Companhia definirá se, em razão dos custos, irá comprar embarcações no Brasil ou no exterior. A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) planeja construir navios de grande porte para driblar o encarecimento do frete. O diretor-executivo de Finanças da Vale, Fábio Barbosa, disse que a companhia ainda definirá se construirá as embarcações no Brasil ou no exterior. Vai depender da competitividade, como frisou. A Vale, por meio da Docenave tem atualmente três navios graneleiros e 19 rebocadores.
Os números deixam muito claro que o principal fator de impulso das importações é a entrada em funcionamento da fábrica de resina PET da Mossi & Ghisolfi (M&G), que é a maior fabricante deste produto no mundo. A M&G Polímeros do Brasil e a M&G Fibras e Resinas foram as duas maiores importadoras do Estado, com mais de 30% do total. Ela trabalha com matéria-prima totalmente importada, o ácido tereftálico purificado (PTA), que só deverá ser produzido em Pernambuco quando a Petroquímica Suape entrar em operação, o que deverá ocorrer plenamente em 2010. Até lá, a M&G deverá ter forte destaque no comércio exterior de Pernambuco como forte importadora.
As empresas sabem que um funcionário estressado produz menos e custa caro. Mas talvez não se soubesse que era tão caro: no Brasil, o custo do stress chegou a 3,5% do PIB , cerca de R$ 33 bilhões ao ano em tratamentos e perda de produtividade, segundo pesquisas da Isma-BR (International Stress Management Association). ’’Estamos em um momento profissional competitivo. Os executivos ficam de 60 a 65 horas por semana disponíveis para a empresa, não cuidam da saúde e nem têm habilidade para relaxar’’, diz Ana Maria Rossi, presidente da Isma-BR. ’’Além disso, aqui não há a cultura de prevenir stress, apenas de tratá-lo.’’Nos EUA, são US$ 300 bilhões anuais gastos com tratamento e prevenção. Na União Européia, são 320 bilhões.Porém, uma das conseqüências mais sérias do stress no trabalho, segundo Ana Maria, é a síndrome do ’’burn out’’. ’’É um stress crônico, com exaustão avassaladora e sensação de ineficácia’’, explica a presidente da associação. ’’O grande perigo é que esses sintomas podem induzir ao suicídio.’’No fim do mês passado, o delegado sindical da Confederação Geral do Trabalho da França disse que ’’não era possível fazer uma ligação direta entre suicídio e stress no trabalho’’, mas que casos ocorridos dentro de empresas eram emblemáticos. Ele se referia às três mortes ocorridas na Renault nos últimos meses. ’’A pressão por resultados era grande.’’A Renault preferiu não comentar o ocorrido. Segundo a Isma, este não seria um problema exclusivo da empresa, mas algo possível de ocorrer em todas as indústrias com atividades repetitivas ou com funcionários expostos a pressões.O Hospital Albert Einstein, em uma pesquisa, descobriu também que o stress diário faz com que a maioria dos executivos desenvolva sintomas físicos graves. Cerca de 70% dos executivos brasileiros estão acima do peso, 20% são hipertensos, mantêm consumo de álcool acima do recomendável e 50% tem alto nível de colesterol. A rede de academias Competition informa ter recebido recentemente mil alunos de empresas que tentavam amenizar estes problemas.Nos Estados Unidos, cerca de 35% das companhias têm programas de prevenção de stress. No Brasil, o número está abaixo dos 5%. ’’Há 10 anos, ninguém falava no assunto. Hoje, há um início de movimento’’, diz Eliana Audi, da Auster Consultoria, uma das responsáveis pela criação do Programa de Apoio Pessoal (PAP) do HSBC.O PAP foi criado há três anos para dar apoio aos funcionários do banco e familiares na solução de problemas pessoais, em sigilo. ’’Às vezes o stress do trabalho se junta a algum problema familiar, a uma doença, e o executivo não agüenta’’, diz Eliana. ’’Nessa hora, ele liga para o PAP, um serviço 24horas que designará o melhor profissional para atendê-lo: psicólogo, assistente social, especialistas em educação.’’O programa já fez 64 mil atendimentos. A maioria, de pessoas entre 30 e 40 anos. ’’É a faixa em que a responsabilidade no trabalho aumenta, os filhos tornam-se adolescentes e os pais estão idosos. A pressão vem de todos os lados’’, diz a consultora.O executivo-sênior da área de recebíveis do banco, Mauro Barros, já ligou para o programa, mas não para resolver um problema pessoal. ’’Percebi que um colega estava distante, com problemas de saúde, e seu trabalho não rendia.’’ Barros ligou para o programa pedindo auxílio, pois, caso algo não fosse feito, talvez ele tivesse de demitir o colega. ’’Essa pessoa estava emocionalmente e fisicamente abalada. Em outros lugares, talvez ela fosse demitida e sua situação ficasse ainda pior. Aqui, ela foi afastada, está se tratando e vai voltar’’, diz.
Quase três anos após a assinatura do protocolo de intenções com o governo de Pernambuco, em agosto de 2004, a argentina Arcor – fabricante de balas e guloseimas – vai inaugurar sua fábrica no Complexo Industrial de Suape, no dia 25 de maio. Ontem, o diretor geral do grupo, Sérgio Orlando Asís, participou de reunião com o governador Eduardo Campos para comunicar a data do start oficial da unidade e anunciar investimento de R$ 8 milhões na construção de um centro de distribuição (CD) para abastecer os mercados do Norte e Nordeste.
Uma razoável confusão vem sendo feita, no Brasil, entre TV estatal, TV pública e TV educativa. A TV estatal é, pura e simplesmente, um instrumento do governo. Seus diretores são nomeados por autoridades políticas. Sua finalidade é fazer propaganda e defender as autoridades de críticas. Quem a sustenta é o poder público - a União ou um Estado - e nela a liberdade de informação ou a defesa do interesse público só ocorrem quando coincidem com os objetivos políticos do poder. São TVs estatais a TV Nacional de Brasília, a NBr, as TVEs do Rio e do Maranhão, as TVs Câmara, Senado, Justiça e as de Assembléias nos Estados.TV pública é uma versão mais macia desse modelo. Não não busca o lucro, não depende de audiência, não tem por finalidade divulgar ações de governos. Estes ajudam a sustentá-la, às vezes pagando mais de 50% dos custos, complementados por outras fontes da sociedade. Sua gestão é, ao menos teoricamente, autônoma: cabe a um conselho criar e alterar seus estatutos e definir sua linha de programação. Aparentemente, o projeto do Ministério das Comunicações quer uma estrutura de TV pública com conteúdo de TV estatal.“Na prática não há lei especificando o que seja uma TV estatal ou pública”, diz Gabriel Priolli, presidente da Associação Brasileira de TV Universitária. O modelo de TV pública “ainda está se construindo no País”, diz ele. TV educativa é outro nome da TV pública. Vale para canais que, com a expansão das comunicações, assumiram projetos de teleducação e migraram para um formato de TV cultural.Cerca de 20 emissoras brasileiras reúnem-se, hoje, na Associação Brasileira de Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (Abepec), criada em 1998. Elas querem uma TV pública inspirada na BBC inglesa e na PBS, rede pública dos Estados Unidos. A Lei da TV a Cabo, de 1995, “acabou criando uma mescla de situações”, diz Priolli, com o surgimento das TVs comunitárias, que podem ser geridas por Estados, fundações e universidades.