As construtoras pernambucanas vão enfrentar um aumento no preço do cimento quando as obras de concretagem dos grandes empreendimentos do Complexo Portuário e Industrial de Suape começarem. O setor acredita que uma demanda maior pelo insumo elevará seu preço, assim como ocorreu nos últimos dois meses nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, onde a alta chegou a até 60% em decorrência do aquecimento do mercado de construção civil.
O cimento é responsável por cerca de 15% dos custos de uma obra. Segundo o gerente comercial da Moura Dubeux, Tony Vasconcelos, o material influi bastante no preço final do imóvel. O aumento do insumo na Região Nordeste só atingiu o varejo até o momento e foi de aproximadamente 7% – o saco de 50 quilos custava R$ 12,60 e passou para R$ 13,50. Como boa parte das construtoras compra diretamente ao fabricante, ainda não foi sentido impacto algum.
Para o vice-presidente da Câmara Brasileira de Construção Civil, Marcos Roberto Cavalcanti, a solução, caso o preço do saco de cimento ultrapasse R$ 16, será aproveitar o dólar baixo e formar cooperativas para importação do material. Países como o Uruguai e Turquia são alguns dos possíveis vendedores.
O secretário-executivo do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), José Otávio de Carvalho, disse que o setor projetava um aumento na demanda do material de 5% a 5,5% em 2007, em relação ao ano passado. “Mas só em agosto foram produzidos o equivalente a 85 milhões de sacos de cimento, um recorde histórico. As estimativas agora são que 2007 feche com um incremento de 9% na produção”, explicou.
Carvalho defendeu que os fabricantes não são os únicos reponsáveis pelo preço do cimento e que outros materiais também ficaram mais caros.
Fonte: Jornal do Commércio - 30 OUT 07