Os entroncamentos de escoamento de cargas em áreas estratégicas estão cada vez mais presentes nos planos de expansão das grandes empresas do setor de logística e comércio exterior. Elas começam a voltar suas atenções com mais ênfase para o interior de São Paulo, em regiões como Campinas, Presidente Prudente e Ribeirão Preto. Fora isso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro também atrairão investimentos do setor no próximo ano, segundo especialistas.
A tendência deve-se ao fato de que as empresas de logística têm buscado alternativas viáveis aos grandes centros, que estão ficando saturados. Assim, as empresas multinacionais ou de grande porte preferem desenvolver atividades no interior, com boa malha rodoviária, que possibilita o transporte de equipamentos com agilidade e o escoamento dos produtos com mais rapidez.
Uma das que apostam nessa estratégia é a Gefco logística do Brasil, que iniciou suas atividades no País em 1999, no ramo de transporte, armazenagem e distribuição. Presente nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, desde o início do ano a operadora vem intensificando sua estratégia na região de Campinas e em outras regiões do interior.
Para o próximo ano, os planos de expansão envolvem a chegada a Presidente Prudente, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, sul de Minas e uma interligação com o Rio de Janeiro. Na região de Campinas, a empresa teve um faturamento, no ano passado, de R$ 8 milhões e para este ano a previsão é de fechar com algo em torno de R$ 12 milhões.
De acordo com Gildasio Silva, gerente nacional de Transportes da Gefco, para 2008 a projeção é a empresa atingir um crescimento de 70%. "Mas acreditamos que os negócios possam chegar a um faturamento de R$ 20 milhões graças à associação com uma grande empresa de cosméticos", comentou ele, sem dar mais detalhes sobre a parceria.
Mato Grosso
Outra com atenção mais voltada a determinada área regional é a América Latina Logística (ALL), interessada em ampliar sua presença no Mato Grosso do Sul nos próximos anos. Até a primeira quinzena de janeiro de 2008, a empresa irá investir R$ 940 mil na via permanente do trecho que envolve a manutenção entre Carandazal e Agente Inocêncio, no Mato Grosso do Sul - que totaliza um percurso de 32 km. O investimento dá suporte ao plano para aumento da produtividade. Entre os serviços que serão realizados no trecho, está a troca de 9,7 mil dormentes e de 10 mil metros de trilhos. A ALL investiu, entre junho de 2006 e julho deste ano, R$ 63,5 milhões no Mato Grosso do Sul, o que representa 12% do total de investimentos da companhia no período. Entre 2007 e 2008, a empresa estuda direcionar R$ 150 milhões à região.
Para os próximos anos, a empresa planeja investir R$ 2,5 bilhões em sua malha. Para o Estado do Mato Grosso do Sul, a previsão é crescer tanto no transporte de granéis quanto de produtos industrializados, mercado não operado pela concessão anterior.
Vale lembrar que a ALL continua investindo em alta tecnologia para as operações no Brasil, com destaque à chamada Malha Norte (São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul). A operadora logística começou a instalar nos computadores de bordo das locomotivas do trecho ferroviário o dispositivo Cerca Eletrônica - já utilizado na Malha Sul.
Aporte
Atuando nos ramos de transporte, logística e remoção industrial, com sede em Campinas, a Mopri Transportes Ltda. tem a a perspectiva de aplicar, ano que vem, R$ 1 milhão na abertura de novas filiais, em estrutura funcional e em mão-de-obra especializada, além de investir também na ampliação de armazéns e em novas bases operacionais. Para Ricardo César David, diretor da Mopri, a previsão da empresa é chegar a um faturamento 20% maior em 2008. "Estamos otimistas como o próximo ano, que indica uma economia estável e um mercado mais profissionalizado", comentou. Atualmente, segundo o executivo, a Mopri atua em São José dos Campos, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul e Tocantins, e obteve, ano passado, faturamento estimado em R$ 14 milhões.
Tendo como um de seus principais clientes a Dell Computadores, que inaugurou este ano uma fábrica em Hortolândia, na região metropolitana de Campinas, a Campos Operador Logístico atua fortemente em importação e exportação. Com sede em Campinas desde 1967, a empresa atua também com transporte, armazenagem e operação logística, e deve fechar este ano com a receita de R$ 27 milhões - valor 20% superior ao de 2006. Segundo José Paulo dos Santos Alves Ferreira, diretor superintendente da Campus, a expectativa para o próximo ano é alcançar um faturamento de R$ 30 milhões. "Como acreditamos que o mercado estará favorável no ano que vem, a empresa pretende investir na ordem de R$ 3,5 milhões em qualificação de pessoal", comentou.
Fonte: DCI - 01 NOV 07
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