O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) iniciou ontem o 10º Censo Agropecuário em todo país. São 68 mil recenseadores no Brasil e cerca de 8.400 em Minas.
A primeira pesquisa aconteceu em 1920 e, desde 1996, o censo não era feito. De acordo com Maria Virgínia Fonseca da Rocha, coordenadora do censo em Minas, o estudo deveria ser realizado com intervalo de cinco anos, mas não é feito por falta de verba.
“O censo não era feito por falta de recursos orçamentários e agora o governo (federal) disponibilizou”, afirma. O gasto total previsto para a pesquisa, que inclui o censo populacional em município com, no máximo 170 mil habitantes, é de cerca de R$ 560 milhões.
O estudo no setor agropecuário inclui agricultura, silvicultura (cultivo de florestas), pecuária, aqüicultura (criação de plantas ou animais aquáticos), apicultura, sericicultura (criação de bicho-da-seda), extração vegetal, beneficiamento e transformação de produtos agropecuários.
Ao todo são 5.564 municípios brasileiros e 853 mineiros. O objetivo é “conhecer o cenário agrícola” e revelar a situação do setor no período de dez anos.
O censo vai informar o que é produzido e quanto, a área e infra-estrutura, quantas pessoas emprega, qual maquinário é usado e como é feita a destinação das embalagens de agrotóxicos, entre outros.
O secretário de Estado de Agricultura Pecuária e Abastecimento, Gilman Viana, considera o censo um caminho para “definir políticas públicas”.
“Nenhuma economia prospera sem fazer o seu auto-retrato, por isso é fundamental a realização do censo do setor rural e seu sucesso dependerá principalmente da colaboração dos produtores, entidades, prefeituras e câmaras de vereadores”, afirmou.
Tecnologia
A novidade da pesquisa 2007 é que os questionários de papel forma substituídos por computadores de mão que, além de transmitir os dados com maior agilidade, diminui erros do recenseador.
A previsão para o resultado da pesquisa é até o final de setembro. Os recenseadores são identificados com crachá, mas o entrevistado pode confirmar os dados deles pelo telefone 0800 721 8181.
Grandes e médias cidades ficam de fora
Dos 853 municípios mineiros, apenas 12 não serão pesquisados. Esse número representa 36% da população do Estado. No Brasil, o total de cidades que farão parte da contagem é 5.435. O censo vai investigar, além do número, o sexo e a idade dos habitantes.
Minas é o Estado que tem maior número de municípios a serem pesquisados na contagem populacional (841), seguido de São Paulo (601).
“O setor agropecuário brasileiro mudou muito, se diversificou e alcançou um estágio bastante desenvolvido no mercado internacional. Precisamos conhecer o novo retrato do Brasil”, afirmou ontem o presidente do IBGE, Eduardo Nunes. O estudo vai abranger apenas os municípios com, no máximo, 170 mil habitantes.
Maria Virgínia Fonseca da Rocha, coordenadora do censo em Minas, explica que esse recorte é uma pressão dos prefeitos de pequenas cidades que recebem o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) de acordo com a densidade demográfica.
“Para cada número de habitantes existe uma faixa. A alíquota que a cidade recebe vai ampliando de acordo com o número de moradores. Nas cidades maiores, a alíquota é fixa e não altera o percentual”, explica.
Fonte: O Tempo - 17 ABR 07
