Quarta, 08 Janeiro 2025

Em outra oportunidade já contei o que aqui escrevo. Mas há uma razão especial para essa recordação. Em 1962, aos 17 anos, estive a bordo do segundo Arlanza da Mala Real para me despedir de meu pai, que seguia para a capital argentina, onde participou de um congresso médico. Confesso que aliado a isso fiquei encantado com tudo que vi a bordo. Mas vamos ao artigo que é o que nos interessa mais de perto.


O Arlanza teve sua viagem inaugural em setembro de 1912
(há 98 anos). Media 179,5 metros de comprimentoe, deslocava
15.043 toneladas. Foi demolido em 1938. Col. João Emílio Gerodetti.

Na década de 1990, procurando informações no arquivo de A Tribuna sobre um determinado navio, deparei com uma crônica sobre o Arlanza da Royal Mail Line, numa edição de 1954. A matéria estava ilustrada com uma imagem do navio navegando pelo estuário do cais santista, ante da eclosão da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).


Imagem do jornal A Tribuna de Santos, no Porto & Mar de 1954.
Saudades do Arlanza, mostrando o belo paquete navegando pelo
Estuário do Porto de Santos.

O Arlanza como outros paquetes britânicos (navios de passageiros), gozavam de grande prestígio entre os viajantes do passado.

O autor da crônica é desconhecido, mas certamente o texto teve um toque de Francisco de Azevedo, criador da seção Porto & Mar do conceituado jornal da Cidade de Santos.


A partir de 1905, a Royal Mail Stean Packet Company, mais trade,
Royal Mail Line, encomendou navios de passageiros da classe "A",
dentre eles o Arlanza. Na imagem do cartão-postal, vemos o Aragon passando pelo cais santista, nas proximidades da antiga Alfândega de Santos, no mesmo local da atual - por volta de 1909. Acervo do autor.

Pelo que li, imagino que o autor era um homem de aproximadamente 70 anos, na época, profundo conhecedor do navio inglês e, deveria ter trabalhado na agência da Mala Real Inglesa de Santos, que ficava na Rua XV de Novembro próximo à Praça Barão do Rio Branco.

Acesse aqui a segunda parte deste artigo.


O transatlântico Araguaya deslocava 10.537 toneladas e media
162,1 metros de comprimento. Transportava 285 passageiros na
primeira classe, 100 na segunda e  800 na terceira. Aqui, o paquete
é visto quando passava na Ponta da Praia, nas proximidades da linha
da balsa Santos-Guarujá. Por volta de 1908. Acervo do autor.


O Avon, atracado numa darsena do Porto de Buenos Aires, em 1911.
Este foi o terceiro navio encomedado da classe "A" junto ao estaleiro Harland & Wolff, em 1907. Media 163,1 metros de comprimento e
tinha capacidade para 1.649 passageiros em três classes. Viagem
inaugural em 28/06/1908. Foi demolido em 1930. Acervo do autor.


Antes dos navios da classe "A", o maior da armadora britânica era
o Danube, de 5.946 tonedas de deslocamento. Entrou em serviço no
Rota de Ouro e Prata (Brasil, Uruguai e Argentina) em 1894. Em 1920,
foi vendido e passou a ser o Mediterranean Star. Acervo do autor.


Cartão-postal oficial do segundo Arlanza, de 1960. Fazia parte de um
trio do qual eram integrantes o Amazon (III) e o Aragon (II). No final
da década de 1960 deixou a linha da América do Sul. Acervo do autor.

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