Já é possível prever que 2007 será um ano ímpar para a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Após bater no último dia 16 a marca histórica de 2 bilhões de contratos negociados, impulsionada pelo mercado de contratos futuros agropecuários, a BM&F lança o contrato futuro de etanol com a expectativa de colocar o Brasil como pioneiro na formação de preço do produto, e anuncia novos contratos para este ano.
“O que motiva o contrato é a volatilidade do preço à vista”, afirma o diretor de Derivativos Agropecuários e Energia da BM&F, Félix Schouchana.
O presidente da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), Eduardo Pereira de Carvalho, ressalta a necessidade do contrato para proteger os produtores das oscilações de mercado. “Nós produtores estamos dispostos a apostar nesse contrato, não podemos continuar negociando com base no preço passado”, avalia. Ele afirma que uma indústria do porte do segmento sucroalcooleiro, com volumes brutais de investimento, tem de ser capaz de tirar do mercado tudo o que ele pode oferecer.
O contrato futuro de etanol é um contrato de
álcool anidro para exportação, cotado em dólares por metro cúbico, livre de impostos e tarifas. A formação do preço será sobre rodas no Porto de Santos e terá entrega física de 22 dias.
São 60 anos de história comemorados no último domingo, mais de 10 milhões de veículos circulando por ano e 56 quilômetros de extensão. Só estes números bastariam para resumir a importância da Via Anchieta para o Estado de São Paulo e, principalmente, para a Baixada Santista. Mas a reportagem do PortoGente foi além, encontrando na Cota 400, em Cubatão, um dos operários que ajudou este sonho tornar-se realidade na década de 40, transformando o surgimento da Anchieta em uma importante página da história dos transportes no País.
“Os investimentos em Pernambuco são para ampliar em 25% a produção de folhas de alumínio, utilizadas por empresas de embalagens assépticas – a exemplo da Tetra Pak, que vem crescendo e ampliando sua demanda”, explica Feder, frisando que a Alcoa é a principal fornecedora da companhia líder na produção de embalagem para produtos longa vida. O executivo diz que a execução do projeto já está bastante adiantada e que aguarda a chegada de equipamentos alemães.
Nos dois primeiros meses da atual legislatura, os deputados compraram combustível, com dinheiro da Câmara, suficiente para dar 255 voltas ao redor da Terra. Para comprovar, apresentaram notas fiscais - no total de R$ 2,5 milhões, o que daria para comprar 1 milhão de litros de gasolina - e foram ressarcidos pela Casa. Essa é apenas uma fatia dos R$ 11,2 milhões que o Legislativo reembolsou aos deputados entre fevereiro e março a título de verba indenizatória, segundo levantamento feito Estado. As cifras engordam salários, alerta o Tribunal de Contas da União (TCU), sem o desgaste de aparecer no holerite dos parlamentares.Criada em 2001 pelo então presidente da Câmara e hoje governador Aécio Neves (PSDB-MG), justamente para compensar insatisfações salariais, a verba é até hoje de difícil fiscalização. Os dados são obtidos pelo site Transparência no portal da Câmara, mas não há totalizações oficiais por mês ou ano. Para chegar aos números, o Estado pesquisou informações de cada um dos 512 deputados em exercício e dos 22 licenciados ou que deixaram o mandato.Na lista assim obtida, o campeão de despesas é o deputado Deley (PSC-RJ), que declarou, mediante apresentação de notas fiscais - obrigatória para ter o reembolso da Câmara -, ter gasto R$ 43.585,41 nos dois primeiros meses de mandato, em usos diversos. Ele alega que errou na prestação de contas.Na seqüência dos que mais gastaram, aparecem os deputados Miguel Martini (PHS-MG), com R$ 43.535,52, e Fernando de Fabinho (DEM-BA), com 43.040,95. Outros 42 deputados não gastaram nada ou não pediram reembolso.Pelas regras em vigor, cada parlamentar pode gastar até R$ 180 mil por ano, mas o reembolso máximo é de R$ 15 mil mensais. Quem ultrapassa a cota em um mês recebe o valor excedente no mês seguinte. No período pesquisado, 97 deputados estouraram o teto.DENÚNCIASA Casa só limita o gasto com combustíveis - R$ 4,5 mil mensais -, medida tomada após a suspeita de que ocorria uso de notas frias e gastos superfaturados, levantada pelo TCU. A prática, porém, mostra que o teto mensal de gastos virou piso. Muitos parlamentares novos, por exemplo, engordaram os gastos em fevereiro e março para usar a cota de R$ 15 mil de reembolso de janeiro, embora não estivessem ainda na Casa.Na matemática da prestação de contas, vale tudo para não perder um só centavo do teto reservado à compra de combustíveis. Nas declarações são comuns valores quebrados, como estas contas: 971,41+3.528,59, 130,93+4.369,07 ou ainda 3.069,74+1.430,26. No final, porém, a conta dá o mesmo resultado, R$ 4,5 mil.Os deputados que declararam ter esgotado toda a cota de combustíveis entre fevereiro e março - R$ 9 mil - precisariam de muito mais tempo para esvaziar o tanque. Se esse valor fosse usado para comprar gasolina, de acordo com o preço médio da Agência Nacional do Petróleo (ANP), seria possível ir do Oiapoque (AP) ao Chuí (RS) e voltar três vezes. Depois de conhecer os extremos do País, ainda sobraria combustível para dirigir, ida e volta, de Brasília a Angra dos Reis (RJ).Para chegar aos R$ 15 mil mensais, porém, os deputados justificam outros gastos em seus Estados. Segundo o levantamento, do total de notas que os parlamentares apresentaram, R$ 1,5 milhão refere-se a aluguéis ou despesas com imóveis e R$ 3,06 milhões a locomoção, hospedagem e alimentação. Há, também, quem justifique custo de pesquisas, divulgação do mandato, consultorias, assessorias, aquisição de software e TV a cabo.‘DESAGRADÁVEL’Juntos, os dez deputados que lideram a lista do uso da verba indenizatória gastaram R$ 406.470,34. De fevereiro para março, aumentou em R$ 415 mil o pedido total de reembolsos. Muitos parlamentes, porém, não escondem a insatisfação. Virgílio Guimarães (PT-MG), por exemplo, acha desagradável um deputado ter de pedir nota fiscal para tudo. Com justificativas similares, os colegas do petista tentam aprovar uma mudança na Câmara para tornar mais flexíveis as regras de uso da verba indenizatória.Projeto aprovado no dia 22 de março na Comissão de Finanças e em tramitação na Casa permite que cada deputado gaste entre R$ 2.416,81 e R$ 5.416,81 mensalmente sem comprovação de despesas. O valor maior é para quem mora em apartamento funcional e, por isso mesmo, não tem direito a R$ 3 mil de auxílio moradia. O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), até agora se manifestou contra a mudança, que continua à espera de definição.
São Paulo - O economista Marcio Pochmann, professor do Instituto de Economia (IE) e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), disse que os ganhos de produtividade obtidos pelo mundo do trabalho já permitem que a jornada dos trabalhadores possa ser de quatro horas por dia, em três dias por semana. “Há singularidade do trabalho hoje: os ganhos de produtividade foram muito significativos e há condições técnicas para reduzir a jornada, sem comprometer o desempenho”, afirmou o especialista, durante apresentação da pesquisa sobre terceirização no mercado de trabalho de São Paulo encomendada pelo Sindicato dos Empregados em Empresas de Prestação de Serviços e Terceiros, Colocação de Mão-de-obra, Trabalho Temporário, Leitura de Medidores e Entrega de Avisos do Estado de São Paulo (Sindeepres). De acordo com Pochmann, “é natural” que empresários relutem em aceitar a diminuição da jornada de trabalho alegando queda de eficiência, assim como há hoje toda uma discussão na França sobre supostos efeitos negativos que a redução de jornada teria provocado àquele secular mercado de trabalho, mas que, de fato, todas as condições técnicas estão dadas para que determinados grupos de trabalhadores, como prestadores de serviços e funcionários do comércio, possam ter uma carga menor de trabalho. “Não é possível reduzir a jornada numa fábrica, onde há linha de montagem, mas em prestação de serviços não há necessidade de o trabalhador permanecer por oito horas no mesmo local de trabalho todos os dias”, analisou. “Os empresários podem argumentar que não há espaço para redução, assim como no início do século XX muitos não entendiam que a jornada de 14 horas por dia diminuía a produtividade e provocava uma série de doenças no trabalhador”, exemplificou. No estudo, o economista relata que 423,97 mil pessoas do Estado de São Paulo trabalham formalmente em empresas de terceirização. Em 1985, eram 60,47 mil trabalhadores. Cruzando informações das guias do Sindeepres, com dados do Ministério do Trabalho e Emprego e da Caixa Econômica Federal, Pochmann constatou que, de 1985 a 2005, dos cerca de 3 milhões de empregos criados em São Paulo, 12,1% foram gerados por empreendimentos envolvidos com terceirização de mão-de-obra.