Sexta, 31 Janeiro 2025

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Nova York - Bilhões de dólares em valores de ações simplesmente desapareceram. Bilhões de dólares em forma de poupança evaporaram. Uma grande parcela do dinheiro pago por moradia, do dinheiro economizado para arcar com a educação das crianças, do capital necessário para que uma empresa pague seus funcionários sumiu. Seja um corretor de bolsa de valores ou um cidadão comum, se você tinha dinheiro aplicado num plano de aposentadoria privada 401 (k), num fundo mútuo ou numa poupança para pagar a faculdade de seus filhos, a baixa da bolsa de valores significa que você perdeu uma grande fatia de suas economias num intervalo de poucos meses. Mas se esse dinheiro não está com você, quem ficou com ele? Os grandes investidores de Wall Street? Os xeques do petróleo da Arábia Saudita? O governo da China? Ou o dinheiro simplesmente evaporou?Caso uma pessoa tente averiguar o paradeiro de seu dinheiro desaparecido - descobrir quem ficou com ele, talvez até mesmo exigir sua devolução -, ficará decepcionada ao descobrir, para começar, que esse dinheiro nunca foi real. Robert Shiller, economista da Universidade de Yale, resumiu isso de maneira muito mais direta: a noção de que alguém perde um montão de dinheiro sempre que a bolsa cai é uma “falácia”. Ele esclarece que o preço de uma ação nunca é o mesmo que o dinheiro, mas sim “a suposição mais aproximada” do valor de uma ação. “Nós nos limitamos a registrar um indício do que acreditamos que seja o valor dessa ação na bolsa. É o preço pelo qual as pessoas estão dispostas a negociar hoje - e elas são muito, muito poucas pessoas. Desta forma, nos limitamos a pensar que seja essa a quantia que todo mundo acha que vale.”Shiller utiliza como exemplo um corretor de imóveis que certo dia avalia uma casa em US$ 400.000 e uma semana depois avalia o mesmo imóvel em US$ 350.000. “De certa forma, quando isso acontece, US$ 50.000 acabam de desaparecer. Mas esse valor existe apenas no pensamento.”Em outras ocasiões, no entanto, esses valores somem de verdade, como numa queda no mercado de valores ou numa redução dos preços dos bens. Mesmo que uma ação não seja uma cédula em sua carteira, mesmo que o valor de sua casa não seja algo que possa ser cobrado à vontade, existe a possibilidade de se perder dinheiro. Ou seja, o dinheiro que seria seu para gastar ao vender um imóvel ou para se aposentar com as economias de seu fundo de pensão.Quando se está a poucos meses da aposentadoria ou se pretende vender uma casa para comprar outra menor e pagar os estudos universitários dos filhos, esse “dinheiro potencial” é algo com que se contava. Para quem precisa de dinheiro, principalmente se for de imediato, a perda é bastante real, apesar de não se ajustar exatamente à definição técnica de dinheiro. O problema começa quando a pessoa pensa que esse dinheiro potencial significa o mesmo que o dinheiro em sua carteira ou em sua conta corrente. “Isso é um grande erro”, observa o professor de economia Dale Jorgenson, da Universidade de Harvard.Existe uma diferença clara: apesar de o dinheiro seguramente não sumir, a quantia que poderia ter sido ganha se a casa tivesse sido vendida ou se a aposentadoria tivesse sido sacada um ano atrás certamente poderia desaparecer. “Não é possível desfrutar dos benefícios de seu fundo de aposentadoria se ele desapareceu”, explicou Jorgenson. “Se ele estivesse todo investido em ações e baixado 80%, má sorte! Essa perda é permanente porque esse dinheiro não volta.”

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Autoridades dos quatro países do Mercosul e dos seus associados - Chile, Colômbia, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela - tentarão selar um acordo para evitar que as respostas unilaterais à crise financeira internacional gerem uma escalada protecionista na região.

O compromisso será discutido em uma reunião em Brasília de chanceleres, ministros da Fazenda e presidentes de bancos centrais desses dez países amanhã, 11 dias depois de o governo de Cristina Kirchner ter reeditado a clássica reação argentina a situações de crise econômica, à adoção de barreiras contra uma suposta avalanche futura de produtos importados no mercado local.

A precaução contra uma onda de proteção interessa especialmente ao Brasil, que acumula, entre janeiro e setembro deste ano, um superávit de US$ 10,8 bilhões no comércio com esses vizinhos. "Temos de discutir como evitar que o patrimônio da integração não se perca, às vezes por uma reação a problemas que vêm de outros lugares", disse o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. "A nossa expectativa é fazer com que, no futuro, haja uma ação coordenada, transparente e que não prejudique as relações entre os países da América do Sul."

Esse primeiro encontro sul-americano desde que a crise financeira se acirrou não deve gerar medidas conjuntas específicas. Amorim advertiu que nem mesmo a cúpula do G-20, convocada pela Casa Branca para novembro, deverá gerar uma resolução comum. Mas a iniciativa de expor receitas individuais e de trocar idéias, para o chanceler, pode evitar a repetição de uma das soluções nacionais mais desastradas da Crise de 1929 - a escalada protecionista.

Secretário de Comércio Exterior da Argentina entre 1998-1999, o consultor Félix Peña concorda que uma guinada protecionista dos países do Mercosul e de seus associados tenderia a agravar a situação econômica da região. Mas adverte que o bloco e seus associados devem manter-se atentos ao possível desvio para o mercado sul-americano de exportações da Ásia - sobretudo, da China - antes endereçadas para os Estados Unidos e a Europa. Daí a relevância, em seu ponto de vista, do encontro extraordinário do CMC.

A reunião extraordinária do Conselho do Mercado Comum (CMC), instância máxima de decisão do Mercosul, havia sido solicitada no dia 9 de outubro pelo precavido governo argentino ao Brasil, o país que preside o Mercosul neste semestre. No dia seguinte, Cristina Kirchner declarou à imprensa que lançaria mão de "todos os instrumentos necessários que temos no Mercosul para manter o superávit do país no comércio global" para "defender o trabalho dos argentinos e também os investimentos".

No dia 15, o governo Kirchner cedeu às pressões protecionistas de sindicalistas e industriais e anunciou que a alfândega intensificaria a aplicação do critério de valoração aduaneira sobre 21.660 itens importados. Entre esses itens estão os tecidos de algodão e os calçados - produtos exportados pelo Brasil e que foram alvos de barreiras da Argentina em 1999 - e a linha branca e outros eletrodomésticos - que sofreram restrições em 2004. As medidas foram adotadas com a ressalva de que o comércio com o Brasil não seria afetado.

Diante da desvalorização de mais de 30% do real desde o início de setembro, fontes de Brasília acreditam que itens brasileiros serão pegos pela malha fina da valoração aduaneira argentina. Na semana passada, as pressões de empresários por uma depreciação mais forte do peso, para acompanhar o movimento do real, foram intensificadas.

Para o economista Fábio Giambiagi, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), essas pressões refletem a "dificuldade mental" da sociedade e do governo argentinos em entender que a desvalorização do real se deve à flutuação da taxa de câmbio e que, no Brasil, "o presidente da República não telefona ao presidente do Banco Central para dizer em que ponto quer o câmbio naquele dia".

Na mesma ocasião, a presidente Cristina advertiu que seu governo pode vir a aplicar o Mecanismo de Adaptação Competitiva (MAC), as medidas de salvaguardas no comércio Brasil-Argentina, criado em 2006. O governo Kirchner também sinalizou sua intenção de obter o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao aumento da Tarifa Externa Comum (TEC), que é aplicada pelos sócios originais do Mercosul, a produtos mais vulneráveis à concorrência externa, sobretudo da Ásia. O Brasil resiste à idéia. Para não contaminar o encontro do Mercosul e associados, o Itamaraty teve o cuidado de agendar uma reunião paralela de argentinos e brasileiros para discutir essas iniciativas.
O Itamaraty anotou o cuidado inédito do governo argentino de notificá-lo sobre as novas medidas adotadas e a opção por um tom menos agressivo que o do passado. O pior dos mundos seria uma guerra comercial. "Nesse caso, a Argentina será tão prejudicada quanto o Brasil, uma vez que o mercado brasileiro é o principal destino de suas exportações", afirma um técnico do governo.
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que ninguém precisa temer uma onda de estatização de bancos no Brasil, apesar de a Medida Provisória 443, assinada por ele na semana passada, autorizar o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal a comprar ativos de bancos que estiverem em dificuldades. Para Lula, a exemplo do que está ocorrendo na Inglaterra, União Européia e Estados Unidos, não será dado dinheiro público para os bancos. Ativos poderão ser comprados e, quando a instituição voltar a uma situação segura, serão revendidos para ela própria."Ninguém pretende estatizar banco. Agora, ninguém vai dar dinheiro para banco. Portanto, ou nós emprestamos com garantia, e uma das garantias pode ser o que está sendo feito pela Inglaterra, pode ser aquilo que o presidente Nicolas Sarkozy (da França) propôs: em vez de dar dinheiro para banco, sem garantia, você compra ações daquele banco e quando se recuperar, você revende as ações para banco", disse Lula, ontem, após votar, no Colégio Estadual João Fermino, em São Bernardo do Campo.Lula anunciou também que fará hoje, em São Paulo, reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e com o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, para definir quais são os setores econômicos que estão necessitando de crédito. "Temos recursos para isso e vamos disponibilizá-los", afirmou o presidente. "O que nós precisamos é saber o conjunto dos setores econômicos que estão necessitando de crédito neste momento". A fórmula para irrigar o crédito, segundo Lula, é a redução no compulsório para que bancos usem o dinheiro para emprestar à construção civil e às pequenas indústrias. Nos dois setores, disse Lula, é preciso haver atenção especial do governo. "Temos de cuidar do capital de giro para que essas empresas possam funcionar."Lula falou por várias vezes sobre a crise global e fez críticas a bancos e a quem especulou no mercado financeiro. Por isso, segundo ele, não é possível dar o dinheiro para quem entrou na ciranda financeira. "O que não dá é para a gente dar dinheiro para bancos ou outras empresas que apostaram em ganhar dinheiro fácil, ou seja, transformar a economia real em jogatina. Quiseram ganhar dinheiro sem produzir nada." Para Lula, o governo tem de ter responsabilidade com o dinheiro público. "Não vamos dar o dinheiro do Estado, que ganhamos com tanta delicadeza, com tanto carinho, para ajudar quem tentou praticar fraude no sistema financeiro." Mas, apesar das críticas, Lula procurou não condenar o sistema financeiro. "Sabemos da importância do setor financeiro. Então, se for preciso irrigar o crédito, pode ter certeza que vamos irrigar, porque queremos que a economia brasileira continue crescendo, para que o povo brasileiro tenha possibilidade de emprego e de consumir."O presidente disse que o Brasil ainda tem muito a produzir, independentemente da crise. "A verdade é que ainda temos capacidade produtiva a explorar. O Brasil não está metido no subprime, portanto não havia razão para problemas internos de crédito. O que não sabíamos é que as empresas estavam investindo em derivativos, em coisas muitas vezes feitas no balcão, que não passavam sequer pelo BC."

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Greenspan, 82, foi nas últimas décadas o maior defensor do livre mercado e da auto-regulamentação das instituições financeiras, com o mínimo de intervenção do Estado. Depois de ler um texto preparado previamente, Greenspan foi inquirido pelos congressistas. O deputado democrata Henry Waxman, da Califórnia, que preside da comissão na qual se deu o depoimento, argumentou que Greenspan tinha autoridade para interromper as práticas de empréstimos irresponsáveis que alimentaram o mercado de empréstimos imobiliários subprime (de baixa qualidade), mas rejeitou os apelos para que interviesse.

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A Deconav, empresa fluminense especializada em fabricação de móveis e serviços de montagem de acomodações de navios e plataformas de exploração de petróleo, vai criar com o empresário pernambucano Alexandre Valença a Decoship, uma joint venture (empreendimento conjunto) que será fornecedora do Estaleiro Atlântico Sul (EAS). A nova empresa vai gerar em torno de 100 postos de trabalho, incluindo desde a fabricação do mobiliário à montagem dos móveis nos navios.

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