O polêmico projeto Porto Brasil, do empresário Eike Batista, já era de conhecimento do chefe de gabinete da Prefeitura de Peruíbe, José Carlos Rubia de Barros, desde o começo do ano. Mas a proposta do empresário carioca, em construir um porto na pacata cidade do Litoral Sul de São Paulo, chegou ao conhecimento público com todos os seus detalhes só em outubro último. E causou uma verdadeira avalanche de críticas por parte de alguns ambientalistas, que ameaçam entrar na justiça para impedir o início das obras. A prefeitura da cidade reage: “o pessoal está falando muito de orelhada, tem ONG que está contra o Porto Brasil e nem sabe por quais motivos”, critica Barros.
Na última semana, o Instituto Brasileiro de Advocacia Pública (Ibap) divulgou uma carta aberta à população elencando os motivos que levaram o órgão a posicionar-se contra o projeto de construção do Porto Brasil em Peruíbe. Em entrevista exclusiva ao PortoGente, a presidente do órgão, Elida Séguin, explica o que mais a deixa intrigada no investimento de Eike Batista, que envolve interesses e muito dinheiro. “A notícia veio à tona acompanhada de um forte esquema promocional acerca de seus benefícios. No entanto, tudo ainda está completamente obscuro”.
O projeto Aves no Porto, desenvolvido pelo site PortoGente há três anos, continua rendendo frutos no meio acadêmico e cumprindo seu papel de se tornar uma referência para quem deseja saber um pouco mais sobre as espécies que habitam as margens portuárias de Santos e de Guarujá, que abrigam ao mesmo tempo um rico ecossistema e o maior porto de América Latina.
Após quatro anos de debates, a Agenda Ambiental do Porto de Santos finalmente será formulada pela equipe da Universidade Católica de Santos (UniSantos) e entregue às mãos da direção da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). A festa de encerramento será realizada no próximo dia 31, onde 16 propostas colhidas estarão dispostas na mesa para a redação final. A maior luta dos organizadores, entretanto, ainda estará por vir: fazer com que a docas santista não engavete o trabalho e aproveite pouco ou nada do que foi discutido.
O alerta está dado e vem de uma fonte especializada no tema. De acordo com o professor universitário Fábio Giordano, coordenador do Projeto EcoManage da Universidade Santa Cecília, o nível do mar deve subir 33 centímetros até 2100. E se o homem não cuidar do meio ambiente como deve, este estrago pode atingir até 1,5 metro, o que mudaria completamente a rotina de operações no Porto de Santos.