Em resposta às condições de mercado, que mudaram significativamente desde 2008, a Hamburg Süd, a Aliança e a CSAV decidiram racionalizar os seus serviços entre as Costas Leste da América do Sul e da América do Norte. A alteração foi necessária, uma vez que os volumes transportados neste trade reduziram cerca de 40% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Para restituir o princípio da isonomia entre as empresas privadas que utilizam os serviços do Porto de Cabedelo, a atual administração da Companhia Docas da Paraíba, que tem à frente o diretor presidente, Wagner Breckenfeld, decidiu pôr fim a alguns privilégios outorgados por gestões anteriores que consentiram a instalação de sedes empresarias em áreas não permitidas do Porto. “Essa ‘privatização’ do espaço público era inaceitável e foi uma das primeiras medidas da atual administração para moralizar a instituição”, argumenta Wagner.
SÃO PAULO - Com a crise econômica mundial chegando ao Brasil em meados de setembro de 2008, o setor de máquinas foi um dos mais afetados e viu suas vendas despencarem drasticamente: aproximadamente 80%. No caso das máquinas importadas, o segmento já sente uma pequena recuperação desde o mês de maio, voltando para os patamares normais, e com as empresas voltando a investir.O programa "Panorama do Brasil" entrevista Thomas Lee, presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais (Abimei), para entender melhor como funciona esse segmento e o que tem sido feito para se recuperar da crise. Participaram da entrevista o jornalista Roberto Müller, a diretora de Redação do DCI, Márcia Raposo, e Milton Paes, da rádio Nova Brasil FM.Roberto Müller: Como o setor estava antes da crise? Como esteve no momento mais difícil da crise? Como estão agora? E qual é a tendência para os próximos meses?Thomas Lee: Nos últimos anos o nosso setor foi privilegiado, o crescimento foi contínuo, ano após ano, porque o nosso maior cliente, que é o ramo automobilístico, vinha crescendo sem parar. Mas, apesar de ninguém esperar por isso, a partir de setembro do ano passado, houve a crise mundial que afetou todo mundo, inclusive o Brasil e o nosso setor também.O setor de máquinas foi o mais afetado, porque quando não há necessidade de aumentar a produção a primeira coisa que se corta são os investimentos. A partir de setembro do ano passado as vendas despencaram drasticamente: 80%. Em outras palavras, conseguimos vender apenas 20% durante os seis meses da crise. Apenas a partir de maio o mercado começou a reagir, voltando aos patamares normais, mais rotineiros, mais confiantes. e foi quando algumas empresas começaram a investir. Atualmente já atingimos um patamar no faturamento de 40% em relação aos oito primeiros meses do ano passado.Milton Paes: Senhor Lee, uma questão importante de focalizar é que os estoques em setembro ficaram muito elevados para os importadores de máquinas que tinham programado um 2008 inteiro muito aquecido. O senhor disse que os estoques ficaram muito elevados na passagem de 2008 para 2009. Com essa retomada de 40% dos negócios a partir de maio, os estoques já foram reduzidos ou a indústria ainda está com estoques elevados?Thomas Lee: Infelizmente, essa continuidade de progresso, de investimentos no Brasil durante os últimos anos, tornou os importadores menos cautelosos, pois fizeram pedidos muito grandes de máquinas com embarques programados. E assim quando a crise veio não foi possível brecar essas compras imediatamente.E além de os compradores terem sumido, os que compravam muito desistiram porque não haveria necessidade de aumento de produção em curto prazo, e cancelaram os pedidos. Ou seja, enquanto as máquinas chegavam ao Brasil, muitos dos compradores desistiam da compra, o crédito tornou-se escasso no sistema bancário.Muitos queriam continuar a comprar as máquinas, mas não tinham dinheiro para pagar, porque o crédito sumiu.Com isso, podemos dizer que o inventário para 2009 foi grande; devagarzinho estamos reduzindo estes estoques. Ainda existem muitos estoques no mercado, mas a situação já melhorou bastante.Roberto Müller: Vocês então reduziram as importações?Thomas Lee: Estamos importando muito pouco, apenas em alguns casos especiais, que não têm em estoque. As importações caíram muito.Roberto Müller: São as empresas brasileiras associadas que estão desenvolvendo máquinas para o mercado externo?Thomas Lee: Essa crise atingiu muito mais o mundo exterior do que o Brasil. As exportações de todos os produtos brasileiros, a não ser a matéria-prima, estão sofrendo bastante. E a indústria de máquinas não é exceção. As indústrias que exportaram máquinas exportaram muito pouco em 2009. Sem dúvida, são os efeitos da crise.Roberto Müller: Os números da federação nacional distribuidora de veículos mostram que a redução do IPI alavancou a indústria automobilística. Isso serviu de base para o setor de vocês reduzir os estoques?Thomas Lee: Lógico, esse incentivo do governo ajudou ao nosso setor. Entretanto, o aumento de vendas no mercado interno não permitiu que a produção ultrapassasse o patamar do ano passado. Porque a parte que era produzida para a exportação caiu bastante. Então, embora as vendas no mercado interno tivessem crescido, as exportações caíram bastante. Os números finais da produção total da indústria ainda são inferiores aos de 2008, principalmente os dos segmentos de ônibus, caminhões e os do setor agrícola.Márcia Raposo: A indústria de máquinas brasileiras situa-se em um nível de produção que não é de sofisticação, mas também não é de máquinas que custam pouco. Como o Brasil está passando por um período de upgrade, ou seja, saindo de uma oferta de produtos para as classes média e alta e migrando para classes C e D que continuam consumindo, isso não beneficiaria o avanço da importação de máquinas mais baratas?Por exemplo, os milhares de canteiros de obras que surgiram no País para fazer habitações de custo baixo no programa "Minha Casa, Minha Vida": o que se vê é que não existem muitos produtores no Brasil de máquinas para a construção civil, mas, os que existem não são de produtos baratinhos para serem colocados em canteiros de obras no interior.Isso vai ajudar a vocês de alguma forma futuramente?Thomas Lee: O segmento de máquinas que o Brasil produz se desenvolve no ramo de máquinas-ferramentas como tornos, prensas, e máquinas de corte a laser. São setores mais voltados para a indústria metalomecânica, não se destinam tanto para construção civil.Mas, sem dúvida, como o Brasil só produz máquinas de trinologia média, o Brasil precisa importar trinologia alta e trinologia das mais simples para poder produzir com custo competitivo.Imagine se se for produzir uma peça simples em uma máquina cara: com certeza o produto final sairá caro. Por isso há necessidade de máquinas simples também.Roberto Müller: O senhor não vislumbra o risco de que com a compra de máquinas simples possa haver um processo crescente de substituição da importação pela produção local?Thomas Lee: A indústria brasileira não produz máquinas simples. Ela só produz máquinas médias, chamadas de CNC [de computer numeric control, ou controle numérico computadorizado]. Ou seja, são máquinas computadorizadas, mais sofisticadas. Por outro lado, não se produzem máquinas de alta tecnologia porque não se fazem pesquisas como as multinacionais fazem.Roberto Müller: Quais são os principais fornecedores dos tipos de máquinas menos sofisticadas?Thomas Lee: A China está dominando o mundo inteiro com as máquinas convencionais. Taiwan produz uma parte, e outros países as estão produzindo também, como, por exemplo, a Índia.Roberto Müller: O Leste Europeu também produz máquinas convencionais?Thomas Lee: Um pouco, mas já está migrando para as de nível médio, porque para produzir máquinas convencionais se precisa de muita mão de obra. E custa caro a mão de obra, e com isso não sobraria margem para negociação.Roberto Müller: Embora o senhor seja chinês, nascido em Xangai, estudou Engenharia no Brasil, e pode-se considerar um brasileiro. O senhor poderia explicar o porquê da predominância chinesa na produção de máquinas convencionais?Thomas Lee: A China tem uma quantidade de produção, que chamamos de massa crítica: é muito superior à de outros países. Uma produção de máquinas mais simples na China produz cerca de 100 mil máquinas por ano, se nós considerarmos o consumo total de máquinas-ferramentas no Brasil em todos os setores, simples, médias e maiores, tudo junto, durante um ano inteiro e em um ano fabuloso como foi o ano passado, vamos chegar a cerca de 20 mil máquinas.Roberto Müller: Então só uma empresa na China já produz muito mais do que se consome no Brasil todo em um ano, quer dizer a escala de produção é que permite à China a ganhar mais espaço?Thomas Lee: Se se pensar, por exemplo, em termos de injetoras plásticas, a história é mais ou menos semelhante. A China produz mais de 15 mil máquinas por mês. O Brasil consumiu, no ano passado, com tudo, algo ao redor de 2 mil máquinas injetoras no ano inteiro. O volume de produção faz com que se torne impossível competir com o custo deles.Roberto Müller: Mas a qualidade desse equipamento é boa?Thomas Lee: Aí é que está. O Brasil por enquanto só está importando o maquinário mais simples porque a tecnologia mais complexa ainda não está em um nível confiável, mas para as marcas mais simples ele já é confiável.Márcia Raposo: Qual será a meta deles, senhor Lee? Porque se você olhar para o planeta Terra daqui a alguns anos, 30 ou 50 anos para a frente, é natural que uma empresa que produz máquinas vá migrar para novos negócios ou então terá a África como cliente pelo resto da vida.Eu fico pensando na produção de engenheiros na China, que é de 400 mil engenheiros por ano. Durante quanto tempo mais o senhor acha que a China vai ser líder, no setor de bens de capital, em todos os nichos?Thomas Lee: A China tem vocação industrial. Não especificamente no campo de máquinas-ferramentas, mas o polo industrial está se encaminhando do mundo ocidental para mundo oriental. E não seria só a China, seria China, Taiwan, Japão, Coréia, Índia, Turquia, está vindo tudo para esse lado oriental.O que se está, digamos, produzindo na Europa, nos Estados Unidos, são máquinas mais avançadas - campo que eles conseguem dominar por conta de suas pesquisas tecnológicas, eles conseguem desenvolver máquinas mais eficientes. Agora essa mudança é normal, é lógico que com o decorrer do tempo a China vai evoluir e vai produzir máquinas mais tecnológicas, mas o mundo ocidental também vai evoluir mais, e assim vai. Quer dizer, a China vai estar então sempre atrás.Milton Paes: Mas os chineses estão investindo em pesquisa e desenvolvimento para avançar nesse segmento mais sofisticado?Thomas Lee: Eles estão evoluindo bastante. E, mais do que pesquisando, a China está comprando empresas europeias e assumindo a tecnologia e o know-how que elas têm, pois esse é o meio mais rápido, porque as pesquisas demoram muito.As empresas estão então comprando as empresas europeias que já têm a tecnologia e a estão absorvendo. Isso eu não digo só da China, toda a Ásia está crescendo e evoluindo em tecnologia dessa forma porque os novos pontos de fabricação, mais baratos que a China, estão sendo a Índia, o Vietnã, a Tailândia, estão indo nessa direção. Então toda a Ásia vai ser fornecedora de matriz.Márcia Raposo: Que porcentagem de máquinas chinesas o senhor imagina que estará na feira de de tecnologia e máquinas que vocês vão fazer no início de 2010?Thomas Lee: A Techmei 2010, que será realizada no mês de março, tem como objetivo apresentar ao público brasileiro que ainda tem preconceito contra máquinas importadas, queremos que esse público veja essas máquinas, e acredito que a presença chinesa seja bastante efetiva. Cerca de um terço da feira será de produtos chineses.Roberto Müller: E os outros dois terços serão de que países?Thomas Lee: Serão de muitos países, inclusive do Brasil, porque não é um evento exclusivamente de máquinas importadas. Mas, sem dúvidas, estarão lá japoneses, alemães, suíços, coreanos e máquinas de Taiwan.Roberto Müller: Já existe uma expectativa de público?Thomas Lee: Sem dúvida, esperamos um público bom porque acreditamos que, como 2010 promete ser um ano melhor, teremos muitos clientes lá prontos para fazer investimentos.Roberto Müller: O senhor acha que em 2010 cresce quanto a economia?Thomas Lee: Eu sou uma pessoa muito otimista. Eu estou entre os que acham que este ano já vamos fechar com o PIB [Produto Interno Bruto] positivo, não negativo, como muitas pessoas acham.E digo ainda mais. Afirmo que no ano que vem a previsão do nosso ministro da Economia, de crescer aproximadamente 4%, é perfeitamente viável.Roberto Müller: Então esse mercado de máquinas e máquinas-ferramentas deve crescer consideravelmente no próximo ano, na opinião do senhor?
Cerca de 150 caminhoneiros que realizam serviço de frete nos terminais da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), fazem manifestação nesta segunda-feira (10).
Representantes de sindicatos de trabalhadores de vários setores e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Itajaí prometem fechar o porto de Navegantes (Portonave) no dia 21 deste mês em protesto contra o impasse político e a demora nas obras do porto de Itajaí, que sofreu prejuízos com a enchente de novembro de 2008. O movimento também caiu devido à competição com a Portonave, que não estaria contratando a mesma modalidade de mão-de-obra do porto de Itajaí, barateando os custos e infringindo a lei, segundo o presidente da Força Sindical de Santa Catarina, Osvaldo Mafra. A entidade estima que 5 mil trabalhadores foram afetados diretamente pelo problemas no porto de Itajaí. A decisão sobre o protesto foi tomada na manhã desta sexta-feira em reunião da comissão Pela Sobrevivência de Itajaí.A partir das 10h de 21 de agosto, os manifestantes devem se dividir em diferentes locais de mobilização na cidade, com o objetivo de alertar a população para a situação da cidade. O movimento terminará na Portonave.— Há 10 meses estamos nessa inércia. Ninguém até agora fez alguma coisa por Itajaí. Por isso definimos um conjunto de ações — explicou Mafra, que estima que até 7 mil pessoas participem do protesto. Uma nova reunião está marcada para a próxima segunda-feira para que sejam definidos os locais do início da manifestação e a carta de reivindicações.