Quinta, 18 Dezembro 2025
Ver o próprio negócio ultrapassar a barreira dos primeiros anos de vida e crescer intensa e rapidamente pode parecer o cenário dos sonhos para qualquer empresário. A expansão acelerada, no entanto, nem sempre é sinônimo de sucesso. Para as pequenas empresas, isso também traz riscos e desafios que, se não forem bem administrados, trazem conseqüências desastrosas - e irreversíveis - para o negócio.’’Quando a empresa passa a crescer a 50%, 60% ao ano, todos os problemas surgem de uma só vez’’, diz Paulo Veras, diretor-geral do Instituto Endeavor, entidade sem fins lucrativos de apoio ao empreendedor. A falta de dinheiro para financiar o crescimento é o primeiro desses entraves. Mas, segundo Veras, não é o mais grave.Ele explica que, quando a empresa cresce demais, pode perder o controle de qualidade do produto e diminuir a qualidade do atendimento. ’’Essa negligência é fatal para o negócio’’, alerta. ’’Por isso, talvez seja a hora de pôr o pé no freio e vender ou produzir um pouco menos, até se estabilizar.’’Reduzir o ritmo do crescimento não foi uma decisão fácil para os empresários cariocas Cello Macedo e Marcelo do Rio. Donos da microcervejaria Devassa, criada em 2002, que há três anos cresce a taxas de 100% ao ano, eles optaram por limitar a produção de cervejas em garrafa para este ano.Além disso, há meses recusam propostas para levar os bares da marca para outras cidades - hoje, eles têm bares no Rio e em São Paulo. O objetivo é não ultrapassar os 50% de expansão em 2007. ’’Queremos crescer com qualidade para não perder o padrão que fez o nosso sucesso’’, diz Macedo.O crescimento acelerado - e inesperado - da microcervejaria passou por cima de qualquer planejamento. ’’Cada dia surgia uma surpresa diferente’’, diz o empresário. Para atender aos pedidos que aumentavam, as máquinas foram sendo adaptadas, com a anexação de novos tanques. Também foi preciso contratar mais gente do que estava previsto.A contratação de pessoal para atender às novas demandas é uma das ’’novidades’’ que deve receber maior atenção do pequeno empreendedor. Segundo o coordenador do Centro de Empreendedorismo da Fundação Getúlio Vargas, José Augusto Corrêa, a falta de treinamento ou de uma seleção rigorosa resulta em funcionários que não compreendem a filosofia da empresa. ’’Eles podem pôr em risco a imagem que a companhia custou tanto a construir.’’FASE COMPLICADA’’O estágio em que a empresa deixa de ser pequena e começa a crescer é dos mais complicados’’, diz o norte-americano Bo Burlingham, autor do livro Pequenos Gigantes, sobre as armadilhas do crescimento empresarial nos pequenos negócios.Segundo ele, na expansão exagerada, todos ficam insatisfeitos: o cliente por não ter o serviço que quer, o fornecedor por não conseguir ajustar-se às novas demandas e o empregado por ser exigido mais do que estava preparado. ’’Toda a cultura da companhia é contaminada.’’Não existe, porém, fórmula para fugir desses perigos. Para Corrêa, da FGV, o empreendedor é quem deve definir o ritmo de crescimento da empresa. ’’É preferível ir devagar, mas caminhar para o sucesso, do que simplesmente obedecer à velocidade do mercado .’’Segundo Burlingham, para evitar os problemas do crescimento, basta o empreendedor se manter atento aos riscos e não relaxar. ’’Caso contrário, ele será um forte candidato a se tornar vítima.’’ALERTA VERMELHO Capital de giro: O empreendedor acha que pode vender sempre mais. Mas o capital que entra é insuficiente para financiar os pagamentos futuros. Dessa forma, pode faltar dinheiro para financiar o crescimentoProdução: A estrutura física da empresa não comporta o crescimento. Se não for possível ampliar, pode ser necessário limitar a produçãoInsatisfação: A empresa pode não estar preparada para o aumento no número de clientes, prejudicando a qualidade do atendimento. O nível de satisfação dos consumidores cai e muitos deixam de comprarDespreparo: Aumento da demanda exige mais funcionários. Muitos começam a trabalhar sem treinamento, alheios à filosofia da empresaErros: Com o crescimento, há necessidade de se produzir mais e de imediato. Com muito trabalho a fazer e sob pressão, funcionários cometem erros mais facilmentePerda de fornecedores: Muitos não estão preparados para atender ao aumento da demanda exigido pela empresa

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Os 15 mil moradores de Tabatinga, a 330 km de São Paulo, não escondem o clima de guerra com a China. Nos últimos seis anos, a economia da pequena cidade, no norte do Estado, vem sendo sustentada pela produção de bichinhos de pelúcia. As 32 empresas produzem perto de 1 milhão de peças por mês e geram quase 2 mil empregos, entre diretos e indiretos.Mas a atividade está ameaçada pela entrada do produto chinês, favorecido pelo dólar baixo em relação ao real. Justamente agora que o bicho de pelúcia virou símbolo da cidade e começa a atrair turistas. ’’O predador que ameaça nossos bichinhos é o tigre asiático’’, afirma Denise Manzoni, da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Tabatinga. Os chineses, segundo ela, colocam seus produtos no Brasil com preços mais baixos. ’’Eles têm tecnologia, mas é uma concorrência desleal, pois usam mão-de-obra baratíssima.’’ A saída para os fabricantes do interior de São Paulo tem sido a criatividade. Os tradicionais tigre e leão foram substituídos por aves e animais da nossa fauna, como araras, macacos, jacarés e sapos. ’’Nossa ararinha virou febre e a gente nem dá conta de tantos pedidos’’, diz a empresária Mileni Eugênio Ferri Revoredo, da Nicoli Ferri.A empresa contratou um designer, abriu um ponto-de-venda direto e passou a produzir também sob encomenda. ’’O cliente dá a idéia e nós desenvolvemos o produto’’, diz o marido e sócio de Mileni, José Santo Revoredo. Assim, venderam 55 mil bichos a uma empresa.Outros clientes já trazem a idéia pronta. A lojista Lazara Cristina Roncari, de Franca, quer bichos na forma de puff para sentar. ’’Muita gente está procurando’’, justificou.A empresa concorre diretamente com os chineses atendendo lojistas da Rua 25 de Março, em São Paulo, e dribla a concorrência oferecendo mix de produtos. ’’Como a importação é fechada com muita antecedência e em grande quantidade, nós temos a vantagem da novidade e do menor volume’’, diz Revoredo. Os bichinhos com cara de gente e fazendo pose são um diferencial nessa disputa.A empresa foi buscar uma das armas dos chineses - a tecnologia. ’’Importamos deles as máquinas de cortar os moldes, que o Brasil não produz.’’ O produto é feito, predominantemente, de um tecido conhecido como plush. Os moldes são cortados, costurados e recheados com um material à base de fibra de silicone ou manta de edredon. A Nicoli Ferri passou a importar também parte dos tecidos da China. Sai 35% mais barato que o nacional, produzido em Santa Catarina, e ajuda a bancar a expansão da empresa que dobrou a produção nos últimos três anos. ’’Estamos fazendo o que eles fazem com a gente: buscamos a matéria-prima lá e agregamos valor aqui.’’A Câmara Setorial do Bicho de Pelúcia, criada há dois anos na Associação Comercial, pretende iniciar a compra conjunta de matéria-prima para reduzir custos e aumentar o poder de negociação. ’’O ideal é comprar aqui, para ajudar também a indústria de tecidos nacional’’, disse Denise. Há 8 anos, a fabricação de pelúcia era uma atividade artesanal, de ’’fundo de quintal’’, segundo o prefeito José Luiz Quarteiro (PSB). Agora, é profissional e ocupa a mão-de-obra que ficava ociosa no período de entressafra agrícola.Ele lembra que, durante o ciclo do café, a cidade teve população maior que a atual. Mas as crises na agricultura motivaram o êxodo. Moradores começaram a produzir bichinhos em casa para vender na vizinha Ibitinga, a terra dos bordados. Foi assim que a cidade achou sua vocação. ’’Hoje, nós somos a capital brasileira do bicho de pelúcia’’, diz o prefeito.O ex-tesoureiro da prefeitura, Adilson Aparecido Galbiatti, deixou o cargo em 2001 para se arriscar na atividade. Começou em casa, com três pessoas. ’’Hoje, tenho 20 funcionários e 18 colaboradores terceirizados.’’ Ele repassa os moldes para as costureiras donas-de-casa que receberam treinamento e transformaram quartos em pequenos ateliês. A Terê Baby, empresa de Galbiatti, é uma das principais da cidade. Para a gestora do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequena Empresas (Sebrae), Patrícia Ferrari Peceguini, Tabatinga está no caminho certo para enfrentar a concorrência. ’’Além de melhorar a produtividade, têm de usar as armas as brasileiras da criatividade e da inovação.’’

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Por meio da entrada de ações civis públicas contra os bancos, o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) quer garantir o direito de poupadores de todos os bancos, em todo o País, receberem a diferença de correção do Plano Bresser. Até sexta-feira, o Idec já havia entrado contra a Nossa Caixa, a CEF, o Banco do Brasil e o Safra. Até amanhã, deve entrar contra outros bancos e instituições adquiridas por eles, como Itaú e Banestado, Bradesco e BCN, Unibanco e Bandeirantes e o Real. ’’Precisamos que poupadores desses bancos nos tragam cópias de extratos da época para anexar ao processo’’, pede Maria Elisa Cesar Novaes, advogada do órgão.De acordo com Maria Elisa, o juiz e os tribunais podem não acatar o pedido de abrangência nacional da ações e limitar o benefício a apenas um Estado. É importante também que o poupador saiba que a sentença de ação individual prevalece sobre a da civil pública. Além disso, esta última pode demorar mais a sair porque, como envolve um volume grande de recursos, os bancos devem brigar por mais tempo para adiar o pagamento.Ao término da ação, se a decisão for favorável ao Idec, o poupador poderá executar a sentença com base em cópia da decisão, fase em que será necessário contratar um advogado, explica Maria Elisa.AÇÕES INDIVIDUAISNo caso das ações individuais, para iniciar o processo, é recomendável que o poupador solicite ao banco cópia do extrato da conta em junho e julho de 1987 para comprovar o seu direito. De acordo com o Idec, vários poupadores já reclamaram de dificuldades para obter o documento.O aposentado Rugero Gino Tori não chegou a procurar os bancos para requerer os microfilmes dos extratos, por causa da proximidade do fim do prazo para entrar com a ação. ’’Tenho certeza que vão me enrolar’’, diz. O defensor público Roberto Funchal explicou a Tori na sexta-feira que, mesmo sem os microfilmes, ele poderá dar início à ação. ’’Se o banco não atender à solicitação até o dia 31 ou se negar a fornecer o documento, o poupador pode abrir o processo sem o extrato e pedir que o banco o apresente no decorrer da ação.’’ Segundo a OAB, caso não se lembre dos dados da época, a pessoa deve procurar uma agência do banco e pedir a busca por seu nome e CPF.Outros documentos pedidos são o CPF, carteira de identidade e comprovante de residência com CEP.

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Enquanto as empresas exportadoras sofrem com o câmbio valorizado, outras companhias aproveitam o momento para se financiar no exterior. Cada vez mais, as empresas optam por obter recursos em dólares, aproveitando o momento de força da moeda nacional, os baixos juros internacionais e, principalmente, a expectativa de que a moeda americana vai continuar em baixo patamar por muito tempo.

Os dados oficiais do Banco Central (BC) comprovam esta situação. Em março, os empréstimos intercompanhias - as operações em que as matrizes financiam as filiais brasileiras - chegaram a US$ 33,449 bilhões, crescimento de 65,5% em um ano, já que estes empréstimos somavam US$ 20,216 bilhões em março de 2006.

"No primeiro momento, as empresas aproveitaram para quitar dívidas em dólar, temendo que a valorização do real fosse temporária. Agora, estão voltando ao mercado externo para captar recursos para investimentos outras operações, pois acreditam que o atual momento cambial vai se manter por um bom tempo", observa o presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), Luis Afonso Fernandes Lima.

Ele acredita que este movimento deve ser intensificado nos próximos meses, aproveitando o bom momento de outros indicadores, como a queda do risco-País e o alto volume das reservas internacionais. "As empresas se convenceram de que este momento de valorização cambial continuará, até mesmo pelas perspectivas futuras, com bons superávits comerciais e reservas externas cada vez mais significativas", constata.

Este movimento já explicitado nas relações entre filiais e matrizes de multinacionais começa a ser sentido nas modalidades de empréstimos com instituições ou no mercado. O BC informa, por exemplo, que o endividamento do empresariado no exterior, considerando apenas o médio e o longo prazos, e excluindo as transações entre empresas do mesmo grupo, subiu 22,7% em um ano. Passou de US$ 54,723 bilhões (estoque de dezembro de 2005) para US$ 67,158 bilhões (no último dia de 2006). Os levantamentos mais recentes não foram tornados públicos devido à greve dos funcionários do Banco Central.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou que as empresas estão vivendo um bom momento para se financiar, inclusive aproveitando a queda de juros e o aumento de recursos que a melhora no risco brasileiro provoca. "Isso se traduz em taxas de juros menores para o Brasil, seja para rolagem de nossa dívida externa, seja para empresas brasileiras que vão em busca de novo empréstimo externo", declarou Mantega.

Outros economistas acreditam, entretanto, que em breve será atingido o teto de financiamento de empresas no exterior. Isso porque muitas já quitaram um volume grande de empréstimos caros ou já se endividaram bastante, além do grupo que prefere diversificar as fontes de crédito. "Essa tendência (financiamento no exterior) deve continuar, mas não crescer muito mais, pelo que sentimos no mercado", afirmou Débora Cury, economista do grupo Telefônica.
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Uma nova modalidade de fundo de pensão parece ter saído finalmente do papel, a previdência associativa, que, de 2006 para cá, vem consolidando novos grupos e já acumula patrimônio de R$ 83 bilhões. A Federação do Comércio de São Paulo (Fecomércio) é um típico exemplo cujo plano começou em 2006, e já conta com 110 entidades instituídas, com associados que podem optar pela adesão ao fundo.

Segundo o secretário adjunto da Secretaria de Previdência Complementar (SPC) — vinculada ao Ministério da Previdência e responsável por normatizar e fiscalizar o setor —,Mário Di Groce, o número de consultas e sondagens, para viabilizar a abertura de novos fundos instituidores, tem crescido. “Em especial no último ano, vários sindicatos e órgãos de classes de grande porte têm nos procurado. Os mais recentes, já aptos a iniciar as atividades, são uma associação de notários e um fundo ligado ao Ministério Público e à magistratura”, exemplifica.

Hoje são 33 entidades autorizadas a operar nesse modelo de seguridade complementar fechada no País, que possui 100 mil associados ativos. O modelo foi aprovado em 2001, mas só agora prospera.

Para a Associação Brasileira de Previdência Privada (Abrapp), que reúne a modalidade fechada, outro aspecto relevante da consolidação do setor é a sua capacidade de canalizar poupança para o país.

“Há cerca de 2,5 milhões de brasileiros participantes de previdência privada fechada. O valor representa algo como 16% do PIB. Países em que os fundos de pensão prosperaram têm, em média, 80% da relação equivalente de seu PIB. A Holanda tem 125% e os Estados Unidos, 99%. No ano passado, o somatório das reservas constituídas foi de R$ 380 bilhões A expectativa é que, em 2010, as reservas cheguem a R$ 565 bilhões”, prevê Fernando Pimentel, presidente da entidade.

A primeira exigência feita a quem queira associar-se a um plano dessa natureza é a comprovação profissional, classista ou setorial específica. É necessário, portanto, que o sindicato, central ou órgão de classe correspondente — que funcione há pelo menos três anos e possua em seu quadro associativo um número igual ou superior a 1.000 participantes — celebre acordo com alguma entidade autorizada a oferecer o serviço.

Fecomércio
No caso da Fecomércio-SP, a contribuição mínima por participante é de R$ 40,00. A administração dos ativos é feita por meio de contas individuais. Embora a Federação congregue apenas os
profissionais dos setores de comércio, varejo e serviços, há a possibilidade de outras categorias integrarem seu plano de Previdência Associativa. Essa possibilidade concretizou-se com a Lei Complementar nº 109, de 29 de Maio de 2001, cujo artigo 31 contempla uma nova formatação de fundos. Essa atualização dispensa a obrigatoriedade de vínculo empregatício para ingressar como associado.
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