Sexta, 24 Janeiro 2025

Dados sobre perfuração de poços da Agência Nacional de Petróleo (ANP) apontam a possibilidade de um terceiro poço seco no pré-sal da Bacia de Santos, o primeiro a ter como operadora a Petrobras. Concessionária integral do bloco BM-S-17, localizado a Sudoeste do Polo de Tupi, a estatal teria concluído o trabalho exploratório no último dia 11, de acordo com os dados da Agência. Pela legislação, descobertas tem de obrigatoriamente ser informadas no prazo de 72 horas.

De acordo com relatório da atualização mensal de poços, a sonda Paulo Wolf, da empresa Noble, que estava perfurando o poço, foi retirada do reservatório após a conclusão dos trabalhos e transferida para novas perfurações no BM-S-11, onde estão localizados Tupi e Iara. "A operadora tem de informar imediatamente. Não pode passar tempo", afirma o geólogo Giuseppe Baccocoli. Ele analisou o caso apenas em tese, já que alegou não estar acompanhando de perto a situação do BM-S-17.

Outro geólogo, que preferiu não se identificar, lembrou que corrobora a tese de poço seco o fato de a plataforma já ter seguido para outra locação. "Isso só reforça a tese de que não há risco zero. Não há 100% de certeza sobre onde pode ser perfurado um poço", comentou o geólogo, criticando a postura assumida pelo governo federal de defender que há um índice de 100% de sucesso no pré-sal e que isso reduziria os riscos para o investidor.

A Petrobras não confirma que o poço no BM-S-17 resultou seco. De acordo com a estatal, a sonda continua na mesma locação, embora os dados da ANP informem o deslocamento. Por meio de sua assessoria de imprensa, a estatal informou que foi necessário reiniciar a perfuração do poço por questões operacionais. "Nestes casos a ANP considera o poço como concluído e muda a sigla, substituindo o A pelo B na nomenclatura. Assim o poço que era IBRSA757ASPS passou a ser 1BRSA757BSPS", diz a companhia.

A última atualização de dados da ANP, feita segunda-feira, porém, não traz qualquer mudança. Segundo a Petrobras, "a perfuração ainda está longe de atingir objetivo estabelecido no projeto exploratório".

Até agora, dos 15 poços perfurados pela Petrobras na Bacia de Santos, todos tiveram sucesso. A Exxon, única operadora privada no Polo de Tupi, foi a primeira a registrar uma perfuração sem indícios de óleo ou gás, no BM-S-22, conhecido como Guarani, no qual tem parceria com a Petrobras e Hess. Anteontem, a BG também comunicou que resultou seco o segundo poço que havia perfurado no BM-S-52, em outra parceria com a Petrobras.

A exemplo do que ocorrera com a Exxon, um primeiro poço perfurado no bloco da BG havia encontrado reservatórios. Ambas as empresas informaram ao mercado que vão retornar ao primeiro polo para ampliar os conhecimentos dos reservatórios anteriormente encontrados.

Segundo a BG, a perfuração no primeiro poço, de Corcovado 1, tinha sido suspensa por conta de um problema técnico - a válvula estava preparada para uma pressão menor do que a encontrada. Por isso, foram para o Corcovado 2, enquanto o equipamento era consertado. O presidente da BG, Frank Chapman, disse durante a entrevista coletiva de divulgação do balanço, que está otimista quanto ao projeto. "Obviamente, a gente não estaria fazendo tudo isso se não tivesse boas razões", afirmou ele, referindo-se aos investimentos para reentrada no poço Corcovado 1.

O BM-S-17 faz parte de um novo grupo de blocos que a Petrobras pretende perfurar abaixo da camada de sal. Segundo informações do gerente do pré-sal da Petrobras, José Formigli, em apresentações públicas realizadas o primeiro semestre de 2009, estavam previstos para ainda este ano, novos poços exploratórios no pré-sal dos blocos BM-S-45, BM-S-12, BM-S-42, BM-S-42, BM-S-44 e BM-S-53.

Recentemente, a Petrobras havia divulgado esclarecimento sobre sua taxa de sucesso na região do pré-sal da Bacia de Santos, onde havia obtido êxito em 100% das áreas. Segundo dados da companhia, se analisados todos os poços perfurados no pré-sal, além da Bacia de Santos, o índice de sucesso seria 87%, o que é considerado bastante elevado, considerando a média mundial de 10% a 15% e a média da Bacia de Campos, de 25% a 30.

Fonte: Jornal do Comércio

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