Domingo, 02 Fevereiro 2025
 

Para emplacar seus indicados nas diretorias das Docas o ministro Pedro Brito dos portos precisou até ameaçar demitir-se. O presidente Lula, decepcionado com a até então gestão petista dos portos, não resistiu à pressão, pois precisava acomodar o PSB de Ciro Gomes na repartição do bolo do poder. Só que os indicados de Brito vêm se revelando despreparados para levar adiante o audacioso e inteligente plano ministerial.

Medieval

Caracterizada por intervencionismo indevido, as novas diretorias das Companhias Docas, até aqui, só geraram conflitos, desagradando os quadros e tirando a esperança das comunidades portuárias. Pesou a falta de preparo dos diretores para as cadeiras que ocupam. Os poucos com alguma qualificação, como o presidente Bella Filho da Codesp, não as possuem para as funções. Como diz o próprio Márcio França, líder do PSB na Câmara e co-responsável pelas indicações, não basta aos novos diretores que sejam menos ruins do que os da administração anterior.

Prêmio de Consolação

O ministro Pedro Brito, reconhecidamente um corredor de pista e de maratonas, percorre os portos na busca da coalizão de forças indispensáveis para levar adiante seu audacioso projeto para os portos. Caso não consiga superar a falta de talento administrativo dos seus indicados, sua marca não irá muito além de uma medalha de participação.

‘Marvada’

Podem ser debitados ao seu assessor e “mateiro” Carlos Alberto de Souza as trapalhadas e erros freqüentes do diretor de administração e finanças da Codesp, Severino Costa. A menos que o sindicato dos bares de São Paulo esteja com muito serviço. É que Severino, para quem não sabe, também exerce uma diretoria lá, onde é conhecido apenas como Alencar Costa (veja site). Tudo a ver, não?

MP ausente

Nas ações trabalhistas frequentemente perdidas pela diretoria de administração e finanças da Codesp, falta maior atuação do Ministério Público visando recuperar, com ações de regresso diretamente contra os responsáveis pelos atos administrativos geradores das absurdas despesas, as perdas que causam ao erário.

Outro guichê

A água de lastro dos navios é um tremendo risco para as águas da costa brasileira. O mínimo que se espera das autoridades são medidas de controle rígidas e transparência na qualidade desse trabalho. Entretanto, até hoje, a Secretaria Especial de Portos (SEP) parece desconhecer o assunto.

Arrumando sarna

A praticagem dos portos brasileiros é reconhecida mundialmente por sua excelência e baixos custos, relativamente ao total do transporte marítimo. Ao ameaçar fazer modificações no serviço, o ministro Pedro Brito da SEP mexe com algo que é ponto estratégico para a Marinha.

Longe do cais

Observadores experientes dizem que a deficiência de comando no costado dos navios para decidir casos imprevistos durante as operações de carga e descarga nos navios, hoje em dia, tem prejudicado a produtividade desse trabalho nos portos. Alegam que falta a ação que agências marítimas exerciam antigamente, hoje centralizada em escritórios distantes dos navios. 

Sem pátios

Com a construção da perimetral do Porto de Santos mais um pátio para contêineres tende a desaparecer: o da Hipercon no Macuco. É que área foi arrendada para uso provisório até a implantação dessa obra. A empresa não entende por que a Codesp não abre licitação de áreas para atender a crescente movimentação desse segmento.

Pedra no caminho

O armazém da Caramuru no Corredor de Exportação do Porto de Santos é um entrave para o atendimento à crescente demanda por operações de contêineres. Movimenta carga de baixa valor agregado, polui a região e ocupa uma natural área de expansão do terminal de contêineres da Libra. A tendência é que as operações de graneis sejam transferidas logo para os terminais TGG e Termag na Margem Esquerda do porto.

Condenadas

As concessionárias ferroviárias Ferroban e a América Latina Logística (ALL) foram condenadas em juízo a pagar até R$ 326 milhões em multas por dano moral coletivo e em indenizações para funcionários que foram demitidos irregularmente ou que foram humilhados no trabalho por não aderir ao Plano de Demissão Voluntária das empresas.

Tranca-pauta

O Projeto de Lei de Conversão (PLV) 37/07, proveniente da Medida Provisória (MP) 393/07, que institui programa de dragagem portuária e hidroviária está trancando a pauta no Senado. A briga dos lobbies agora é menos intensa, mas podemos ter novidades esta semana.

Codern muda

Depois de dois adiamentos, o ministro-chefe da SEP, Pedro Brito, deve ir a Natal na primeira semana de dezembro para anunciar mudanças na diretoria da Docas do Rio Grande do Norte (Codern), única entre as oito do país ainda à espera de nova diretoria. Devem sair o atual presidente, Renato Fernandes, e possivelmente o diretor técnico e comercial Hanna Safieh, para dar lugar a nomes indicados pelo PSB. Há disputas entre o partido e o PT local. Oremos.

Promessas sem fim

Apesar das promessas, o Porto de Luís Correia no Piauí, alvo de reportagem de PortoGente, continua abandonado. O presidente Lula prometeu um “banho de mar” e muitos investimentos, o governador Wellington Dias – também do PT -, garantia que até o final do ano passado o inicio das obras de conclusão do porto e que a ferrovia que liga Luís Correia à capital Teresina também seria totalmente reconstruída. Último a entrar na roda de promessas, o ministro dos portos Pedro Brito, afirmou, em entrevista à Radiobrás, que o estado nordestino só vai receber verbas para a conclusão de Luís Correia a partir de 2008.

Mais verba

Na semana passada o senador piauiense Mão Santa (PMDB) apresentou uma emenda de R$ 30 milhões ao Orçamento da União para o próximo ano, para obras no Porto de Luis Correia. Para o político, o porto passou os últimos 15 anos nas mãos de “empresários desinteressados em fomentá-lo. Agora, temos a obrigação de recuperar esse prejuízo incrementando a estrutura que já existe”. Então ta.

CADE x Antaq

Segundo especialistas, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), pode tomar decisões não só complementares às da Agencia Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), como também tomar para si o encargo de decidir sobre determinado assunto envolvendo regulação, em caso de omissão da agência.

Itajaí na mira

O Ministério Público Federal em Itajaí (SC) ajuizou ação de improbidade administrativa contra diversos agentes públicos ligados à administração do porto de Itajaí e administradores de empresas que celebraram contratos para a realização de obras no porto. O bicho pegou.

Ataque aos marcos

Notícias de mudanças na Lei do Petróleo visando dar à União maior participação nas descobertas da promissora área submarina do chamado pré-sal (reservatórios de óleo e gás abaixo de camada de sal) estão preocupando o setor. Analistas criticam as mudanças por ferirem marcos regulatórios estáveis, necessários a um adequado ambiente de atração de investimentos.

Resistência

Governador do Estado onde a indústria do petróleo e gás mais cresce no país, o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB) criticou a possibilidade de mudanças na legislação do setor que possam, de alguma forma, afastar os investidores externos: "Não podemos ter a arrogância de achar que podemos fazer as descobertas (de petróleo) só com nosso capital". Por trás dessas declarações está a disputa com a ministra e preferida de Lula para sua sucessão, Dilma Rousseff.

Próximos

Diante das mudanças inesperadas na exploração petrolífera, teme-se que os próximos alvos do furor modificador de marcos regulatórios por parte do governo sejam setores como os de transportes e portos.

Ultimato

Coordenada pelo Brasil, aliança de 70 países em desenvolvimento cobrou dos Estados Unidos um cronograma urgente mostrando se o país quer mesmo concluir a Rodada Doha na Organização Mundial do Comércio (OMC).

Canto da sereia

Falando pela aliança do emergentes, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, identificou manobra visando dividir o grupo com uma suposta nova proposta na negociação industrial que beneficiaria alguns emergentes. Mas a aliança se mostra unida em torno de centrar a Rodada Doha na agricultura e engajados por um acordo “leal” o mais rápido possível.

Embolsando subsídios

Os bilionários subsídios agrícolas dados pela União Européia (UE) estão sendo usados até para construir clubes de golfe e de equitação, além de pagar a alimentação em empresas aéreas e companhias de trem. A conclusão é da Corte de Auditores da Europa - órgão oficial do bloco - que avaliou os recursos distribuídos aos agricultores.

Moleza

O diretor comercial da Codesp, Herr Helmut “High School” manobra para puxar do diretor de infra-estrutura, Moreira da Silva, a estratégica área que controla a atracação dos mais de 5000 navios por ano no Porto de Santos. Como Moreira da Silva - único diretor de carreira da estatal - não tem voz junto aos seus pares, a jogada de “High School” vai ser fácil como tirar doce de criança.

Fonte: PortoGente - 20 NOV 07

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