Terça, 04 Fevereiro 2025

Notícias do dia

No comando da União Nacional dos Estudantes (UNE) há uma geração, o PC do B tornou a liderar a chapa vitoriosa na nova eleição da entidade, domingo, em Brasília. Conduzida pela militante gaúcha Lúcia Stumpf, 25 anos, aluna de uma faculdade particular de jornalismo em São Paulo, a fronda oficial recebeu 72% dos votos de 2.700 delegados. A sua composição espelha o núcleo da base parlamentar governista, embora com pesos diferentes e, naturalmente, sem a participação de representantes dos partidos de direita que engrossam o lulismo. A chapa inclui, além dos chamados comunistas, representantes do PT (devidamente fragmentados em tendências), PMDB e PSB. A eleição foi o ponto culminante do 50º Congresso da UNE em 70 anos de uma existência que já conheceu dias melhores, na legalidade ou na clandestinidade.Afinal, a primeira bandeira da organização nascida sob o signo do pluralismo, sob o Estado Novo de Vargas, foi a do envio de tropas brasileiras para lutar contra o nazi-fascismo na Europa, com o qual o ditador flertara antes que ficasse clara a direção dos ventos da conflagração mundial. Dizimada pelo regime militar de 1964 e reconstruída em 1979, de novo se alinhou na vanguarda do combate democrático, encarnado, dessa vez, no movimento das Diretas-Já. Hoje, o seu principal estandarte é a demanda pela decapitação do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. (Antes o vendilhão da Pátria era Palocci, quando o então ministro da Fazenda personificava a continuidade da política econômica “neoliberal” de Fernando Henrique.) O supra-sumo da falta de caráter político dos congressistas da UNE foi poupar o presidente Lula enquanto demoliam o modelo que ele não se cansa de louvar.Dificilmente se encontrará, hoje em dia, nos países livres, uma associação que se pretenda representativa da população universitária e seja tão submissa a um chefe de governo, tão pelega como esta peculiar organização de jovens destituídos de espinha dorsal. Deles se pode dizer que, se são loucos, não rasgam nota de mil. No mais, o furor de suas divergências, quando existem, lembra a arguta observação de que, em qualquer instituição, as disputas tendem a se radicalizar tanto mais quanto menor for a relevância do que, a rigor, está em jogo. O que a UNE apóia ou condena não faz a menor diferença para a imensa maioria dos seus supostos representados, que dirá da sociedade em geral. O congresso da entidade, aliás, ignorou o fato mais importante do ano até aqui no setor - a ocupação, durante 50 dias, do prédio da Reitoria da Universidade de São Paulo (USP), iniciada e mantida à revelia do PC do B.A falta de representatividade da UNE foi indiretamente admitida pelo antecessor da recém-eleita presidente Lúcia Stumpf, o seu correligionário Gustavo Petta. Ele atribuiu a retórica radical que predominava no congresso ao fato de ser muito jovem a grande maioria dos participantes, alunos do 1º e do 2º ano das faculdades. “O pessoal mais adiantado”, comparou, “é absorvido pela lógica do mercado.” Ou seja, não está nem aí para as proclamações ou conclamações da militância. Ainda assim, elas merecem registro, como sintomas de uma mentalidade debilitada pelo uso abusivo de teorias conspiratórias - nenhuma delas mais entusiasticamente acolhida do que a dos intentos antinacionais e antipopulares da “mídia burguesa”. Nesse palco, em que a indigência se estendia até onde a vista alcançasse, ouviu-se que a imprensa fabrica escândalos para solapar o governo Lula e “combater o avanço do socialismo”.Já não se trata só do fartamente demonstrado esquema do mensalão. Do complô da mídia faz parte a invenção de outras falsidades como seriam o escândalo dos sanguessugas - que envolveu políticos das mais diversas legendas -, a investigação das nebulosas movimentações financeiras que assombram o presidente do Senado, Renan Calheiros, e as incontestáveis revelações que levaram o seu colega de PMDB Joaquim Roriz à renúncia para impedir o processo contra ele no Conselho de Ética da Casa, por quebra de decoro parlamentar. Quando acusações dessa espécie à imprensa reverberam no plenário da UNE é porque se está ali em pleno território da patologia que em outros tempos era conhecida como alienação - só que no sentido clínico do termo.

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A CPI do Apagão Aéreo afirmou ontem que vai pedir a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico dos envolvidos no contrato de R$ 26,8 milhões entre a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) e a FS3 Comunicação. A decisão foi tomada com base em depoimentos de representantes do Ministério Público Federal, da Controladoria-Geral da União e da Polícia Federal, que confirmaram ontem a existência de fortes indícios de superfaturamento no contrato. Para o relator, Demóstenes Torres (DEM-GO), uma “gangue” se instalou na Infraero e “muitos delinqüentes” continuam a trabalhar na estatal.Segundo o procurador Rômulo Moreira Conrado, do Ministério Público Federal, as justificativas da Infraero para dispensar concorrência foram “toscas”. Há ainda suspeitas de que se tenha criado uma empresa apenas para o trabalho sob análise. As negociações começaram em julho de 2003 e a FS3 só foi formalmente constituída no dia 15 do mês seguinte.O auditor da Infraero Fernando Silva de Andrade, um dos encarregados pela estatal de investigar irregularidades, confirmou o superfaturamento. Pelo contrato, a FS3 forneceria um software, o Advantage V.2, que centralizaria informações sobre a comercialização de mídia nos aeroportos. “Há indícios de que houve jogo de cartas marcadas. Não houve vantagem nenhuma para a Infraero.”Segundo o auditor, a estatal pagou para a FS3 cerca de R$ 23 milhões dos R$ 26,8 milhões. Para Andrade, ficou claro que o software adquirido teve um preço superfaturado depois de uma comparação com outro programa da estatal. “Bem mais complexo, para todo o setor financeiro, ele custou R$ 15,6 milhões, num contrato que durou de 2002 a 2006.” O programa fornecido pela FS3 funcionou de maio a dezembro de 2005.O analista da Controladoria-Geral da União (CGU) Amarildo José Leite disse que deveria ter sido feita “uma concorrência internacional”. “Esse tipo de software é usado na Argentina e do Uruguai.”Segundo ele, há indícios de irregularidades por parte de três funcionários da Infraero: Fernando Brendaglia, Mariângela Russo e Márcia Chaves. Os três foram afastados das chefias, embora continuem na estatal. Seus advogados garantem que não há provas contra eles.RESPOSTAUm sócio da FS3, Ettore Casoria, afirmou há duas semanas à Revista Consultor Jurídico, que, como não havia empresas que desenvolvessem trabalho similar em 2005, a contratação foi feita com a dispensa de licitação por notória especialização. Ele explicou que o ineditismo do produto causou realmente a criação da empresa - que obteve, antes, o certificado da Associação Brasileira de Software, reconhecendo a exclusividade tanto do sistema quanto da licença sobre o Advantage.A empresa ainda alega que mapeou todo o sistema de mídia em aeroportos do País, que era desconhecido da Infraero e poderia quadruplicar seu faturamento, e foi contratada apenas para criar uma solução tecnológica. A Infraero foi quem deixou de aplicar o software.

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A BHP Billiton Ltd. , maior mineradora do mundo, está em negociações com empresas de participação para apresentar uma possível oferta conjunta de US$ 40 bilhões pela companhia norte-americana de alumínio Alcoa. A informação foi dada pelo jornal Times ontem.

O jornal britânico, citando fontes anônimas envolvidas nas negociações, informou que a maior mineradora do mundo dá preferência para a parceria com o Blackstone Group. A empresa de private equity contratou Paul O’’Neill, ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos e presidente-executivo da Alcoa de 1987 a 1999, como um de seus conselheiros especiais.

O Times afirma ainda que a BHP designou, no mês passado, o banco de investimento Merrill Lynch para trabalhar em uma possível oferta pela canadense Alcan, que é objeto de uma oferta hostil da Alcoa de US$ 28,7 bilhões.

O Times afirmou que a Alcoa é o principal alvo da BHP, mas está relutante em pagar um prêmio por ativos que não quer manter e por isso quer se juntar a outro parceiro na oferta.

Procurada pela Bloomberg, a BHP não quis comentar a reportagem do Times, segundo Samantha Evans, porta-voz da mineradora. John Ford, porta-voz do Blackstone, também preferiu não comentar o assunto.

Ainda de acordo com as fontes, a BHP estaria interessada no ativos de mineração e refino da Alcoa enquanto o parceiro da empresa na oferta de compra ficaria com os ativos de empacotamento e manufatura.

A alta de quase cinco nos preços dos metais levaram as empresas a terem lucros recordes e a pelo menos US$ 106 bilhões em aquisições na indústria somente este ano, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

"A mineração é um dos últimos bastiões no qual as empresas de private equity ainda não se arriscaram a ingressar", disse Bhagyesh Dash, diretor administrativo da Crosby Capital Partners Inc.de Cingapura. "Estes são os melhores alvos. Os preços das commodities não deverão recuar para seus níveis antigos", acrescentou Dash. "São os ovos de ouro do momento", concluiu.

Ontem, as ações da BHP se mantiveram estáveis cotadas a 38,79 dólares australianos na Bolsa de Valores da Austrália. Os papéis da empresajá acumulam alta de 53% este ano.

A compra da Alcoa, com sede em Nova York, daria à BHP um aumento de mais de 10% no lucros e faria da mineradora a maior produtora de alumínio e alumina do mundo, segundo o UBS AG.

Na última segunda-feira, a Alcoa informou que registrou uma queda de 3,9% em seu lucro líquido durante o último trimestre.

Alcoa versus Alcan

Em seu segundo trimestre fiscal, que terminou no dia 30 de junho, a empresa registrou lucro de US$ 715 milhões ou US$ 0,81 por ação, em comparação aos US$ 744 milhões ou US$ 0,85 por título do mesmo período do ano anterior.

Além disso, a companhia americana anunciou que estenderá até 10 de agosto, sem descartar futuros adiamentos, o prazo para retirar sua oferta de compra de sua rival, a canadense Alcan.

"A ampliação do prazo dará aos acionistas da Alcan mais tempo para considerar nossa oferta. Enquanto isto, continuamos buscando os diversos aprovados do Governo e das autoridades reguladoras necessários para completar a oferta", afirmou em comunicado Alain Belda, presidente e executivo-chefe da Alcoa.

A empresa americana disse também no início da semana que todos os detalhes e condições de sua oferta original não mudaram, com exceção do prazo para fechar um acordo sobre a transação. Se as dívidas forem levadas em consideração, a oferta da Alcoa vale US$ 33 bilhões.

Fonte: DCI - 11 JUL 07
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Esses benefícios ainda não convenceram o trabalhador. Há reivindicações antigas que começarão a ser atendidas, mas a classe portuária quer mesmo melhores condições de segurança para que não haja mais vítimas fatais no Porto de Santos. Grande parte dos estivadores, a maior categoria portuária, aponta a redução dos ternos como o principal vilão das mortes.

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Técnico com larga experiência no setor portuário nacional, tendo ocupado a presidência da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) e de Imbituba/SC (CDI), Fernando Vianna segue na ativa com diversas propostas para o desenvolvimento do País. Em entrevista ao PortoGente, ele aponta o desenho de infra-estrutura de transportes como o maior dos gargalos logísticos em território nacional. Para Vianna, é inconcebível que os portos estejam à mercê de decisões adotadas por representantes que jamais estudaram a “Teoria dos Portos”. Atualmente ocupando os cargos de diretor-técnico do Instituto Nacional de Desenvolvimento Portuário (Indep) e de engenheiro do Ministério dos Transportes, ele argumenta que o Brasil é uma nação privilegiada de recursos que permitem novas oportunidades para quem tem talento, sensibilidade e disposição para o trabalho. “Pobre é um país sem recursos”. Casado, pai de três filhos e tendo leitura, praia, carros antigos e pescaria como atividades de lazer, Vianna acredita que a eliminação dos acidentes de trabalho está na responsabilidade social. “Responsabilidade social nos portos é buscar o êxito integrando vitalidade dos negócios e a qualidade de vida do trabalhador, pois o trabalho nos portos é instável, penoso e estigmatiza os seus trabalhadores, marcando-os como pessoas rudes e perigosas e atingindo sua auto-estima”. PortoGente - Quais são hoje, em sua visão, os principais gargalos logísticos do País? Fernando Vianna – Muitos. O atual desenho de infra-estrutura de transportes é o maior deles, mas existem muitos outros. Podemos até dizer que no Brasil não se faz logística na sua plenitude. Hoje, finalmente surge um órgão (Secretaria Especial de Portos) voltado para o desenvolvimento e para as operações dos portos, que tem como desafio a implantação de uma estrutura moderna e avançada que atenda aos segmentos e seus interesses e invista na tão esperada mudança de cultura que o governo positivamente propõe. A burocratização atinge frontalmente as relações com o comércio exterior. PortoGente - O Brasil ainda não consegue integrar os modais rodoviário, ferroviário e hidroviário. O que deve ser adotado para melhorar o complexo de transportes em território nacional? Vianna - Dar maior liberdade ao empresário de transporte para que sejam, por ele, adotadas as alternativas mais viáveis e de menor custo. Aí, necessariamente, a iniciativa privada buscará a multimodalidade e a logística na sua plenitude. O Brasil é generosamente provido pela natureza de forma que permite a garantia de retorno de investimento no que tange aos transportes. Concentrar incentivos como opção de fluxo apenas no rodoviário parece ser coisa do passado. Para um país como o nosso, com um parque produtivo tão extenso e diversificado, o ideal é a multimodalidade como estratégia. Assim, haverá trabalho, negócios e desenvolvimento para todos. PortoGente - Como o senhor analisa a questão da segurança do trabalho nos portos brasileiros. Em Santos, ocorreram oito mortes nos últimos oito meses, além de um sem número de operários machucados e mutilados. O que precisa ser corrigido? Vianna - A questão da segurança do trabalho nos portos precisa ser revista urgentemente. Responsabilidade social nos portos é buscar o êxito integrando vitalidade dos negócios e a qualidade de vida do trabalhador, pois o trabalho nos portos é instável, penoso e estigmatiza os seus trabalhadores, marcando-os como pessoas rudes e perigosas e atingindo sua auto estima. Paralelamente, a cultura portuária, ao longo dos tempos, nunca prestigiou as questões de segurança e saúde ocupacionais, priorizando, a qualquer custo, os ganhos na prestação dos serviços. Apesar dos avanços tecnológicos nos processos operacionais e no novo regime jurídico de exploração dos portos e instalações portuárias, persistem as precárias condições e pesadas sobrecargas laborais. Quando surgem as ofertas de trabalho, ocorre o descaso pelos riscos das atividades, agravados pela ainda incipiente política de treinamento e habilitação profissional dos trabalhado res. Esse cenário favorece a ocorrência de acidentes graves e fatais e de doenças do trabalho.

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