Sábado, 28 Dezembro 2024

Alessandro Atanes

Jornalista e mestre em História Social pela Universidade de São Paulo (USP). Servidor público de Cubatão, atua na assessoria de imprensa da prefeitura do município.

1925. Três anos se passaram desde a Semana de Arte Moderna e Oswald de Andrade publica em Paris, pela editora Sans Pareil, o livro Pau Brasil com uma série de poemas em busca de uma brasilidade poética moderna, traço característico dos vanguardistas do período que, como exprime Paulo Prado no prefácio, tinham a intenção de exterminar “o mal da eloquência balofa e roçagante”.

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Na década de 70 do século XIX, Machado de Assis discorria na imprensa de Nova York sobre os temas da literatura brasileira daquele período. No meio do texto, há uma consideração muito eficaz sobre as relações entre História e Literatura, tema deste espaço já há algum tempo. Ao tratar dos povos de antes da chegada de portugueses e espanhóis como tema literário, Machado escreveu que se deve “inclinar a imaginação dos poetas para os povos que primeiro beberam os ares destas regiões, consorciando na literatura o que a fatalidade da história divorciou”.

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Nas aulas de História da Cultura que cursei em 2006 lá na USP, um dos textos básicos indicados pelo professor Nicolau Sevcenko foi A musa aprende a escrever (1986), de Eric Havelock. Nesse livro, o estudioso britânico analisa a ascensão da cultura escrita entre os gregos em torno do século IV antes de Cristo, ainda que tenha havido momentos em que as duas culturas se compenetravam: “A musa não se transformou nunca na amante rejeitada dos gregos (...) ela aprendeu a ler e escrever mesmo continuando a cantar”.

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As leituras são cumulativas, isso é claro, e muitas vezes se interpenetram, o que é muito comum quando se lê alguns livros ao mesmo tempo. É esse encadeamento de leituras, que remete ao primeiro livro escrito e que aponta para todos os que ainda serão publicados, que Umberto Eco chamou de enciclopédia pessoal e Jorge Luis Borges de a biblioteca infinita.

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IMotivo da coluna da semana passada por causa da reflexão sobre Cubatão em sua obra, o escritor Marcelo Ariel volta ao Porto Literário, desta vez devido a dois de seus poemas terem sido publicados em julho na Alemanha em uma coletânea de escritores latinoamericanos, Mehr als Bücher/Más que libros (Mais que livros), edição bilíngüe alemão-espanhol (com exceção das poesias dos brasileiros, editadas em alemão e português).

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