Domingo, 02 Fevereiro 2025

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Três vezes por dia, 15 minutos antes de cada um dos turnos de seis horas, centenas de portuários se reúnem em galpões do Porto de Santos para atender às requisições dos navios. O representante do Órgão Gestor de Mão-de-Obra (Ogmo), intermediário das empresas operadoras, seleciona os mestres de cada tarefa, aos quais cabe escalar as equipes. O mestre informa o número de vagas, os interessados levantam os braços com as carteiras profissionais nas mãos. Muitos são os candidatos, poucos os escolhidos. “Trabalho que antes exigia oito homens agora é feito por dois”, disse o presidente do Sindicato dos Estivadores, Rodnei Oliveira da Silva, com 17 anos de estiva, apontando uma das principais conseqüências da Lei nº 8.630, a Lei de Modernização, que mudou a estrutura e as relações de trabalho nos portos em 1993. O número de trabalhadores do setor caiu de 60 mil para 32 mil no País, nos últimos dez anos. Esteiras, guindastes e empilhadeiras substituíram, com eficiente automatização, o esforço manual no cais. Ainda há embarque e desembarque em sacas - na exportação de açúcar, por exemplo - mas a carga não é mais carregada nas costas, rampa acima, como ocorria no século passado. A sacaria é içada pelo comando eletrônico de máquinas modernas, restando ao homem ajeitar os fardos nas armações, tipo rede, que os transportam para bordo. O pessoal da capatazia faz o trabalho de terra, os estivadores embarcam e desembarcam a carga no convés e nos porões dos navios. É ainda uma profissão dura, mas nada comparável a 50 anos atrás. A estiva emprega 5 mil trabalhadores em Santos - 2.300 registrados e 2.200 cadastrados. Esses, os cadastrados, são convocados quando não registrados em número suficiente. Além dos estivadores, a maior força, há mais oito categorias, cada uma com seu sindicato: conferentes, operadores de guindastes e de empilhadeiras, vigias, rodoviários, consertadores, operários, trabalhadores de bloco e capatazia. São 8.394 homens e duas mulheres. “Eram três mulheres, todas conferentes, mas uma morreu num acidente de trabalho”, informa o diretor-superintendente do Ogmo, Nelson Domingos de Giulio. Recebem por tarefa executada, ganho médio mensal de R$ 2.722,97, com direito a férias e 13º salário. São contratados pelos operadores portuários e o pagamento, feito pelo Ogmo, sai no prazo de 48 horas. A escalação, agora em locais fechados, lembra as antigas paredes, quando os trabalhadores se concentravam em pontos do cais, onde eram selecionados pelos sindicatos.Antes aleatória, a escalação obedece agora a uma ordem numérica. Ainda de forma manual, porque o Sindicato dos Estivadores entrou na Justiça e conseguiu uma liminar contra a informatização. “Não resistimos ao Ogmo, mas rejeitamos a escalação informatizada porque ela não garante pontos adequados de trabalho”, diz Rodnei Silva, o presidente do sindicato. Os estivadores são também contra a proposta dos operadores de intercalar um descanso obrigatório de 11 horas entre os turnos de seis horas.“Queremos garantir o ganho, o descanso tem de ser remunerado”, informa o sindicalista, ao justificar a posição. Outras reivindicações são a aposentadoria especial e a participação nos lucros e resultados. “Queremos aposentadoria especial porque continuamos a trabalhar nas mesmas condições precárias de antes”, argumenta Rodnei Silva. “Ainda aportam navios ‘pirangueiros’, que são navios velhos e sucateados, não só no cais público de Santos, mas às vezes até nos terminais, que são os portos arrendados para empresas privadas”. Isso não ocorre nos Estados Unidos e na Europa, observa o presidente do Sindicato dos Estivadores. A estiva não é mais opção profissional na cidade de Santos, onde um em cada três trabalhadores está ligado às atividades do porto. Os portuários perderam a força que tinham no passado, quando uma greve da categoria era capaz de parar dezenas de navios. “Ainda somos capazes de parar, mas preferimos o entendimento”, adverte Rodnei Silva, filho e neto de estivadores, que aos 8 anos de idade já acompanhava assembléias do sindicato, então liderado pelo seu pai, Vanderlei José da Silva, quatro vezes presidente. A última greve ocorreu em março de 2001, quando os estivadores cruzaram os braços contra a imposição do descanso obrigatório de 11 horas. “O Ogmo veio para quebrar os sindicatos, mas nos entendemos bem com ele, apesar de algumas divergências”, afirma o presidente do Sindicato dos Estivadores. “Quando o porto está no pico, o trabalhador dobra o turno, por necessidade, para aumentar o seu ganho, pois não recebe nada se não há navios”.De Giulio, o superintendente do Ogmo, confirma o bom relacionamento. “Houve resistência dos estivadores até 2002, mas de lá para cá demos meia volta, graças à ação sociais voltada para os trabalhadores e suas famílias. O índice de rejeição é pequeno, agora somos parceiros”. Além de serem menos numerosos, os portuários estão envelhecendo. Num esforço para renovar o quadro, o Ogmo fez um Plano de Desligamento Voluntário. No ano passado, 214 trabalhadores aderiram. Mais de 2.500 foram desligados desde 2004, por abandono de serviço. Quem não se apresenta para a escalação durante 30 dias recebe uma notificação e é afastado se não se justificar no prazo de dez dias. São profissionais que simplesmente não aparecem para trabalhar. Segundo De Giulio, havia também casos de portuários que, depois de escalados nas paredes, pagavam um companheiro para trabalhar em seu lugar. Se recebiam R$ 300 num turno de seis horas, davam R$ 100 para o substituto. A estiva e outras funções viravam bico, pois esses portuários passavam a se dedicar a outras profissões. Eram taxistas, comerciantes e até jogadores de futebol, em suas atividades normais, fazendo do trabalho no porto quase uma eventualidade. “A qualidade de vida caiu, porque nem o governo nem a classe patronal investem no homem”, disse o presidente do Sindicato dos Estivadores, Rodnei Silva. “Nossos trabalhadores, que deveriam passar por reciclagem profissional, estudam por conta própria”.Apesar disso, a categoria mantém um bom nível de comodidade. A maioria dos portuários chega aos postos de escalação pilotando motos ou dirigindo carros, sem depender de condução coletiva. É um conforto necessário, pois quem vai carregar e descarregar navios tem de carregar um arsenal de equipamentos, como capacetes, luvas, coletes, máscaras e cintos de segurança. Fonte: O Estado de S.Paulo - 28 JAN 08

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Foragido por 20 dias, Moisés de Lima Sobrinho, de 25 anos, o terceiro acusado de furtar o Masp, em São Paulo, apresentou-se ontem com seu advogado no Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic). Nas três horas de interrogatório, ele revelou aos policiais que as telas furtadas em 20 de dezembro - O Retrato de Suzanne Bloch, de Picasso, e O Lavrador de Café, de Portinari - tinham como destino um colecionador da Arábia Saudita. Contou ainda que havia feito um lista com cinco quadros para que o comprador escolhesse as obras que seriam furtadas.Na seleção de Moisés estavam dois Renoir (As Meninas Cahen d’’Anvers e Menina com as Espigas), um Van Gogh (Passeio ao Crepúsculo) e as telas furtadas. O acusado fez o seu “portfólio” depois de visitar cinco vezes o Masp. No interrogatório, Moisés contou que repassou as informações para Robson de Jesus Jordão, de 32 anos, o Robinho, já preso. “Robinho tem ligações com o PCC”, afirmou o delegado Marcelo Teixeira, do Deic. O papel de Moisés no grupo seria o de “consultor técnico”. Ele foi responsável por mapear o Masp e suas obras, além de recomendar o uso do macaco hidráulico para abrir a porta de ferro que fechava a escadaria do museu. O terceiro suspeito do furto das telas chegou às 10h30 ao Deic. Desde anteontem, a polícia negociava com o advogado Humberto Macchione de Paula, que defende Moisés, a sua apresentação. O acusado negou ter participado diretamente do furto - ele afirmou que ficou em casa, num local não revelado da zona leste, descansando. “Particularmente eu acredito que ele foi (participar do furto), até porque conhecia as obras. Os outros dois ladrões não conheciam nada de arte e podiam não trazê-las”, afirmou o diretor do Deic, Youssef Chahin.Moisés afirmou que iria ficar com 20% do valor da venda das telas. Os receptadores ofereceram R$ 1 milhão pelas obras, mas, quando Robinho viu que elas valiam R$ 100 milhões, exigiu R$ 5 milhões por elas.Filho de uma advogada que mora em Brasília e de um fazendeiro de Goiás, Moisés mudou-se para São Paulo a fim de se tornar chef de um grande restaurante, disse o advogado - o “ladrão gourmet” chegou a aparecer num programa de TV em Goiás ensinando uma receita. Moisés contou que sempre se interessou por obras de arte. “O que o levou a entrar no mundo do crime foi o desafio representado pelo furto”, disse o delegado Adílson Marcondes, do Deic.Os ladrões que invadiram o Masp levaram 1 hora para arrombar a porta de ferro, mas apenas 3 minutos, após a entrada no museu, para sair com as telas debaixo do braço.No dia 29 dezembro, a polícia deteve Francisco Laerton Lopes de Lima, de 33 anos. Em 8 de janeiro, a polícia prendeu Robinho e localizou os quadros na casa de Alexssandro Bezerra da Silva, de 31, em Ferraz de Vasconcelos - ele está foragido. Por enquanto, Moisés ficará cinco dias detido. A polícia vai pedir à Justiça a prorrogação do prazo de prisão.

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Os moradores da comunidade do Maruim estão se sentido prejudicados com o andamento do projeto de relocação da favela. Isso porque, segundo eles, a prefeitura não está dando opção de escolha quanto à forma de compensação das perdas da casa.

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Sem dar sustos na torcida, o Flamengo não teve problemas para vencer o Cardoso Moreira por 4 a 1, nesta quinta-feira, no Maracanã. O resultado deixa o Fla na liderança do Grupo A do Carioca com seis pontos. O Cardoso, que perdeu duas, continua sem pontuar. Os gols do Rubro-negro foram marcados por Ibson, Souza, Juan e Leo Moura. Vagner Carioca, após passe de Rodrigo, filho de Júnior, descontou.

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O cronograma com a previsão das usinas que deverão entrar em operação neste ano apresentado ontem no balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, não bate integralmente com as projeções da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Numa comparação da tabela do PAC com os relatórios de fiscalização disponíveis no site da agência - atualizados no dia 15 deste mês -, constata-se que, das 13 usinas termelétricas que, segundo o PAC, começarão a gerar energia este ano, sete, conforme os dados da Aneel, só começarão a gerar em 2009, ou até mesmo em 2010.

Somadas, a potência dessas usinas que estão com os dados conflitantes é de 742 megawatts (MW), o equivalente a cerca de 58% dos 1.275 MW de usinas térmicas que, segundo o governo, deverão entrar no sistema neste ano.

O Ministério de Minas e Energia explicou que existem diferenças entre os dados porque baseia suas projeções em outros relatórios, elaborados pelo Departamento de Monitoramento do Setor Elétrico (DMSE), órgão que, segundo o governo, é integrado também pela Aneel.

Um dos casos em que há a diferença na comparação é o da Termomanaus. Pelo calendário do PAC, essa usina, de 142 MW, deveria entrar em operação no segundo semestre deste ano. Nas tabelas da Aneel, porém, a estimativa é de que a usina comece a gerar energia em 2009.

No caso das hidrelétricas, as previsões do governo e da Aneel coincidem. Mas as discrepâncias voltam a aparecer nos dados relativos às Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). Pelo PAC, a usina de Porto das Pedras (28 MW), em Mato Grosso do Sul, deve ser acionada ainda neste ano. Já nos relatórios da Aneel, a estimativa é de que ela comece a produzir em 2009.

Fonte: A Tarde Online -  23 JAN 08
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