Qual é a “liberdade desfigurada” do sindicalismo do setor público brasileiro? Um tema diferente, sem dúvida nenhuma, mas que o professor titular da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da PUC-SP, Arnaldo José França Mazzei Nogueira, resolveu estudar. O estudo virou um livro, recentemente publicado pela Editora Expressão Popular.
Nogueira, que também é professor Doutor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP e dos Programas de Estudos Pós-graduados em Administração da PUC-SP e de Pós-graduação em Administração da FEA-USP (até 2007), nesta entrevista a Debate Sindical, observa que a liberdade desfigurada foi causada pela ação de governos e do estado capitalista.
O sindicalismo do setor público, ainda pelo estudo de Nogueira, é favorecido pelo emprego formal, estatutário e mais estável.
Arnaldo Nogueira é, ainda, pesquisador em Relações de trabalho e sindicalismo do setor privado e público. Além de "A liberdade desfigurada: trajetória do sindicalismo no setor público brasileiro", é autor do livro “A modernização conservadora do sindicalismo brasileiro: a experiência do sindicato dos metalúrgicos de São Paulo”, pela Educ/Fapesp.
Debate Sindical – Qual é a liberdade desfigurada que o senhor trata no livro sobre a trajetória do sindicalismo no setor público no Brasil?
Debate Sindical – O setor público é o mais organizado do sindicalismo brasileiro? Por que?
Debate Sindical – Quem faz mais movimentos reivindicatórios e de paralisação: o setor público ou o setor privado? Por que? O setor privado tende a atuar de forma fragmentária e por empresa e tem uma legislação que não permite a liberdade de ação.
Debate Sindical – A estabilidade que o funcionário público tem, que o trabalhador do setor privado não tem, é um fator que contribui para a realização de movimentos e paralisações?
Debate Sindical – O setor público tem visão de classe? Ou faz movimentos apenas de corporação?
Debate Sindical – O senhor concorda com as diferenças de direitos entre os dois setores – público e privado?
Debate Sindical – Quem tem mais direitos: o servidor público ou o trabalhador da inciativa privada?
Debate Sindical – Como o senhor vê as paralisações de alguns setores públicos, como o da Previdência Social, com longa duração de tempo? A sociedade não é a mais prejudicada nesses casos? Arnaldo Nogueira – As greves em setores estratégicos como previdência, saúde, educação e transporte (semi-público) sempre prejudicam a população. No entanto, são greves legítimas e desarticuladas com o mundo do trabalho. Acabam por pressionar o Estado a investir nesses setores que dependem diretamente da capacidade e da qualidade dos serviços prestados pelos funcionários públicos. Mas esses resultados nunca são adequadamente avaliados do ponto de vista da população trabalhadora. |
A liberdade desfigurada no sindicalismo público
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