Quinta, 30 Janeiro 2025

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A Usiminas anunciou nesta quinta-feira a compra da Zamprogna. A empresa gaúcha é a maior distribuidora independente de aço no País. A notícia surpreendeu o mercado, já que a Zamprogna havia anunciado em julho um plano de investimentos de R$ 300 milhões que incluía até mesmo aquisições e abertura de capital em 2009, que já estava em reavaliação em função da desaceleração econômica mundial. Já por parte da Usiminas o movimento era esperado, já que a companhia tem buscado expandir seus negócios no segmento de aço. Em maio do ano passado, o controle da Zamprogna havia sido assumido pelo fundo NSG Capital. O valor final da negociação ainda não foi definido, mas segundo o comunicado divulgado pela companhia mineira, o preço de aquisição de 100% das ações da Zamprogna é de R$ 160 milhões tomando como base as demonstrações financeiras de 30 de setembro. O montante será ajustado pelas variações do capital de giro e da dívida líquida consolidada até o final do ano. No final de setembro, o capital de giro era de aproximadamente R$ 245 milhões e a dívida de R$ 405 milhões. A celebração do contrato definitivo irá acontecer em 28 de fevereiro.Segundo o analista do setor de mineração do Banco Geração Futuro de Investimentos - principal acionista privado da Usiminas depois do grupo controlador - Carlos Kochenborger, a operação é significativa para o mercado siderúrgico brasileiro pois ampliará a participação da companhia mineira no segmento de vendas de distribuição, que absorve um terço da produção de aço do País. "A Usiminas tinha 17% desse mercado e logo atrás estava a Arcelor Mittal, com 16%. Como a Zamprogna detinha mais de 7%, a Usiminas chega a quase 25%. Restarão muito poucas oportunidades e as outras empresas terão que ser agressivas em aquisições", avalia Kochenborger. Com sede em Porto Alegre e unidades nas cidades paulistas de Guarulhos e Campo Limpo Paulista, a Zamprogna é uma das maiores consumidoras de tiras laminadas a quente do Brasil e é a maior fabricante de tubos com costura do Brasil. Tem forte penetração na região Sul e uma participação relevante no mercado nacional. Segundo a Usiminas, a praticamente não há superposição de clientes com a Zamprogna e há uma perfeita complementaridade geográfica e de produtos. Em 2007, as vendas da Zamprogna alcançaram 270 mil toneladas e a receita líquida R$ 723 milhões. Até setembro de 2008, as vendas foram de 246 mil toneladas e a receita líquida de R$ 685 milhões. O agravamento da crise internacional e a desaceleração econômica podem ser as responsáveis pela mudança de estratégia dos gestores do fundo NSG. A maior restrição ao crédito pode ter impedido os planos de expansão e aquisição traçados pela empresa. Outro ponto cogitado pelo mercado é de que o fundo tenha precisado aumentar sua liquidez e por isso vender a empresa foi a melhor maneira de obter retorno para o capital investido há pouco mais de um ano e meio. A Zamprogna foi a primeira aquisição do NSG, um fundo de administração de carteiras independentes formado em 2006.

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A Petrobras depositou a primeira parcela do acordo de repasse de verbas para construção de infra-estrutura no Porto de Suape. Foram R$ 36,5 milhões que entraram no caixa do Porto para pagar a construção dos canteiros de obra de dois píeres petroleiros. Ontem, a estatal assinou um convênio com o município de Ipojuca oficializando o repasse de R$ 29,3 milhões para serem gastos em obras sociais, em troca da isenção de IPTU e ISS na construção da refinaria.

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Se essa mudança for aprovada, os trabalhadores deixarão de perder dinheiro, pois a inflação será corrigida.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, no encerramento da Cúpula da América Latina e Caribe (Calc), na Costa do Sauípe, que os países da região, para enfrentar a crise financeira internacional, devem reforçar a intervenção do Estado na economia e não devem optar pelo ajuste fiscal. "O Estado, que não valia nada, passou a ser o salvador da pátria", disse Lula, referindo-se às medidas adotadas pelos países desenvolvidos e por nações latino-americanas que vêm investindo dinheiro do Estado em bancos privados e no setor produtivo.

Segundo o presidente, o Estado deve ter um papel cada vez mais relevante, neste momento, em investimentos em infra-estrutura, no setor habitacional e em todos os que geram empregos. A crise financeira internacional dá uma oportunidade, na avaliação de Lula, para o mundo definir o modelo econômico que pretende adotar.

Em uma crítica a países da Europa e aos Estados Unidos, Lula afirmou que os recursos que eles injetaram na economia "não chegaram à ponta", porque não foram destinados à produção, e sim "para salvar o sistema financeiro da quebradeira".

Lula cobrou que o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial (Bird) e o Conselho Econômico e Social (Ecosoc) da Organização das Nações Unidas (ONU) apresentem periodicamente uma "prestação de contas de até onde e até quando vai a crise." "Alguma coisa está errada", acrescentou, "quando as pessoas tiram o dinheiro do meu País, que tem o maior juro do mundo, para pôr nos Estados Unidos."

Lula afirmou que, mesmo que nenhum resultado tivesse sido alcançado nas quatro reuniões de cúpula da América Latina e do Caribe nos últimos dois dias, valeu a pena o ingresso de Cuba no Grupo do Rio, que a partir de hoje conta com 19 sócios. O Grupo do Rio é um mecanismo de consultas políticas entre os países da América Latina e do Caribe, criado em 1986, no Rio de Janeiro. Funciona como um canal para a diplomacia presidencial entre os Estados integrantes.

Lula criticou o ex-presidente Fernando Henrique, sem mencionar seu nome. Afirmou que é "inusitado" o fato de Cuba ter sido admitida: "Porque os que presidiram nossos países antes de nós não tiveram coragem de colocá-la no Grupo do Rio."

O presidente brasileiro afirmou que os países da América Latina e do Caribe devem, neste momento de mudança de governo nos Estados Unidos, exigir de Barak Obama a realização de uma discussão para saber o tipo de política que adotará em relação à América Latina. "Nós não queremos mais uma ’’Aliança para o Progresso’’, como o Brasil teve nos anos 1960", declarou Lula. E acrescentou: "Os EUA tampouco podem olhar a América Latina como um grupo de países esquerdistas que recebem ordens de Cuba."

Lula insistiu em que a região não pode esperar que "um belo dia seja chamada para uma conversa com Obama." Este é o momento, segundo o presidente brasileiro, para os EUA levantarem o bloqueio econômico a Cuba e recomporem as relações políticas com a Venezuela.

Na avaliação de Lula, a região passou "séculos" sem que seus países construíssem algo em comum ou mesmo conversassem entre si. A partir de agora, disse, essa situação começa a mudar, de forma lenta, mas segura: "Éramos um continente de surdos; não nos enxergávamos."

Países latinos não podem ser
subservientes, diz presidente
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a América Latina e o Caribe não podem ser subservientes em relação aos Estados Unidos. Na avaliação dele, as relações com esse país e com a União Européia precisam ter "o máximo de independência possível, sem que, para isso, os países da região deixem de fazer negócios com essas potências, desde que em condições legítimas, justas e adequadas."

"É preciso ter boas relações com os Estados Unidos, mas a subserviência não ajuda ninguém a crescer. Não há hipótese de crescimento", afirmou o presidente. Lula relatou, como exemplo de desvantagem da subserviência, um episódio vivido por ele próprio na "cidadezinha francesa de Evian", em julho de 2003, durante a reunião do G-8, grupo de sete países mais ricos do mundo mais a Rússia.

Ele contou que, quando o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, entrava na sala de reuniões, todos os chefes de Estado se levantavam. Lula disse que, sentado ao lado do seu assessor para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, decidiu que não se levantaria e que, em seguida, Bush veio cumprimentá-lo. "Eu acho que o comportamento subserviente de muita gente, na política, faz com que não se seja devidamente tratado e respeitado", avaliou.

O presidente acrescentou que, quando o Brasil mobilizou países para a criação do G-20, na reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) realizada em Cancún (México), em 2003, vários governantes sofreram pressão para não comparecer ao encontro seguinte. "Sinto que essa consciência está mudando", comentou Lula.

Para ilustrar a mudança, Lula citou o exemplo da transformação do bicho-da-seda: "Não sei se todo mundo conhece o casulo que produz a seda. O bicho-da-seda fura um buraquinho, e de lá sai uma borboleta."

Até a ONU pede para o BC derrubar os juros
O Brasil precisa seguir a tendência mundial de cortes de taxas de juros para evitar que a recessão atinja o País. O alerta é de um dos principais economistas da ONU, Heiner Flassbeck, que foi ainda vice-ministro de Finanças da Alemanha nos anos 1990 e hoje é diretor do Departamento de Desenvolvimento Estratégico e Globalização nas Nações Unidas.

"O Brasil está na linha de tiro", afirmou o economista. "Ninguém ficará imune ao que está ocorrendo. Trata-se da primeira crise sincronizada, e isso é o que a faz tão perigosa. Investimentos vão cair, consumo vai cair e, portanto, pessoas vão perder seus empregos. O custo social da crise será grande e, então, quem mais sofrerá serão os países emergentes", disse. Para Flassbeck, o exemplo americano e britânico de amplos cortes de taxas de juros deve ser seguido pelo Brasil. "O que americanos e britânicos estão dizendo é claro: gastem dinheiro, tomem empréstimos, dêem empréstimos", disse.

"Não podemos ficar congelados por regras de estabilidade fiscal. Isso seria suicídio. Essa crise exige medidas radicais e não apenas ações pontuais em um setor ou em outro", alertou. Em sua avaliação, a alta taxa de juros no Brasil pode ser um fator que irá agravar a crise. "O Brasil precisa reduzir suas taxas de juros imediatamente. Não há como, diante da atual crise, manter a atual taxa no Brasil. O Banco Central precisa entender que não há um risco de inflação mundial pressionando a inflação brasileira nos próximos seis meses", afirmou. Chamando o Banco Central do Brasil de "ortodoxo", Flassbeck alerta que o pior remédio nesse momento da crise é a manutenção de altas taxas de juros. "Os investimentos vão cair, e empresários e a população precisam ver o custo de tomar dinheiro emprestado também cair", afirmou o economista.

"A recessão vai atingir a muita gente e o Brasil pode até se manter no lado positivo da tabela nas taxas de crescimento em 2009. Mas se essa taxa é de 1,5% ou 2%, estamos falando basicamente de uma estagnação para um país como o Brasil, que precisa tanto crescer e gerar renda", disse.
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Começa à meia-noite de hoje cobrança de pedágio - R$ 1,20 para veículos de passeio e o mesmo valor, por eixo, para caminhões - nas 13 praças localizadas nas saídas do trecho oeste do Rodoanel Metropolitano Mário Covas. Além de mexer com o bolso dos motoristas, a chegada do pedágio causa apreensão nos moradores de bairros vizinhos da pista, que temem a transformação de ruas e avenidas de trânsito local em rotas de fuga de veículos pesados, e nos empresários do setor de cargas. Eles prevêem desvios em massa das praças, principalmente de caminhoneiros autônomos, sobrecarregando a Marginal do Tietê e outras vias. Já a concessionária que administra o Trecho Oeste, a RodoAnel, argumenta que o valor de R$ 1,20 é "baixo demais" para justificar o desvio pelos bairros.Na região do Butantã, o temor é a volta do tráfego na área da Rua Alvarenga - eliminado dali pelo próprio Rodoanel, em 2002, quando o trecho oeste começou a operar. "Estamos muito preocupados, porque com o pedágio o Rodoanel deixa de ter a função que deveria, que é aliviar o tráfego dentro da cidade de São Paulo", diz Carlos Wang, presidente da Sociedade Amigos do Butantã. "Se o volume de caminhões aumentar por aqui, vamos tratar no ?pau?. Procuramos o Ministério Público e entraremos com ação civil pública", ameaça.Em Perus, zona norte, já existe uma rota alternativa utilizada por motoristas que vêm da Marginal do Tietê ou chegam do interior e escapam do pedágio de R$ 5,90 no km 26 da Via Anhangüera, cobrando nos dois sentidos. Hoje, ela passa pela Avenida Raimundo Pereira de Magalhães (estrada velha de Campinas) ou pelo próprio Rodoanel, despejando o tráfego nas vias do bairro rumo à estrada. As vias são apertadas e caminhões e carros disputam espaço com ônibus urbanos."O pedágio na saída do Rodoanel fará aumentar o tráfego pela Raimundo e por dentro do bairro, que hoje você já leva 40 minutos para atravessar nos horários de pico. Ganharemos de Natal um verdadeiro presente de grego", protesta o líder comunitário Cláudio Messias. "Na Avenida Silvio de Campos, todo dia a situação é triste, quando quebra caminhão. Somado a quem vai desviar do pedágio, será uma calamidade", reclama o funcionário público Sérgio Lopes de Oliveira, também morador do bairro. Em dez dias, a comunidade promete fazer um protesto no Rodoanel. "Pretendemos fechar os pedágios, se não nos ouvirem."A 3 km do Rodoanel, a Rua Joana Pedroso dos Santos, no bairro de Perus, com pouco menos de um quilômetro de extensão, virou rota alternativa para motoristas escapando do rodízio municipal. "E dá para cortar dois semáforos demorados por aqui", diz o motorista Vicente de Paulo, de 40 anos. A rua abriga a Escola Estadual Carlos Borba, cujos alunos agora têm de conviver com carretas passando por uma rua antes tranqüila. Mônica Regina Teixeira, diretora da escola, teve de adotar um programa de educação no trânsito para os alunos, depois de um atropelamento. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), por sua vez, diz que está em andamento um estudo para a colocação de um semáforo no local, que atualmente nem sinalizado está.EMPRESÁRIOS PROTESTAMO presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas (Setcesp), Francisco Pelúcio, diz que "há um descontentamento grande no setor". "A cobrança do pedágio vai tirar justamente o sentido do Rodoanel, que é incentivar o tráfego por ali e voltar a encher as Marginais", prevê. Segundo ele, grandes transportadoras já incluem o valor dos pedágios em fretes. Os principais prejudicados seriam os autônomos.Joel Gomes Filho, autônomo que trabalha na zona norte e aluga o caminhão para mudanças, concorda. "Prefiro enfrentar um trânsito um pouco maior do que pagar R$ 2,40 para ir e mais R$ 2,40 para voltar", diz ele, que tem um veículo de dois eixos. O motorista vai pagar a tarifa uma única vez, sempre que deixar o Rodoanel, não importando em que ponto tenha entrado na pista nem a distância que percorreu. O trecho oeste, o único já em operação do Rodoanel, interliga cinco rodovias - Anhangüera, Bandeirantes, Castelo Branco, Raposo Tavares e Régis Bittencourt - e tem 32 km de extensão.

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