“A casa de força é uma usina térmica de 200 MW que gera ar-comprimido e vapor, com duas caldeiras a diesel e a coque”, explica o gerente geral da Implantação da Refinaria, Wilson Guilherme Ramalho da Silva. A casa de força será auto-alimentada pela produção da própria refinaria. Para se ter uma idéia do porte da unidade, a Termopernambuco, que está instalada em Suape, tem capacidade para gerar 520 MW. A Alusa é uma empresa de engenharia com forte atuação no setor de energia, incluindo parcerias com a Chesf.
Segundo o executivo da Petrobras, a petroleira está em processo de negociação com a Alusa para redução desse valor e ajustar termos de responsabilidade entre as partes. “O contrato ficou na faixa de R$ 966 milhões mas estamos negociando uma redução. Inclusive por conta dessa crise e o enorme portfólio de investimentos da Petrobras tentamos aumentar a rentabilidade do negócio refinaria”, explicou Wilson Guilherme. Segundo ele, na quarta-feira, as empresas devem definir as condições do contrato, que será assinado até o final deste mês. Há uma previsão da Alusa iniciar os trabalhos para construção do equipamento em Suape já a partir de dezembro.
Ao mesmo tempo, a obra de terraplenagem está no pico de ocupação de pessoal, com cerca de 2.500 trabalhadores. O trabalho sofreu com a forte precipitação de chuvas deste ano, que acabou atrasando um pouco a obra. “Até outubro a gente só trabalhou em janeiro, fevereiro, a metade de março e a metade de setembro. Temos que tirar o atraso”, afirma Paulo Falcão, gerente do consórcio de terraplenagem. Antes do início do período chuvoso, o pico de pessoal chegou a 2.100 funcionários. Para recuperar o tempo perdido, o consórcio aumentou o número de trabalhadores em ação e máquinas, que hoje chega a 600 e inclui escavadeiras, caçambas e motoniveladoras.
A Refinaria Abreu e Lima é um projeto liderado pela Petrobras em processo de associação com a venezuelana PDVSA e terá capacidade de processar 200 mil barris por dia. O custo estimado é de US$ 4,05 bilhões, mas deverá ser reajustado pelo aumento do preço dos equipamentos da indústria petrolífera. A previsão é a unidade iniciar parcialmente em agosto de 2010 e estar pronta no final de 2011. No momento, os investimentos da Petrobras na unidade estão sendo auditados para, depois, a PDVSA entrar no capital da sociedade. As duas empresas trabalham com a perspectiva de assinar o acordo de acionista até o final deste ano.
Fonte: Jornal do Commercio - 21 OUT 08