Terça, 04 Fevereiro 2025
A terceira visita do ministro dos Portos, Pedro Brito, à Baixada Santista trouxe – pelo menos no papel - ares de esperança, principalmente no que diz respeito à questão da saúde e segurança dos trabalhadores do Porto de Santos. Dentre as medidas estabelecidas pela Comissão de Segurança Portuária, recém-criada pela Secretaria Especial de Portos (SEP), está a pré-disposição de quatro ambulâncias da Codesp para casos de emergência no porto; campanha de conscientização do trabalhador para o uso dos EPI´s nas operações no cais e a construção e manutenção dos banheiros e vestiários nos terminais.

 

Esses benefícios ainda não convenceram o trabalhador. Há reivindicações antigas que começarão a ser atendidas, mas a classe portuária quer mesmo melhores condições de segurança para que não haja mais vítimas fatais no Porto de Santos. Grande parte dos estivadores, a maior categoria portuária, aponta a redução dos ternos como o principal vilão das mortes.  

 

Veja o que estivador Vladimir Dionísio da Silva pensa a respeito das novas medidas. Para ele as autoridades só tomam atitude depois que a tragédia acontece. “Isso já deveria ter sido feito antes, só agora eles estão olhando para nós”.

 

Assista ao depoimento de Constantino Romano Daniel, outro estivador indignado com a falta de consideração das autoridades. “Não é o despreparo do trabalhador que causa morte e, sim, a falta de gente para trabalhar. Isso é só para desviar a atenção para a verdadeira causa. As mortes nunca vão acabar.”

 

Confira o que disse José Acácio de Jesus sobre as atitudes tomadas pela SEP. Ele concorda com a campanha de conscientização, mas atribui as mortes à redução dos ternos. “Os estivadores já estão conscientes, eles usam os EPI´s. O que está acontecendo é que eles reduziram as equipes de trabalho e não tem quem sinalize as operações e por isso acontecem os acidentes. Pode estar até vestido de ferro, se vier o contêiner vai amassar porque não vai ter ninguém para avisar”.

 

Veja a opinião do estivador Sérgio Renato Oliveira, 15 anos de cais santista. “Isso não vai resolver, o trabalhador já sabe como usar o EPI. O estivador tem que parar de quebrar galho. Se o equipamento não tiver condições não tem que trabalhar”.  

 

 

Fonte: PortoGente - 10 JUL 07

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