Domingo, 02 Fevereiro 2025

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A indústria vive um momento de tensão em relação ao fornecimento de insumos importantes, em um cenário de produção a toda carga para atender à demanda e de estoques em queda.

Motivos para tensão não faltam: o preço da nafta sobe 10% em dólar a partir de hoje, o que terá efeito direto sobre o setor petroquímico e o corte no fornecimento de parte do gás pela Petrobras, anunciado terça-feira, impacta a produção de empresas como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Bayer.

Além disso, o preço do minério de ferro, insumo básico para a siderurgia, continua a subir e está acima de US$ 130 no mercado à vista, utilizado pelas empresas que não têm contratos com fornecedores do produto, como a Vale do Rio Doce. A cotação é superior aos US$ 111 pagos, em média, pelo minério entregue na China. E o preço da energia elétrica preocupa as grandes empresas, depois de a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) fixar a cotação em R$ 122 por megawatt-hora na Usina de Santo Antônio, do Projeto Madeira.

Para agravar esse quadro, a indústria opera com estoques em baixa. De acordo com levantamento da Confederação Nacional da Indústria, os estoques dos fabricantes de plástico estão no nível 46,4 e os de produtores de veículos, em 48,4, em uma escala em que 50 significa equilíbrio.

Essas incertezas quanto aos insumos acontecem quando a indústria ainda comemora resultados positivos. A Indústrias Romi, por exemplo, maior fabricante de máquinas-ferramenta e injetoras de plástico, registra crescimento de pedidos de até 70% até setembro. (Leia texto na página B2)

Nafta sobe 42% em dólar

Impulsionado pela cotação do barril de petróleo acima dos US$ 90, o preço da tonelada da nafta subiu mais US$ 8 dólares, sendo comercializada desde ontem a R$ 1.339 (preço oficial da Petrobras).

No acumulado de janeiro a outubro, o preço do produto aumentou 42% em dólar. Com o aumento do preço da principal matéria-prima para o setor petroquímico, as resinas plásticas poderão sofrer reajustes nos próximos meses.

A Petrobras, única fornecedora de nafta petroquímica no País, calcula um preço fixo mensal para o derivado de petróleo considerando indicadores da variação cambial e preço da nafta no mercado internacional do mês anterior. Além disso, a estatal cobra uma taxa pelo transporte do produto, que somado ultrapassa o valor do mercado externo.

De acordo com Otávio Carvalho, diretor sócio da Maxiquim, consultoria especializada no setor petroquímico, o aumento do preço da nafta em novembro foi minimizado em função da valorização do câmbio.

"Os contratos da nafta no Brasil são firmados em reais, multiplicados por um dólar médio do mês anterior. O dólar médio de outubro ficou em R$ 1,80, portanto o aumento da nafta de outubro para novembro está atrelado à desvalorização do dólar neste período", explicou Carvalho.

Ele previu que as petroquímicas deverão reajustar os preços dos seus produtos diante da valorização da nafta. "As resinas devem ter aumento de preço, mas não na mesma velocidade da nafta", lembrou o consultor.

Diante da alta do barril de petróleo, o gás natural se torna uma alternativa para o setor petroquímico. A Riopol, por exemplo, produz 540 mil toneladas anuais de polietilenos a partir do gás proveniente da Bacia de Campos (RJ). Porém, a baixa disponibilidade do produto e o crescente aumento de demanda do setor termoelétrico, industrial e doméstico fazem com que a Petrobras tenha dificuldade de suprir todos os mercados consumidores.

Na terça-feira, a estatal racionalizou em 17% o fornecimento de gás natural para a Comgás (que atua em São Paulo) e CEG (que atua no Rio de Janeiro) visando garantir a energia das usinas termoelétricas a gás natural do País. As plantas da Bayer e CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), localizadas no Rio de Janeiro, foram prejudicadas pela interrupção.

Corte à vista

De acordo com Dilma Pena, secretária de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo, o fornecimento para São Paulo não foi prejudicado, mas a o potencial de corte do estado de 400 mil m³ pode ocorrer a qualquer momento.

"Conversamos com a diretora de gás e energia da Petrobras, Maria das Graças Foster, e nos foi informado que ainda não foi necessário realizar o corte no Estado de São Paulo", destacou Dilma.

Segundo a secretária, a Petrobras necessita de 1,2 milhão de m³ por dia de gás natural para abastecer as termoelétricas que integram o termo de compromisso assinado com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

"Desse volume, a Petrobras já possui 800 mil m³ por dia assegurados que não afetam o mercado de São Paulo. De fato, a situação é estressante, mas está sendo gerenciada para que os efeitos sejam minimizados", afirmou Dilma.

A Comgás está negociando com os clientes que consomem grandes volumes de gás natural a substituição do produto por óleo combustível, por causa da restrição temporária no fornecimento do gás pela Petrobras. Segundo a companhia, a medida foi tomada por sugestão da Petrobras, que garantiria o fornecimento do óleo a preço mais baixo.

A Comgás diz que buscou reduzir o volume de gás natural por ela recebido da Petrobras em até 1 milhão de metros cúbicos por dia.

Para Paulo Godoy, presidente da Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de Base (Abdib), o problema no fornecimento de gás natural reforça a necessidade de uma política energético de longo prazo.

Segundo ele, o segmento mais prejudicado é o industrial e principalmente as empresas que investiram na substituição de sua matriz energética por gás.

"Com a potencialidade energética que o País tem, esta interrupção de fornecimento é um certificado de incompetência para o Brasil. Isso reforça o alerta de que em termos de energia não se pode brincar", afirmou Godoy.
Fonte: DCI - 01 NOV 07
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Os entroncamentos de escoamento de cargas em áreas estratégicas estão cada vez mais presentes nos planos de expansão das grandes empresas do setor de logística e comércio exterior. Elas começam a voltar suas atenções com mais ênfase para o interior de São Paulo, em regiões como Campinas, Presidente Prudente e Ribeirão Preto. Fora isso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro também atrairão investimentos do setor no próximo ano, segundo especialistas.

A tendência deve-se ao fato de que as empresas de logística têm buscado alternativas viáveis aos grandes centros, que estão ficando saturados. Assim, as empresas multinacionais ou de grande porte preferem desenvolver atividades no interior, com boa malha rodoviária, que possibilita o transporte de equipamentos com agilidade e o escoamento dos produtos com mais rapidez.

Uma das que apostam nessa estratégia é a Gefco logística do Brasil, que iniciou suas atividades no País em 1999, no ramo de transporte, armazenagem e distribuição. Presente nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, desde o início do ano a operadora vem intensificando sua estratégia na região de Campinas e em outras regiões do interior.

Para o próximo ano, os planos de expansão envolvem a chegada a Presidente Prudente, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, sul de Minas e uma interligação com o Rio de Janeiro. Na região de Campinas, a empresa teve um faturamento, no ano passado, de R$ 8 milhões e para este ano a previsão é de fechar com algo em torno de R$ 12 milhões.

De acordo com Gildasio Silva, gerente nacional de Transportes da Gefco, para 2008 a projeção é a empresa atingir um crescimento de 70%. "Mas acreditamos que os negócios possam chegar a um faturamento de R$ 20 milhões graças à associação com uma grande empresa de cosméticos", comentou ele, sem dar mais detalhes sobre a parceria.

Mato Grosso

Outra com atenção mais voltada a determinada área regional é a América Latina Logística (ALL), interessada em ampliar sua presença no Mato Grosso do Sul nos próximos anos. Até a primeira quinzena de janeiro de 2008, a empresa irá investir R$ 940 mil na via permanente do trecho que envolve a manutenção entre Carandazal e Agente Inocêncio, no Mato Grosso do Sul - que totaliza um percurso de 32 km. O investimento dá suporte ao plano para aumento da produtividade. Entre os serviços que serão realizados no trecho, está a troca de 9,7 mil dormentes e de 10 mil metros de trilhos. A ALL investiu, entre junho de 2006 e julho deste ano, R$ 63,5 milhões no Mato Grosso do Sul, o que representa 12% do total de investimentos da companhia no período. Entre 2007 e 2008, a empresa estuda direcionar R$ 150 milhões à região.

Para os próximos anos, a empresa planeja investir R$ 2,5 bilhões em sua malha. Para o Estado do Mato Grosso do Sul, a previsão é crescer tanto no transporte de granéis quanto de produtos industrializados, mercado não operado pela concessão anterior.

Vale lembrar que a ALL continua investindo em alta tecnologia para as operações no Brasil, com destaque à chamada Malha Norte (São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul). A operadora logística começou a instalar nos computadores de bordo das locomotivas do trecho ferroviário o dispositivo Cerca Eletrônica - já utilizado na Malha Sul.

Aporte

Atuando nos ramos de transporte, logística e remoção industrial, com sede em Campinas, a Mopri Transportes Ltda. tem a a perspectiva de aplicar, ano que vem, R$ 1 milhão na abertura de novas filiais, em estrutura funcional e em mão-de-obra especializada, além de investir também na ampliação de armazéns e em novas bases operacionais. Para Ricardo César David, diretor da Mopri, a previsão da empresa é chegar a um faturamento 20% maior em 2008. "Estamos otimistas como o próximo ano, que indica uma economia estável e um mercado mais profissionalizado", comentou. Atualmente, segundo o executivo, a Mopri atua em São José dos Campos, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul e Tocantins, e obteve, ano passado, faturamento estimado em R$ 14 milhões.

Tendo como um de seus principais clientes a Dell Computadores, que inaugurou este ano uma fábrica em Hortolândia, na região metropolitana de Campinas, a Campos Operador Logístico atua fortemente em importação e exportação. Com sede em Campinas desde 1967, a empresa atua também com transporte, armazenagem e operação logística, e deve fechar este ano com a receita de R$ 27 milhões - valor 20% superior ao de 2006. Segundo José Paulo dos Santos Alves Ferreira, diretor superintendente da Campus, a expectativa para o próximo ano é alcançar um faturamento de R$ 30 milhões. "Como acreditamos que o mercado estará favorável no ano que vem, a empresa pretende investir na ordem de R$ 3,5 milhões em qualificação de pessoal", comentou.

Fonte: DCI - 01 NOV 07
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A troca de comando político dos portos nacionais, passando das mãos do PT para o PSB de Ciro Gomes, teve mais um lance. Foi nesta terça-feira (30), em Santos. A Cia. Docas de Santos, a Codesp, tem um novo Conselho de Administração (Consad). Sai o petista de carteirinha Paulo de Tarso Carneiro, que leva em seu “currículo” à frente do conselho a assinatura do polêmico aditivo da Localfrio; e entra o secretário-adjunto da SEP, o engenheiro José Roberto Correia Serra.

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O Órgão Gestor de Mão-de-Obra (Ogmo) local considera obrigatória a convocação de avulsos em Navegantes, por entender que o novo complexo está na área do porto organizado de Itajaí, onde qualquer operação é feita com a ajuda dos portuários sem vínculo com alguma empresa do setor.

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Qual é a “liberdade desfigurada” do sindicalismo do setor público brasileiro? Um tema diferente, sem dúvida nenhuma, mas que o professor titular da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da PUC-SP, Arnaldo José França Mazzei Nogueira, resolveu estudar. O estudo virou um livro, recentemente publicado pela Editora Expressão Popular.

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