Quarta, 08 Janeiro 2025

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Confesso que durante dias fiquei pensando quem seria o homem que chamou a minha atenção através da seção de leitores, uma das mais lidas em A Tribuna.

Passaram-se alguns meses. Estava na feira de antiguidades do Bairro do Boqueirão à procura de cartões-postais antigos, quando repentinamente surgiu um homem com fisionomia alegre e muito sorridente, a perguntar como ousei me enganar, trocando o algarismo romano do rei da Inglaterra.

De imediato me pus a rir juntamente com o homem à minha frente. O nome dele era Ezio Begotti. A partir daquele dia surgiu uma grande amizade, com momentos inesquecíveis, que guardo eternamente na memória.

Infelizmente, no dia 3 de outubro de 2010, um domingo, Ezio faleceu. deixou os filhos Lafayette e Flávia, além de muitos amigos. Ele era viúvo de Lucia Dauria Begotti.

Fiquei bastante triste com o seu falecimento. Sentirei muito a ausência desse grande amigo...

Ezio Begotti foi funcionário da tradicional agência de navegação Transatlantic Carriers (Transcar) e grande amigo e admirador de um dos diretores da Transcar, Feliciano Poço.

Após se aposentar, sempre que vinha ao Centro, Ezio visitava o meu escritório de despachante aduaneiro, onde batíamos grandes papos – em torno de navios e coisas do passado de Santos!

Apesar da diferença de idade, nós nos entendíamos bem – eu tinha menos anos de estrada. Com Ezio, aprendi muito, experiências e recordações, que gosto de narrar nos meus textos.

Nas visitas, Ezio sempre trazia lembranças. Eram fotografias, objetos de uso a bordo de navios – como cinzeiros, xícaras, chaveiros e imagens – e até uma antiga e maravilhosa bandeja da companhia de navegação francesa Messageries Maritimes, com ilustrações estampadas de seus navios de passageiros, bandeja que, aliás, guardo com muito carinho!

Das fotografias a mim presenteadas, as mais significativas são as do navio Recreio, ex-Carl Hoepcke, encalhado na Ponta da Praia, e do transaltântico Cabo San Vicente em Ushuaia, tirada durante um cruzeiro realizado em 1966, além de uma  imagem que mostra pequenos navios fluviais de passageiros no Rio Paraguai.

Sempre que lançava algum livro, ou promovia exposição de cartões-postais, lá estava o amigo Ézio a me prestigiar.

Fomos algumas vezes a São Paulo, em feiras de antiguidades promovidas pelo Clube do Manche, onde encontrávamos amigos apreciadores do tema, como João Emílio Gerodetti, José Carlos Silvares, Carlos Cornejo, Edson Lucas, Antonio Giacomelli, Zuleika Saldanha, monsenhor Jamil Nassif Abib, Rosana Carnielli, Raul Dick e Emerson Silva, entre outros.

Não havia quem não gostasse do senhor Ezio, como eu o chamava. Com seu sorriso alegre, atraía e irradiava felicidade para as pessoas que com ele conversavam! Resumindo: Ezio Begotti era só alegria!

A coluna Recordar do PortoGente desta semana é uma homenagem póstuma ao amigo Ézio Begotti, que foi em vida uma fonte inesgotável de bondade e dedicação. Nossas saudades.

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