Terça, 23 Abril 2024

“Não basta preservar, tem que melhorar”. A frase do doutor em saúde ambiental e coordenador da Agenda Ambiental para o Porto de Santos, Ícaro Cunha, reforça a preocupação do setor portuário e da sociedade em geral com a qualidade do meio ambiente. Parte de uma política nacional que vem sendo desenvolvida pelo Ministério do Meio Ambiente e pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), a Agenda Ambiental ainda é incipiente e somente está sendo debatida nos portos de Santos e Rio Grande.

 

O principal objetivo é elaborar um plano de gestão ambiental por meio de diálogos com os setores que afetam e são afetados pela vida do porto. Para Ícaro, a administração ambiental é fundamental não só no âmbito ecológico, mas também para que os portos brasileiros consigam ser competitivos e fortes no mercado internacional.

 

De acordo com o coordenador da Agenda, os portos brasileiros estão atrasados e defasados na questão ambiental. No entanto, ele ressalta que os passivos ambientais e contaminações existentes na região, por exemplo, não são de responsabilidade exclusiva da atividade portuária. “Não dá somente para preservar, várias situações de degradação ambiental têm que ser priorizadas para recuperação e para o saneamento ambiental”. Para Ícaro, o fato do Porto de Santos ter um programa de gestão ambiental para melhorar a qualidade ambiental é “positivo muitas e muitas vezes, para o porto e para as outras atividades econômicas da região”.

 

Tendo o desenvolvimento sustentável como fator de competição no mercado atual, a incorporação da gestão ambiental no dia-a-dia permite que os portos dêem respostas positivas às demandas das empresas e terminais. O empresariado necessita trabalhar com produtos e serviços desenvolvidos com responsabilidade socioambiental para formular uma imagem positiva perante a sociedade. Ícaro enfatiza que, além desse fator, a modernização e a administração ambiental poderão reduzir consideravelmente as dificuldades de licenciamento das atividades portuárias.

 

PortFolk, a edição de PortoGente em inglês, já noticiou (veja notas “Environmental Award”) que o Porto de Long Beach, nos Estados Unidos, está investindo pesado para a conscientização dos atores do segmento portuário, incentivando-os a participar de programas para a melhoria da qualidade do ar. No Brasil, embora seja possível constatar avanços, ainda prevalece uma “visão preservacionista”, de acordo com Ícaro. Nessa visão, não se acredita ser possível avançar economicamente e preservar a natureza simultaneamente.

 

Ronaldo Souza Forte, diretor titular da regional de Santos do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), afirma que ao preservar, o setor portuário estará evitando que amanhã seja preciso efetuar atividades de recuperação. “A preservação vale muito mais economicamente do que estragar a região para depois recuperar”.

A entidade é uma das mais recentes parceiras no desenvolvimento de trabalhos da Agenda Ambiental. O diretor da regional santista lembra da importância da participação da Ciesp nos trabalhos. “Em termos de poluição e de produção, as indústrias do estado de São Paulo são praticamente o carro-chefe da economia nacional. Isso, além de nos dar uma responsabilidade muito grande, faz com que seja preciso que nossas lideranças estejam envolvidas com a questão do meio ambiente”. Ele considera, ainda, a melhoria ambiental um “ponto-chave para qualquer solução economicamente sustentável”.

 

Roteiro
O coordenador Ícaro Cunha destaca que a gestão ambiental nos portos brasileiros é tardia. “É um dos últimos setores a avançar quanto à administração ambiental”. Por isso, ele aponta ser imprescindível a melhoria da qualidade das articulações das agências governamentais em busca da melhoria do meio ambiente. E a Agenda Ambiental para o Porto de Santos procura dar sua contribuição, segundo Ícaro, com um roteiro que inclui diferenciadas iniciativas, entre as quais:

  • Melhorias na infra-estrutura da Codesp para que a gestão ambiental seja adequada;
  • Discussões sobre a necessidade e relativas a diferentes metodologias para a realização da dragagem;
  • Gerenciamento de riscos de acidentes;
  • Cuidados relativos à água de lastro;
  • Cuidados relativos a vetores de doenças e
  • Prestação de contas à sociedade (para que a população saiba o que a realmente está sendo feito e não entrem com ações desnecessárias no Ministério Público), entre outras

A próxima reunião da Agenda Ambiental para o Porto de Santos acontecerá no dia 30 de março, no campus da pós-graduação da Universidade Católica de Santos (UniSantos).
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