A descoberta de fraudes na produção de leite serviu para que o governo intensificasse a fiscalização nas empresas. Com isso, o setor estima que deve haver uma maior concentração do mercado, por meio do fechamento de fábricas - principalmente envasadoras de leite UHT, o chamado leite longa vida -, de aquisições e fusões no setor.Hoje, o Brasil conta com mais de 170 marcas de leite longa-vida, produzido por cerca de 80 empresas. Os baixos custos de instalação de fábricas de leite UHT e a falta de fiscalização nas empresas, provocou o aumento do número de marcas disponíveis no País, afirma Ademar de Barros Neto, dono da Indústria de Alimentos Nilza. "Há uma grande oferta de produtos lácteos com preços acessíveis, mas a qualidade é discutível", questiona.Uma alternativa encontrada pelos pequenos laticínios para garantir mercado foi a união. Os microprodutores processam a matéria-prima e comercializam o leite longa-vida, por exemplo, com uma única marca, segundo Paulo Tilelli, diretor da Associação dos Laticínios de Pequeno Porte (Alapp). Muitas das fábricas investiram menos de R$ 500 mil para produzir leite longa-vida com matéria-prima adquirida de pequenos produtores. Mas, segundo especialistas do setor, para se montar um laboratório de análises que atestem a qualidade do leite cru trazido pelos produtores é necessário ao menos R$ 1 milhão."Para evitar a comercialização de leite contaminado, seja por produtos químicos ou coliformes fecais, a matéria-prima deve ser testada antes de entrar na fábrica", explica Barros.Com a ampla divulgação, na mídia, das fraudes - adição de água oxigenada e soda cáustica - e a retirada dos lotes de leite do mercado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o setor registrou queda nas vendas. Segundo a Associação Brasileira de Leite Longa-Vida (ABLV), no último mês houve redução de 10% no consumo de leite de caixinha.A Nilza registrou queda de cerca de 23% do volume de vendas e, segundo informações do mercado, algumas empresas registraram perdas de até 80% no período. Apesar da redução nas vendas, no Estado de São Paulo a Nilza conquistou a liderança do mercado. "Trabalhamos de forma transparente e investimos em qualidade. Se a empresa tivesse sido envolvida nas denúncias de fraude, eu teria feito um recall nacional", afirma Neto.O impacto negativo foi significativo para as empresas envolvidas na denúncia de fraude, como Parmalat e Calu, que adquiriram leite adulterado das cooperativas dos Produtores de Leite do Vale do Rio Grande (Coopervale) e Agropecuária do Sudoeste Mineiro (Casmil).No caso da Parmalat, ela perdeu participação no mercado de leite longa-vida no Estado de São Paulo, de acordo com dados da Latin Panel. Procurada pelo jornal DCI, a Parmalat informou, por meio de sua assessoria de comunicação, que a perda de participação ocorreu devido ao aumento de preço do leite da marca. Hoje, no estado, a Parmalat detém cerca de 3,5%. A líder, Nilza, responde por 10% do mercado paulista.Mas a empresa registra outras perdas, como o valor das ações da Laep, que controla a marca e abriu capital recentemente. No mês, a Laep já acumula desvalorização de quase 20%. Na segunda-feira (19/11), as ações da empresa estavam cotadas a R$ 5,63.Na linha de fusões e aquisições, a Perdigão saiu da terceira posição para a liderança do mercado nacional de queijos e leites longa-vida por meio da aquisição recente da Eleva, antiga Avipal e dona da marca Elegê, que era a quinta maior empresa do segmento. Com a aquisição, a Perdigão, que processava 700 mil litros de leite por dia, aumentou sua capacidade para 3,5 milhões de litros por dia. As vendas da marca Batavo, adquirida pela Perdigão em 2006, representavam apenas 10% de sua produção.E não é só no Brasil que está ocorrendo movimentação entre as empresas do setor lácteo. Na Argentina, o grupo investidor Adecoagro, que tem entre seus acionistas George Soros, anunciou a criação de uma joint venture com a Agropur, principal cooperativa de lácteos do Canadá. A Adecoagro já havia tentado comprar a SanCor.Em princípio, com o nome La Lácteo - empresa de Córdoba que a Adecoagro adquiriu em agosto -, as duas empresas construirão em Venado Tuerto uma planta de leite em pó e de queijos cuja capacidade de processamento será de cerca de 1,5 milhão de litros por dia.A cooperativa canadense fatura US$ 2,3 bilhões por ano, tem 3,9 mil membros, 4,3 mil funcionários, 21 plantas e processa 2 bilhões de litros. Sua participação no mercado canadense é de cerca de 25%. A Adecoagro produz mais de 600 mil toneladas de grãos e sua produção de leite supera os 120 mil litros por dia.
Para emplacar seus indicados nas diretorias das Docas o ministro Pedro Brito dos portos precisou até ameaçar demitir-se. O presidente Lula, decepcionado com a até então gestão petista dos portos, não resistiu à pressão, pois precisava acomodar o PSB de Ciro Gomes na repartição do bolo do poder. Só que os indicados de Brito vêm se revelando despreparados para levar adiante o audacioso e inteligente plano ministerial.
“Esse evento, por mais simples que ele possa parecer, está inaugurando uma nova vida, uma nova forma de trabalhar entre o governo e a iniciativa privada”, destacou, acrescentando, otimista, “eu não tenho nenhuma dúvida que a iniciativa privada sabendo que o governo federal está não só tomando medidas concretas, mas alocando recursos e mudando a padrão de gestão, vai comparecer, porque no final o que nós queremos é ter portos competitivos para atender aos usuários e aos operadores portuários”.
PORTO ALEGRE – O valor de US$ 1,458 bilhão anunciado ontem pela Gerdau para adquirir a operação siderúrgica da americana Quanex (MacSteel), reflete o fato de que a empresa está entre as líderes no fornecimento de aços especiais para a indústria automotiva nos Estados Unidos, disse o analista da Geração Futuro Corretora de Valores Carlos Kochenborger. A exposição da Gerdau neste segmento nos EUA é uma novidade, mas não dentro da estratégia global da Gerdau.