Se decidir disputar os gaseiros, o EAS vai enfrentar empreendimentos nordestinos (e ainda virtuais). A Transpetro enviou, ontem, cartas convite para dez estaleiros brasileiros e outros nove estrangeiros, que terão que construir as embarcações em território nacional, respeitando um índice de nacionalização de 70% na compra de equipamentos e serviços.
Na lista dos convidados brasileiros estão o Estaleiro Ceará e o Estaleiro da Bahia – dois concorrentes regionais do EAS ainda em fase de projeto. Assim como aconteceu com o Atlântico Sul, o estaleiro cearense aposta nessa primeira encomenda da Transpetro para garantir a implantação do empreendimento, orçado em R$ 220 milhões e que será construído na ponta da enseada do Mucuripe. O Estaleiro Ceará é capitaneado pelo grupo PJMR, que detém 10% de participação no EAS - onde a Camargo Corrêa e a Queiroz Galvão são majoritárias, cada uma com 45% do capital.
Além dos nordestinos, foram convidados cinco estaleiros do Rio de Janeiro (Mauá, Rio Nave, Brasfels, Eisa e o virtual SXT Brasil Offshore), um do Rio Grande do Sul (WTorre ERG Empreendimentos Navais e Portuários) e um do Pará (Rio Maguari). Os empreendimentos terão que enviar suas propostas técnicas e financeiras até 15 de outubro e a previsão da Transpetro é assinar os contratos até o final do ano. A estatal também precisa assinar os contratos da segunda etapa do Promef, aguardada desde o ano passado. O Promef está dividido em duas fases, sendo a primeira com um pacote de 26 navios e a segunda com 23, num total de 49 embarcações.
O pacote de oito gaseiros da Transpetro será licitado em um único lote. As embarcações serão utilizadas no transporte de gás liquefeito de petróleo (GLP) e terão tamanhos variados, sendo dois com 12 mil m³, dois com 4 mil m³ e quatro com 7 mil m³. Para os estaleiros virtuais será exigida a definição do local proposto e a descrição de todas as etapas da obra, com indicação dos recursos necessários e fontes de financiamento, além de um cronograma integrando a obra do estaleiro com a construção dos navios.
Por enquanto, o Atlântico Sul tem priorizado encomendas de navios de grande porte. Na carteira do empreendimento estão dez petroleiros suezmax da Transpetro, o casco da plataforma P-55 da Petrobras e cinco aframax.
Fonte: Jornal do Commercio