Jornalista e mestre em História Social pela Universidade de São Paulo (USP). Servidor público de Cubatão, atua na assessoria de imprensa da prefeitura do município.
Nas análises das estruturas narrativas é comum os pensadores dividirem a natureza das ações de acordo com o espaço em que elas ocorrem. Os espaços basicamente representam as situações de apresentação inicial da trama, do desenvolvimento do conflito e o do retorno da jornada, os famosos começo, meio e fim. Do formalista russo Vladimir Propp, passando pelo estudioso dos mitos Joseph Campbell e chegando ao consultor de roteiros para os estúdios Disney Christopher Vogler, percebe-se como contamos sempre as mesmas histórias. A graça da literatura está no arranjo que o talento de cada escritor consegue dar aos componentes básicos de cada uma.
Na coluna anterior, Porto Literário trouxe a história das obras de saneamento em Santos narrada em Os planos da cidade: as políticas de intervenção urbana em Santos – de Estevan Fuertes a Saturnino de Brito (1892-1910), obra do arquiteto Sidney Piochi Bernardini. Na ocasião, o assunto eram as diferenças políticas entre o governo estadual e municipal. Hoje, é o engenheiro e médico nascido em Porto Rico. Fuertes, cientista da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, idealizou projetos sanitários para Santos e o litoral paulista entre 1892 e 1895.
Em 25 de abril de 1913, o engenheiro sanitarista carioca Francisco Saturnino Rodrigues de Brito inicia uma disputa política e intelectual com a Câmara Municipal de Santos. Nesta data ele encaminha um ofício à câmara em que exige a aprovação da Planta de Santos, projeto elaborado pelo urbanista e apresentado ao município também por ofício, em 30 de dezembro de 1910. As diferenças entre os poderes local e estadual são históricas.
Começo a semana com um pedido de desculpas aos colegas que atualizam o PortoGente. Uma infecção no meu computador me impediu de mandar a coluna no prazo de segunda-feira. O pedido se estende aos dois leitores que acompanham o espaço.
Nas duas últimas semanas Porto Literário passeou por duas edições do romance de identidade portuária Navios Iluminados (ver artigos). Foram comparados os textos que vêm junto com a obra no livro: prefácios, orelhas, etc. Desta vez voltamos ao conteúdo, ainda que a partir da análise desses tais textos.