Despachante aduaneiro, colecionador de cartões-postais, especialmente de transatlânticos. Colaborador da Revista de Marinha de Portugal. Publicou cinco livros, como autor e co-autor, sobre temas da Santos antiga.
Como sempre, mexendo e remexendo numa pasta de catálogos de antigos navios de passageiros, encontrei um dos gêmeos espanhóis Cabo San Roque e Cabo San Vicente, um dos mais belos pares de transatlânticos que escalavam Santos nos anos de ouro.
Na segunda metade dos anos 90, encontrava-me em Miami, quando li num folder publicitário da Cidade, uma frase que chamou minha atenção: MIAMI A CAPITAL MUNDIAL DOS CRUZEIROS. Até aí nada demais, pois anualmente nos Estados Unidos, mais de 08 milhões de pessoas participavam dessa modalidade do turismo e, Miami certamente ficava com a maior parte desse nicho.
Num dia desses, um jovem do ramo de despachos aduaneiros me perguntou se a companhia de navegação Lloyd Brasileiro gerava grande movimentação de navios e cargas no Porto de Santos, no litoral de São Paulo.
Há 65 anos, em 23 de junho de 1945, o transatlântico britânico Queen Elizabeth (não confundir com o Queen Elizabeth 2), entrava no porto estadunidense de Nova Iorque, trazendo 14 mil combatentes. Eram tropas dos Estados Unidos e do Canadá. A cena era impressionante. Quem pôde, acomodou-se no convés principal para ver a fascinante Ilha de Manhattan e a famosa Estátua da Liberdade, bem como ver a terra firme. Para os soldados era mais do que isto. Era o retorno à pátria Natal.
Lá se vão 16 anos que enviei um artigo para publicação no jornal A Tribuna de Santos – nele contava sobre a exuberância do majestoso transatlântico britânico Queen Mary (o primeiro), que figura no livro de ouro dos célebres navios de passageiros.