Há 65 anos, em 23 de junho de 1945, o transatlântico britânico Queen Elizabeth (não confundir com o Queen Elizabeth 2), entrava no porto estadunidense de Nova Iorque, trazendo 14 mil combatentes. Eram tropas dos Estados Unidos e do Canadá. A cena era impressionante. Quem pôde, acomodou-se no convés principal para ver a fascinante Ilha de Manhattan e a famosa Estátua da Liberdade, bem como ver a terra firme. Para os soldados era mais do que isto. Era o retorno à pátria Natal.
O Queen Elizabeth, deixando Nova Iorque em 1957, após deixar o
terminal da Cunard - Pier 90, na altura da Rua 50. Era o maior navio
construído até aquele ano. Deslocava 83.673 toneladas. Fotografia: Port Autority of New York & New Jersey. Publicada no livro Merchant Ships
of a Bygne Era - 1997, de Willliam H. Miller.
No início da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o Almirantado Britânico requisitou o Queen Elizabeth para o transporte de tropas.
O Queen Elizabeth não teve uma viagem inaugural como os demais transatlânticos, marcadas por grandes comemorações. Ao contrário teve uma despedida sombria, rumo a Nova Iorque, com uma pálida pintura cinza naval. O Reino Unido estava em Guerra!
O Queen Elizabeth à esquerda, com a pintura cinza naval, após perigosa
travesia do Atlântico Norte, atracado em Nova Iorque, março de 1940. A Inglaterra estava em guerra. Reprodução.
Juntos, os Queens, Mary e Elizabeth, transportaram mais de 1 milhão e 600 mil combatentes para as mais diferentes frentes de batalha. Não só eles como todos os navios de passageiros foram requisitados para diversos fins, como exemplo navio-hospital.
Em segredo, Sir Winston Churchill, determinou que o Queen Elizabeth, em sua viagem inaugural, fosse para Nova Iorque, para que evitasse ser atacado pela aviação da Alemanha, caso ficasse em portos da Grã-Bretanha. Nessa viagem a maioria dos tripulantes era oriunda do Aquitania. O mar estava infestado de submarinos germânicos.
O Queen Mary transportando tropas para uma frente
de batalha. Reprodução.
Sua armadora, a Cunard Line recebeu o navio de volta, em 7 de setembro de 1946.
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Cartão-postal da cidade de Nova Iorque, dos anos 40, mostrando o
fabuloso transatlântico, chegando na mais famosa cidade do mundo.
Coleção do autor.
Ilustração mostrando o par real, Queen Mary e Queen Elizabeth.
Cunard Line.
Fechando com chave de ouro, o Queen Mary2, de 1969, um dos
transatlânticos mais famosos do mundo, que foi desativado e vendido
pela Cunard para um empresário do Kuwait, para servir como hotel
flutuante em Dubai. Coleção do autor.