais são do que riscos para os produtores e para o país que estão no ambiente dos negócios no agribusiness. Para fazer a agricultura crescer, precisamos descobrir quais as novas estratégias, quais as mudanças e reformas estruturais para manter o crescimento da agricultura, superando os fatores limitantes apontados no artigo publicado ontem neste jornal. E os outros que enumeraremos a seguir. Para isso, temos de responder às perguntas ligadas às novas estratégias e às mudanças estruturais, que garantam o crescimento contínuo da agricultura, sem acumular “dívida agrícola”. E considerar, sobretudo, qual a perspectiva de a agricultura brasileira crescer sem um projeto de ciência e tecnologia. Não devemos nos refugiar nos sonhos da “fortaleza agrícola Brasil”.

Sobre os fatores limitantes que ainda não comentamos está, por exemplo, o fato de que a redução tarifária feita entre 1989 a 1994 não prosseguiu com novas rodadas de diminuição de proteção na fronteira. Isso prejudica a agricultura porquanto toda vez que se protege um setor, por simetria, se desprotege outro. A proteção tarifária — sobre ser um fator que compromete a competitividade de um setor, no caso o setor industrial — acaba prejudicando setores exportadores competentes, através da transferência dos fatores capital e trabalho, que no caso saem da agricultura e vão para o setor urbano-industrial protegido.
Outro item limitante é a infra-estrutura. Em recente estudo provamos que, em um regime competitivo por recursos fiscais escassos, as estradas de importância agrícola têm menores condições relativas de competir com rodovias de forte impacto urbano e industrial. Quando levamos em consideração indicadores econômicos de geração de renda, emprego, PIB e outros fatores, de desenvolvimento social e aqueles capazes de atrair investimentos, as “estradas rurais” ficam em uma posição hierárquica inferior.

As “estradas agrícolas” — por serem no mais das vezes corredores de exportação e incapazes de gerar valor adicionado e densificação econômica na sua “faixa de domínio” — não têm condições de disputar os escassos recursos públicos com as estradas urbanas e industriais. Nossos testes empíricos provam a superioridade das estradas “urbano-industriais”, não havendo diferença substancial na posição relativa dessas últimas, quando consideramos dois critérios: a estrada induz o desenvolvimento; e o desenvolvimento ao longo das vias gera recursos para sustentar a estrada no longo prazo. “Estradas agrícolas” como a BR-163, BR-242, BR-158, BR-364 e outras mais, acabam se reduzindo a meros corredores de exportação de commodities.
Nossos estudos indicam outro fator limitante: o custo Brasil. Produtos agrícolas intensivos em terra, trabalho e capital que são onerados por impostos, juros, encargos sociais e custos de fretes, têm uma posição inferior na competitividade dos produtos do agronegócio no mercado mundial, em relação a produtos que, por usarem menos os fatores básicos de produção e mais insumos modernos — produtos como frangos, suínos e carne bovina — pouco são afetados pelo custo Brasil. Já as commodities agrícolas, tais como soja, milho, açúcar, álcool e café, produtos intensivos em infra-estrutura, usam mais terra, trabalho e capital, sendo onerados por juros, encargos sociais e impostos, e têm menos condição de competir.

Há ainda a considerar a necessidade de capital. O Brasil cultiva 62 milhões de hectares. Entretanto, sem tocar na floresta Amazônica, o País tem à disposição outros 92 milhões de hectares. Podemos crescer a área cultivada, nos próximos dez anos — somente aproveitando as áreas ociosas nas fazendas, sem necessidade de infra-estrutura de acesso e escoamento da produção — em 4,5% ao ano, o mesmo que cresceu na área de soja no auge do seu boom. Uma estimativa conservadora indicaria que é possível aproveitar as melhores áreas disponíveis, ocupando 16 milhões de hectares nos próximos dez anos.
Entretanto, para que isso fosse feito seriam necessários, apenas em crédito rural de custeio, R$ 16,1 bilhões, ou seja, cerca da metade de todo o crédito rural aplicado até hoje no Brasil. Mas é preciso não esquecer que, do montante de crédito aplicado no País, cerca de 70% são recursos atualmente imobilizados, porque comprometidos com refinanciamento das dívidas rurais e não estão disponíveis.

O último fator limitante é a dívida agrícola. De acordo com estimativas disponíveis, a original contraída nos últimos três anos atingia R$ 6,1 bilhões. Ela está concentrada nas indústrias de adubos e fertilizantes, revendedores de sementes e tradings. A dívida cresceu e hoje soma R$ 7,2 bilhões. Mesmo com os ressarcimentos que serão feitos em 2007 e 2008, somente a aplicação dos juros às contas a elevará para R$ 8,3 bilhões. Já as dívidas de custeios vencidos e vincendos com bancos atingem outros R$ 9 bilhões, de acordo com uma posição de saldos pendentes no final de 2006.

A novidade não é a dívida, é o seu crescimento. E a agricultura comercial não está sozinha. A esses R$ 9 bilhões deverão ser somados os débitos da agricultura familiar, Funcafé e demais linhas, totalizando R$ 13,5 bilhões com vencimento aprazado para os próximos cinco anos. A esses montantes devemos adicionar ainda R$ 9 bilhões decorrentes da renegociação das dívidas antigas da Securitização, PESA, RECOOP, além de mais R$ 28,9 bilhões de dívidas de investimentos nos programas do BNDES. Há que se adicionar ainda a dívida dos fundos constitucionais que soma R$ 3,2 bilhões, assim sucessivamente. A dívida cresce exponencialmente: cada vez que apuramos estes montantes, maiores os novos valores. Desse contexto sobram dívidas e falta capacidade de pagamento. Esse é um severo limitante na medida em que restringe a capacidade de os produtores tomarem crédito no mercado. As garantias estão compromissadas ao reescalonamento das dívidas e estão bloqueadas devido ao inadimplemento recente.
0
0
0
s2sdefault
powered by social2s
Casais homossexuais que vivem sob o mesmo teto e pessoas que dividem despesas do domicílio sem vínculo de parentesco vão figurar, pela primeira vez, no Censo do IBGE. O instituto colocou em campo ontem 68 mil recenseadores para a realização dos Censos de Contagem da População e Agropecuário que, também de forma inédita, serão integralmente informatizados. O orçamento da pesquisa é de R$ 560 milhões.O coordenador técnico do Censo, Marco Antonio Alexandre, explicou que as novas informações serão apuradas porque foram incluídos itens na clássica pergunta sobre o responsável pelo domicílio. O recenseador questionará qual a relação da pessoa com o responsável e, se for de cônjuge, terá no formulário a opção “de mesmo sexo” para assinalar, o que não ocorria antes. Assim também acontecerá com o item “convivente”, para designar a divisão de despesas sem parentesco.Alexandre ressalta que a contagem da população em 2007 vai abranger apenas os municípios com até 170 mil habitantes. Ainda que sejam a maior parte do total de municípios (5.435 do total de 5.564), somam apenas pouco mais da metade da população. Ou seja, a pesquisa não dará uma dimensão nacional dos casais de mesmo sexo ou conviventes que dividem domicílio.O presidente do IBGE, Eduardo Nunes, explicou que foi feita a opção pelos municípios de até 170 mil habitantes para a pesquisa populacional porque em 2010 será realizada a contagem de toda a população no censo completo, quando as novas perguntas serão incluídas.Segundo Nunes, como em 2007 está ocorrendo o cadastramento de todos os municípios que serão investigados daqui a três anos, o instituto aproveitou para realizar a contagem da população nos municípios com esse limite de habitantes.O resultado será fundamental para as definições do Fundo de Participação dos Municípios. A fatia de contribuição é fixa para populações acima de 150 mil habitantes, mas varia no caso de populações menores.RESULTADO RÁPIDONunes explicou que a informatização das pesquisas possibilitará que o resultado da contagem populacional, que terminará no dia 31 de julho, seja divulgado um mês depois. No caso do Censo Agropecuário, os primeiros resultados serão apresentados em outubro deste ano.Para Nunes, o censo será o maior retrato do setor agrícola já produzido no Brasil. O objetivo é traçar um perfil detalhado de 5,7 milhões de estabelecimentos agrícolas, como destino final de embalagens de agrotóxicos e situação da agricultura orgânica.Nunes disse não temer que o medo da violência nas cidades e no campo crie dificuldade de acesso dos recenseadores aos estabelecimentos agropecuários e domicílios. Ele alerta a população que os pesquisadores estarão vestidos com um colete do instituto, com a marca do IBGE nas costas e, em bolso na frente, um documento com foto e identidade do pesquisador. É possível checar a autenticidade do crachá pelo telefone 0800-721-8181.

0
0
0
s2sdefault
powered by social2s
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) iniciou ontem o 10º Censo Agropecuário em todo país. São 68 mil recenseadores no Brasil e cerca de 8.400 em Minas.

0
0
0
s2sdefault
powered by social2s
Até o final do mês, o Dnit encaminha ao Ibama o Estudo de Impacto Ambiental do aprofundamento do calado do Porto do Rio Grande. A obra é considerada como fundamental para aumentar o fluxo de cargas pelo porto gaúcho.

O presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, argumenta que o aumento do calado para 60 pés (atualmente é de 40 pés) permitirá que embarcações com capacidade para transportar até 150 mil toneladas utilizem o complexo rio-grandino. Com isso, será possível aumentar em torno de 10 milhões de toneladas ao ano a movimentação de cargas pelo porto, ou seja, acréscimo de 50%.

Manteli afirma que o porto do Rio Grande poderá atrair cargas como minérios e grãos da região central do Brasil e até mesmo da Bolívia. No entanto, para efetivar o aprofundamento do calado do porto é necessário que seja efetivado antes o prolongamento dos molhes (em 370 metros o molhe Leste e em 700 metros o molhe Oeste). Essa questão pode causar um atraso na iniciativa. Isso porque duas ações civis públicas do Ministério Público Federal argumentam que é necessária uma licença ambiental única para os dois projetos, já que um seria decorrência do outro.

"São obras distintas", discorda o superintendente-regional do Dnit/RS, Marcos Ledermann, apesar de admitir que os molhes têm de ser finalizados antes do aprofundamento do calado. Esta questão está sendo analisada pela Justiça Federal da 4a região.
Conforme Ledermann, já foram investidos em torno de R$ 200 milhões nas obras de prolongamento dos molhes e calcula-se que sejam necessários mais R$ 400 milhões. Cerca de 30% da obra foram realizados.

Em dezembro, o Ibama concedeu uma licença provisória para a realização de obras emergenciais para evitar riscos que interrupção na ampliação dos molhes do porto do Rio Grande poderiam trazer. A operação emergencial prevê investimento de R$ 67 milhões para o assentamento e a proteção dos 284 mil metros cúbicos de pedras lançados na primeira fase da construção e que poderiam causar acidentes no canal de navegação. A expectativa de Ledermann é de que até o final do ano sejam obtidas as licenças ambientais definitivas.
0
0
0
s2sdefault
powered by social2s

topo oms2

Deixe sua opinião! Comente!