Terça, 04 Fevereiro 2025

Notícias do dia

O confinamento na pecuária brasileira cresceu 17% no ano passado. A busca por rentabilidade no período de entressafra e o aumento do plantio da cana-de-açúcar são as principais razões para o crescimento dessa prática. O gerente executivo da Associação de Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) , André Locateli , acredita que cada vez mais as áreas de pastagem estão sendo tomadas por outras culturas, em especial a cana, e que isso tem mudado o perfil da atividade pecuária nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste. “O avanço da cana tem surtido efeito nessas regiões. Alguns estados, como São Paulo, têm apresentado uma pecuária cada vez mais intensiva”, afirma Locateli. “O produtor busca rentabilidade arrendando suas terras para o cultivo de cana”, diz o zootecnista e consultor da Scot Consultoria , Leonardo Alencar .

O aumento do número de cabeças confinadas foi de aproximadamente 260 mil, indo de 1,51 milhão em 2005 para 1,77 milhão. Para Alencar, o crescimento desse número em 2007 ainda é incerto. “A pecuária está entrando num período de alta com a expectativa de preços melhores que no ano passado, mas a Bolsa de Mercadorias & Futuros ainda registra para outubro um preço abaixo do praticado no mesmo período do ano passado”, diz.

Para os criadores, o momento traz pontos positivos e negativos. Ao mesmo tempo em que a pecuária sofre com a diminuição das áreas, existe a vantagem de se incrementar a tecnologia da atividade — o que ocorre de forma acentuada nas regiões onde a cana impõe forte pressão. “Essa concorrência por área tem forçado a tecnificação da cultura e promovido grandes confinamentos no Sudeste”, confirma Locateli.

A cana está indiretamente promovendo a tecnificação da pecuária não só pela redução de área disponível, mas pela quantidade de resíduos gerado nas usinas. O bagaço da cana agregado ao resíduo de outras culturas, como a polpa cítrica da laranja e o farelo de soja, é utilizado pelos produtores como alimento de grande valor nutricional na dieta animal. Além disso, esses resíduos têm um custo inferior ao da ração convencional.

Sem euforia
Mesmo apresentando essas vantagens, especialmente em relação à tecnificação, o confinamento ainda é visto com cautela pela maioria dos criadores. “Não sei se é positivo, porque a necessidade de um manejo mais qualificado exige um tempo de adaptação; existe um know-how a ser adquirido”, diz Locateli, da ACNB.

Ele acredita que essa tendência pode forçar uma mudança de estratégia que muitas vezes não é a desejada pelo criador. “Existe um trauma, na verdade o produtor está sendo obrigado a se adaptar. Para o produtor é complicado, mas para a atividade como um todo é benéfico porque a tecnificação e traz ganhos de produtividade”, completa.

Já o consultor da Scot, Alencar, acredita que o confinamento é visto como um mal necessário. “O custo é maior porque o suporte da pastagem não é suficiente para engordar o gado e é necessário usar outros alimentos. Mas a vantagem fundamental é produzir animais na época em que a oferta é menor e o preço, portanto, é melhor”, afirma.

O próprio crescimento da oferta de bois de confinamento começou a diminuir o período de alta de preços da entressafra, que costumava durar até dezembro. Em 2006, o pico de preços já ocorreu em outubro (veja gráfico).

Para o técnico responsável da Estância Bahia , Maurício Dellai , a grande justificativa para o uso do confinamento é aproveitar melhor o preço da arroba na entressafra. A fazenda localizada no Mato Grosso também adotou a prática. “A pecuária tem que ter receita na época da seca”, diz.

Alencar acredita que há uma tendência da pecuária paulista se tornar intensiva por uma pressão da própria agricultura, e a pecuária extensiva deve migrar cada vez mais para a Região Norte. Além de Pará e Tocantins, onde o custo de produção é o mais baixo, o boi também avança em Rondônia.
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Em reunião ontem com o Conselho Político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não escondeu a sua irritação com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por causa da demora na concessão de licença ambiental para construção de usinas hidrelétricas no Rio Madeira. O presidente ressaltou a importância dos empreendimentos para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e para a garantia de produção de energia elétrica a médio prazo, deixando a impressão de que gostaria de ver mudanças no comando do instituto, subordinado ao Ministério do Meio Ambiente.Lula comentou que teria uma reunião “muito dura” com a ministra Marina Silva e com a direção do Ibama. Ele cobra soluções para os entraves ambientais e não admite simplesmente a recusa na liberação das licenças. “Agora não pode por causa do bagre, jogaram o bagre no colo do presidente. O que eu tenho com isso? Tem que ter uma solução”, reclamou Lula, segundo o relato de um dos presentes ao encontro. O presidente se referia a um dos argumentos usados pelo instituto para barrar o licenciamento das obras - a construção das usinas vai bloquear a migração desses peixes.As usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, em Roraima, prevêem a produção de 6.450 MW de energia elétrica. Nos planos do PAC, a meta é ter esses empreendimentos praticamente concluídos em anos. Juntas com outro projeto de usina para o Norte, a Belo Monte, as três obras são consideradas vitais pelo governo Lula para garantir crescimento econômico de 5% nos próximos anos.De acordo com um parlamentar presente à reunião, a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), mostrou-se preocupada com uma autoridade do Ibama que estaria demissionária. “Em vez de problema, talvez isso seja solução”, respondeu o presidente, reiterando a insatisfação com o trabalho do instituto.As reclamações acontecem no momento em que a ministra Marina está de fato pensando em trocar os ocupantes de postos-chave de sua pasta, especialmente do Ibama.De acordo com alguns petistas, o presidente do instituto, Marcos Barros, do PT do Amazonas, estaria pronto para deixar o cargo - só estaria aguardando a dança de cadeiras em estudo pela ministra.Responsável pela implementação do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira, a estatal Furnas Centrais Elétricas entregou o estudo de impacto ambiental do projeto ao Ibama em julho de 2005 , mas o instituto pediu uma série de informações complementares. Com isso, as licenças - primeiro passo para as obras - não foram concedidas e o projeto continua paralisado.De olho em possíveis mudanças no Ibama, o PMDB não perdeu tempo e já indicou o nome do ex-deputado José Priante para substituir Barros. Ele é sobrinho do deputado Jader Barbalho (PMDB-PA).Um dos argumentos dos peemedebistas nas negociações com o governo sobre os cargos do segundo escalão é que o PMDB adotaria um política de destravamento das pendências ambientais que atrasam obras prioritárias.Será difícil, no entanto, a substituição de um petista por um peemedebista no Ibama, por causa da forte resistência dos ambientalistas ligados ao PT e da própria ministra.SOJAO governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, dono do Grupo Amaggi, maior produtor e exportador de soja do País, foi à reunião do Conselho Político na qualidade de presidente de honra do PR. E a soja acabou entrando na pauta.O governador e outros participantes defenderam a desoneração do processo de esmagamento de grãos. Atualmente, apenas a exportação da soja está livre da carga tributária.O líder do PR, deputado Luciano Castro (RR), comentou que é mais barato para os empresários brasileiros mandar os grãos para a China, onde são processados e transformados em óleo, e depois trazer o produto para o Brasil.Castro fez questão de registrar o fechamento de mais de dez empresas brasileiras de beneficiamento de soja, por causa dos altos tributos que incidem na produção nacional. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, presente à reunião, prometeu estudar o assunto.BOLÍVIALula também se queixou, na reunião de ontem, das dificuldades para um entendimento com a Bolívia em relação ao abastecimento de gás.Segundo um dos participantes, o presidente disse que o colega boliviano, Evo Morales, tem mudado com freqüência de posição, o que emperra as negociações entre os dois países. E lembrou que a Argentina também tem tido dificuldades com a Bolívia. AMBIENTE EM FOCOO entrave da legislaçãoJá em setembro de 2004 Lula reclamava das exigências feitas pelo Ibama para conceder licença ambiental e culpava a legislação pelos atrasos nas obras previstasCríticas de ambientalistasEm dezembro do ano passado, ambientalistas acusaram Lula de querer o desenvolvimento a qualquer custo e de se aproveitar do prestígio de Marina Silva, a quem pedem para deixar a pastaReforma ministerialGoverno passa a considerar a saída de Marina do cargo. O motivo é o mesmo e antigo: entraves ambientais ao crescimento citados por Lula, que chegaram até a causar atrito entre o Meio Ambiente e a Casa Civil

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A proposta de retirar os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) da conta de Desvinculação de Receitas da União (DRU), defendida pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi, foi rejeitada ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. “Não estamos pretendendo tirar. A DRU deve permanecer exatamente do jeito que está”, afirmou Mantega. Poucas horas depois, Lupi disse que vai insistir com o assunto no governo e ganhou ontem o apoio das centrais sindicais. “É uma decisão do ministro da Fazenda e nós temos uma opinião divergente e vamos levá-la para dentro do governo”, afirmou Lupi. “Essa será uma luta nossa contra a Fazenda, mas não vamos aceitar mais um ano em que os recursos dos trabalhadores serão usados para pagar juros a banqueiros”, disse o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho. Ele acrescentou que, se a área econômica não negociar, pode perder a votação da prorrogação da DRU, que terá de ser apresentada ao Congresso neste ano. “Ou nós ganhamos no Congresso ou no Supremo Tribunal Federal”, afirmou Paulinho, antecipando que a Força Sindical poderá entrar com ação direta de inconstitucionalidade para derrubar a DRU. A DRU é um mecanismo que permite ao governo modificar o uso de 20% das chamadas verbas vinculadas (que são arrecadadas com uma destinação específica). Na prática, ela tem servido para segurar o gasto público e fortalecer o superávit primário, que é a economia de recursos para honrar os juros da dívida pública. A parcela do FAT contingenciada é de cerca de R$ 4 bilhões por ano. A intenção de Lupi é acrescentar essa parcela ao financiamento de programas de qualificação profissional de trabalhadores. O assunto deverá ser discutido mais profundamente entre os ministros já que, segundo Mantega, Lupi lhe pediu uma audiência para tratar do tema e também da possibilidade de desoneração tributária dos setores mais intensivos de mão-de-obra. “Vou conversar com ele. Ele me pediu um encontro. Espero que ele me explique direito se isso tem viabilidade ou não”, afirmou Mantega. Segundo o secretário de Relações do Trabalho, Luiz Antonio de Medeiros, “a bandeira principal do ministro (Carlos Lupi) é emprego, e para ter emprego é preciso qualificação, e para ter qualificação é preciso liberar dinheiro do FAT”. Fonte: O Estado de S.Paulo - 20 ABR 07

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O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), fez ontem um giro por Brasília no qual defendeu o fim da reeleição, pouco antes de se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O tucano disse que é favorável a acabar com a possibilidade de obter mandatos seguidos, mas observou que no momento não faz “nenhum trabalho de articulação” nesse sentido. Com Lula, Serra conversou sobre o endividamento dos Estados, defendendo flexibilização das regras para contratação de empréstimos. Hoje, mesmo governos que estejam dentro dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal não podem contrair novas dívidas.As declarações sobre reeleição foram feitas pelo governador no Congresso. Serra disse que há “opiniões diferentes no PSDB” sobre o tema - referência ao fato de o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ter defendido na véspera a regra que lhe permitiu um segundo mandato, enquanto o governador Aécio Neves propusera acabar com a reeleição e esticar o mandato presidencial de quatro para cinco anos. “Minha posição não é nova nem está ligada à conjuntura”, disse o governador ao defender o fim da reeleição, insistindo que pensa assim desde 2001. Serra e Aécio têm interesse em mudar a regra, embora o paulista ainda possa tentar um segundo mandato como governador e Aécio já tenha sido reeleito.“Eu refleti a respeito da conveniência da reeleição para o País, da qual fui partidário, e acho que ela poderia ser revista”, observou o governador. Em seguida, deixou claro que queria encerrar o assunto. “Vim aqui para falar de segurança pública e não vou transformar outra coisa em lead”, disse, usando jargão de jornalistas para se referir à informação mais importante de uma reportagem.Serra fez um périplo pelo Congresso em defesa de seu projeto que prevê o monitoramento de presos em regime semi-aberto ou em liberdade condicional por meio de pulseira. “Seria um instrumento importante no combate ao crime”, defendeu, após visitar o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e o do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).Lula também falou sobre reeleição ontem, mas por intermédio do porta-voz Marcelo Baumbach. “O presidente Lula historicamente tem se posicionado contra a reeleição e a favor do mandato de cinco anos”, disse Baumbach, no final da tarde. “Cabem aos políticos e ao Congresso deliberar sobre o fim da reeleição”, afirmou o porta-voz, ressaltando que Lula “não está preocupado” com a reeleição e não vai priorizar esse debate.ENDIVIDAMENTONo final do dia, o governador paulista acabou recebido pelo presidente Lula no Planalto, depois de uma visita à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. “Fui ao Palácio apenas para acompanhar vários prefeitos de São Paulo que estavam em Brasília discutindo investimentos em favelas”, justificou Serra, ao revelar que foi Dilma quem o encaminhou ao gabinete presidencial. O governador aproveitou a oportunidade para tratar do endividamento dos Estados. Lembrou que, no caso de São Paulo, que cumpre a Lei de Responsabilidade Fiscal, o limite ainda não foi atingido, mas nem assim seu governo pode contratar novos empréstimos. Isso ocorre porque o Tesouro invoca o acordo da dívida firmado com governadores, que tem regras mais rígidas que a Lei de Responsabilidade Fiscal. Serra avalia que, por essa lei, poderia ter R$ 7 bilhões em novos financiamentos. Segundo ele, Lula se comprometeu a levar o assunto à Fazenda.

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Por decisão pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o economista Luciano Coutinho irá substituir Demian Fiocca na presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).A escolha de Coutinho demonstra que o presidente não abriu mão de interferir no BNDES e infligiu uma derrota ao recém-empossado ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge. Ele brigava pela nomeação de Gustavo Murgel, ex-executivo do Banco Santander. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendia a manutenção de Fiocca no cargo, mas é afinado com a linha econômica de Coutinho.Miguel Jorge e Coutinho estiveram ontem à tarde com o presidente, no Palácio do Planalto, por cerca de uma hora. O porta-voz da Presidência da República, Marcelo Baumbach, disse que o convite a Coutinho foi oficializado ontem e que a transmissão de cargo ocorrerá ’’oportunamente’’ na sede do BNDES.Baumbach informou ainda que Fiocca poderá ser nomeado para outro cargo no governo. Ele é cotado para ser secretário do Tesouro Nacional, desalojando Tarcísio Godoy, que desde o fim do ano passado ocupa interinamente o cargo.’’O presidente julga que Fiocca ainda pode contribuir com o governo por ser um excelente quadro. No entanto, não está ainda definido o seu aproveitamento em outro cargo’’, afirmou o porta-voz. Ele disse que Lula considera que Fiocca realizou um excelente trabalho à frente do BNDES, consolidando-o como um banco de desenvolvimento.Ao assumir o cargo, há cerca de 20 dias, Miguel Jorge garantiu que teria autonomia para decidir sobre a direção do banco e, praticamente, demitiu Fiocca pela imprensa. As declarações do ministro levaram um grupo de governistas, como Mantega e o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), a trabalhar internamente pela permanência de Fiocca. Miguel Jorge afirmou, em vários momentos, que sua preferência era por Gustavo Murgel, com quem trabalhou no Banco Santander.Mas também nunca descartou Coutinho, sinalizando que poderia prevalecer a vontade de Lula. A nomeação de Coutinho, no entanto, é uma derrota parcial para o ministro, que, como seu antecessor, Luiz Fernando Furlan, não conseguiu fazer o presidente do BNDES, o principal órgão vinculado ao ministério.SANTANDER EM EXCESSOA indicação de Murgel não foi bem recebida por Lula, por ser um homem do mercado financeiro. O presidente manifestou o desejo de ter um ’’desenvolvimentista’’ na direção do BNDES, perfil que o governo considera ser preenchido por Coutinho. Ele, no entanto, também tem experiência no mercado financeiro, embora tenha formação em política industrial.Atualmente, é sócio-diretor da LCA Consultores, que presta consultoria econômica, e professor do departamento de Economia da Universidade de Campinas (Unicamp), com especialização em economia industrial e internacional. Foi também secretário-executivo do Ministério de Ciência e Tecnologia no governo Sarney.Sem querer, o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, criou dificuldades à indicação de Miguel Jorge. Ele também foi buscar nos quadros do Banco Santander o novo diretor de política monetária do BC, Mário Torós. Lula não gostou quando percebeu que seu governo teria três quadros oriundos da mesma instituição.

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