O mercado europeu vai receber a segunda remessa de cacau orgânico produzido na região da Transamazônica, no Pará. Vinte e quatro toneladas de amêndoas serão embarcadas no dia 14/9 com destino à Áustria. A indústria de chocolates, Zooter, importa o cacau orgânico paraense para fabricação de chocolates finos comercializados no mercado internacional. A primeira remessa, de 48 toneladas, foi exportada em outubro do ano passado.
O presidente da Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) entregou nesta sexta-feira [11] à Autoridade Portuária de Itajaí o licenciamento ambiental para a realização dos serviços de dragagem de aprofundamento do canal de acesso e bacia de evolução do Porto de Itajaí. De posse desse documento a Secretaria Especial de Portos (SEP) poderá dar início ainda neste ano ao processo licitatório e os serviços serem realizados no decorrer de 2010. A obra será custeada pela União [com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento [PAC)].
Com a entrada em funcionamento do moinho em Suape foram encerradas as operações da Bunge no Porto do Recife, iniciadas em 1914. A movimentação no porto da capital cessaram em junho deste ano e a empresa ainda estuda o que será feito com o patrimônio no Recife.
SÃO PAULO - Enquanto os tradicionais templos do luxo mundial estão abalados por uma forte retração das vendas, países emergentes, como Brasil e China, cujo crescimento nesse universo será de 8% e 15% este ano, respectivamente, despontam como prioridades a médio e longo prazo para empresas dos segmentos de vestuário, jóias e automóveis. Prada, Fendi e Chanel são algumas das marcas que estão mudando as estratégias de expansão ao acelerar os planos para ingressar no País.De acordo com a MCF Consultoria e a GfK Brasil, apesar da desaceleração no setor, a movimentação este ano atingirá US$ 6,4 bilhões, com aportes em marketing que somam US$ 830 milhões. Carlos Ferreirinha, diretor presidente da MCF, avalia que com a retomada do estímulo aos negócios é possível esperar um faturamento até 10% maior este ano.Um levantamento com feito 220 marcas, entre elas a brasileira H.Stern, indica que o cenário não é instigante para as companhias, pois o faturamento do setor se retrairá 10% no mundo, totalizando 154 bilhões de euros. Especialistas creem que sinais de recuperação surjam em 2010."Como 80% do mercado estão nos EUA, Europa e Japão, regiões de vendas em declínio, haverá impacto negativo na média do setor. Em países emergentes a situação é mais positiva", pontuou Gabriele Zuccarelli, sócio da consultoria Bain & Co. Brasil.Neste contexto, a Audi AG detalhou que suas melhores altas nas vendas foram encabeçadas justamente por China e Brasil. Somente no território chinês, a marca comercializou nos oito primeiros meses 13.345 unidades, um salto de 35,4% frente a 2008. Por aqui, o desempenho foi 27% superior, com a venda de 1.273 automóveis de janeiro a agosto. Paulo Sérgio Kakinoff, presidente da montadora, destaca que o tripé para o crescimento será a ampliação do portfólio de produtos, investimento na rede de concessionárias e marketing direto. "Temos um potencial enorme considerando a venda de apenas metade dos modelos europeus, que serão lançados a cada 45 dias até março de 2010."O executivo diz que a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) foi o principal impulso nos resultados brasileiros, que levarão a companhia a encerrar o ano com alta próxima a 30%. Dependendo do resultado final das vendas com o IPI reduzido, a Audi poderá revisar para cima sua meta de 2010, que ainda está em discussão.ResultadosA subsidiária brasileira da grife nova-iorquina Tiffany & Co. é outra que não pode reclamar do desempenho. Desde março, a evolução das vendas nas lojas do Iguatemi e do Shopping Cidade Jardim contempla dois dígitos, acima da meta conservadora traçada em 2008, de um dígito.Ao observar o mercado, Patricia Assui, gerente-geral da Tiffany, comenta que os clientes estão comprando mais peças, mas desembolsando menos. Ela crê que a economia deverá se recuperar brevemente, e, assim que isso ocorrer serão retomados os investimentos no País. "Queremos abrir uma loja em Brasília até 2011. O potencial brasileiro ainda não foi maximizado."VestuárioA empresária Natalie Klein, herdeira da Casas Bahia, proprietária da loja NK Store, no bairro paulistano dos Jardins, também vê um cenário animador no segmento de luxo no médio prazo. Ela reduziu à metade a meta de crescimento do ano, antes estabelecida em 20%, por estar trabalhando com estoque reduzido, devido às oscilações do dólar.Em janeiro, a neta de Samuel Klein abriu a primeira loja monomarca de Marc Jacobs, estilista da Louis Vuitton, na América Latina, localizada ao lado do seu estabelecimento, onde antes funcionava a joalheria Tiffany. Para os próximos dois anos, Natalie estuda a abertura de outra loja Marc Jacobs, talvez no Iguatemi. "Avaliamos o desempenho das outras marcas, mas possivelmente a grife Stella McCartney terá uma loja própria em 2011", disse.Prova deste aquecimento é a grife Hermès, que neste domingo, 13, aporta no País com sua primeira loja, no Shopping Cidade Jardim, instalada ao lado da concorrente Louis Vuitton.
O setor privado quer mudanças no modelo proposto pelo governo para a exploração de petróleo e gás na área do pré-sal. Um dos pontos criticados é a forma "incomum" de partilha desenhada pela União, que mantém a cobrança de algumas taxas usadas tradicionalmente no modelo de concessão, que vai deixar de vigorar. "O que está sendo proposto é um modelo ?jabuticabal?, que tem um potencial impacto negativo em termos de viabilidade econômica para investimentos", disse uma fonte.O modelo comum de partilha prevê que o Estado detentor dos recursos naturais receba uma antecipação das receitas estimadas para o campo a ser explorado, o chamado bônus de assinatura, mais uma parcela do petróleo extraído. No modelo de concessão, esse pagamento é feito por meio de royalties, participação especial nos poços mais rentáveis e bônus de assinatura entre outras taxas.O marco regulatório proposto pelo governo traz uma mistura desses dois modelos, ao manter a cobrança de royalties e da participação especial. Outro fator que provoca incômodo para as empresas é que essas cobranças não serão descontadas dos custos de operação. "É muito provável que, com essas regras, o volume de partilha para o governo tenha que ser relativamente pequeno", disse um especialista do setor que pediu para não ser identificado. "Esse é um modelo com elementos fiscais muito fortes do chamado tax and royalties (modelo de concessão) dentro de uma partilha, o que não é comum."A estrutura da nova estatal, a Petro-Sal, também foi criticada. "É muito difícil convencer a alta direção de uma empresa a correr riscos e colocar investimentos multibilionários tendo um burocrata com poder de vida ou morte sobre o dia a dia das operações", disse a fonte. Para Paulo Godoy, presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib), a necessidade de maior controle do Estado sobre as reservas do pré-sal é unanimidade. "Se o mecanismo mais adequando para isso é a criação dessa estatal, o tempo vai dizer."A onipresença da Petrobrás, como operadora dos campos e detentora de, no mínimo, 30% dos consórcios exploratórios, também consta da lista de reclamações. "A Petrobrás terá condições de atrair todo o investimento necessário? Como os empresários veem essa questão de um único contratante? Temos que discutir isso", disse José de Freitas Mascarenhas, vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI).