SÃO PAULO - A desaceleração das economias emergentes e a recessão nos mercados desenvolvidos reduzirão o poder aquisitivo dos países e, consequentemente, forçarão uma redução dos investimentos produtivos. Com base nesse cenário, nem mesmo a alta do câmbio, que eleva a competitividade dos produtos industriais brasileiros, terá força suficiente para aumentar as exportações de manufaturados. No entanto, na opinião de analistas, o Brasil deve insistir na diversificação dos mercados para amenizar o prejuízo do setor.Para o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, a tendência para este ano é de queda significativa nas exportações de produtos industriais. "Pela lógica, o cenário é de queda. O problema ocorrerá porque a demanda pelos produtos vai cair muito fortemente. Mesmo o câmbio elevado, que amplia a competitividade dos produtos brasileiros, não será suficiente para mudar o quadro", informa o especialista.O representante acredita que o problema também está ligado ao mercado comprador. "Os maiores clientes do Brasil em produtos manufaturados são a América do Sul e a África. Como são regiões que têm como vocação a larga exportação de commodities, com a queda nos preços, esses mercados tendem a ter menor poder aquisitivo, tendo uma contração nas compras de itens industriais", acrescenta.Para o exportador brasileiro, segundo Castro, resta tentar amenizar o prejuízo com outros mercados, algo que, para ele, não será tarefa fácil. "O mundo vai entrar em recessão, uns diretamente [países desenvolvidos], e outros indiretamente [emergentes]", conclui.Em compensação, na opinião do especialista da Aduaneiras, Luiz Martins Garcia, o cenário deve ser analisado ainda com otimismo. "Espaço sempre haverá, o que precisamos é trabalhar melhor o exterior. O Brasil até hoje não é um vendedor, ele é apenas comprador. Ele está precisando aprender a vender. Precisamos deixar de nos acomodar", argumenta Garcia.No período de janeiro a outubro, as exportações de produtos industriais de alta tecnologia somaram US$ 43,4 bilhões, volume 14,6% superior ao do mesmo período do ano anterior. Entre os produtos dessa categoria que tiveram maior variação, estiveram os farmacêuticos, com crescimento de 35,6%, cravando a marca de US$ 1,2 bilhão e os produtos de aeronáutica e aeroespacial, que avançaram 23,3% chegando a US$ 4,6 bilhões. Já os produtos considerados de média tecnologia somaram US$ 33,6 bilhões, avançando 27,6%, com destaque para o crescimento de 46,6% dos derivados de petróleo refinados, somando US$ 8,5 bilhões até outubro do ano passado.Para os itens de baixa tecnologia, o montante chegou a US$ 44 bilhões, com crescimento de 21,9%. Alimentos, bebidas e tabaco tiveram o maior aumento, crescendo 31,6% e ficando em US$ 30,1 bilhões.ImportaçõesSegundo o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais (Abimei), Thomas Lee, o faturamento dos importadores de seu setor em 2008 estava estimado em US$ 2,6 bilhões; agora, depois do impacto da crise, o volume deve chegar a US$ 2,4 bilhões. A queda leva em conta principalmente a baixa atividade do último trimestre do ano. "Em 2009 a quantia será abaixo de US$ 2 bilhões. Como estimamos uma queda de 30%, podemos chegar a US$ 1,8 bilhão. O mercado está muito instável, não dá para fazer cálculo", argumenta.Conforme Lee, os setores de bens de capital que serão mais afetados, no que se refere à importação, serão os de preços mais acessíveis. "Nós acreditamos que vai cair mais o comércio de máquinas baratas e menos o de alta tecnologia. Porque como o investimento não será para aumento da produção, mas para diminuição de custo e aumento de produtividade, então ele vai ser direcionado a máquinas de alta tecnologia em 2009", analisa. Esse tipo de produto geralmente é importado de países como Alemanha e Japão, enquanto os mais baratos são oriundos da China.De janeiro a outubro, as importações de produtos industriais de alta tecnologia cresceram 49,4% ficando em US$ 87,7 bilhões. Entre os produtos que figuram com maior aumento, aparecem os equipamentos para ferrovia, com avanço de 96,8%, e veículos, com alta de 63,2%.Os itens de tecnologia ficaram com US$ 25,1 bilhões, crescendo 58,2%, e os de baixa tecnologia avançaram 39,8%, somando US$ 9,3 bilhões. Dentro dessa categoria lideram os derivados de petróleo, que tiveram aumento de 90,6% na compra pelo Brasil.
O ano de 2008 não vai deixar saudades, principalmente para quem tinha suas economias investidas na Bovespa. A Bolsa termina 2008 registrando o pior desempenho desde 1994 - último dado fornecido pela BM&FBovespa.
SÃO PAULO - A Ford Motor Company do Brasil Ltda convocou, em 23 de dezembro, os proprietários dos veículos Fiesta Hatch e Sedan ano 2008 a comparecerem a um distribuidor da marca para agendar a substituição da travessa inferior da suspensão dianteira. No comunicado, a empresa informa ter constatado a possibilidade de ocorrerem danos estruturais nos braços inferiores da suspensão dianteira com risco de perda do controle direcional, podendo causar acidentes. A Ford disponibiliza o 0800.703. 3673 para os consumidores que optem por agendar a substituição do componente ou através de um Distribuidor Ford de sua preferência.
SÃO PAULO - O setor de automação industrial e de modernização de equipamento, os chamados retrofits, não sentiu tanto os impactos da crise financeira mundial, que afetou diretamente outros setores da indústria. Desde setembro, as empresas que atuam nesse mercado têm registrado um movimento dentro das expectativas. A razão é que o momento em que crise começou coincidiu com a época em que as empresas, pelo menos no Brasil, estão em redução do ritmo de produção.Com isso, o setor de automação mantém a previsão de crescimento. Segundo números da ISA América do Sul, sociedade sem fins lucrativos que dá suporte ao setor de automação industrial, no Brasil, a expectativa de aumento das vendas está entre 10% e 15% em relação a 2007, quando o faturamento das empresas alcançou US$ 1,5 bilhão. Porém, em 2009 é possível que ocorra uma retração com a postergação de novos investimentos, até meados do ano.Para o vice-presidente da entidade, Marcus Coester, se essa crise chegasse três meses antes a economia passaria pelo que classificou de "um verdadeiro desastre", pois nesse período há o pico de atividade no ano, em função do inicio da produção para o segundo semestre para atender a demanda de datas festivas, como o dia das crianças e o Natal."Essa crise pode até mostrar seus efeitos positivos para a automação industrial", afirmou Coester. "A indústria nacional estava com a sua capacidade esgotada há tempos, não havia mais equipamentos no mercado. O que víamos era fila de espera que poderia chegar a dois anos", exemplificou o vice-presidente da entidade.Outro fator apontado por Coester é a falta de profissionais no mercado. Ele aposta que após a crise a disponibilidade de mão de obra e de equipamentos chegue a um equilíbrio mais saudável para a economia. Entre os aspectos, ele cita o preço inflacionado do aço, durante o ano de 2008."Contudo, em função desses fatores, acho que ainda é cedo para avaliar o impacto da conjuntura econômica no ano que vem", disse Coester. "O ponto da crise aconteceu há pouco e o ciclo de investimento em retrofits é longo, por isso é difícil associar. São projetos demorados", ponderou ele.ProdutividadePara a alemã Siemens, há o registro de muitas empresas investindo em processo de modernização, principalmente aquelas que anunciaram paradas de produção, como no setor de mineração.Segundo o diretor geral do Setor Indústria da Siemens, Raul Freitas, o objetivo é o de atualizar o maquinário que está parado, e desse modo, aproveitar a oportunidade para melhorar a competitividade e a produtividade nessas plantas."Essas empresas querem estar bem posicionadas assim que a economia reaquecer e houver a retomada da demanda", explicou Freitas, sem revelar quais são as empresas. A afirmação vem ao encontro do que o presidente da Vale, Roger Agnelli, disse em outra oportunidade, que a mineradora trabalhava acima de sua capacidade para poder atender ao mercado, principalmente, a China.Na SEW, outra gigante do setor, a percepção quanto ao aumento de pedidos de retrofit se confirma. Segundo o supervisor Luiz Carlos Guvasta, a empresa está aproveitando o período de férias coletivas de uma empresa automobilística para implantar novo sistema em uma fábrica localizada na região do Grande ABC, em São Paulo, que aumentará a produção diária de 52 para 60 veículos por hora.Outro exemplo citado por ele é uma empresa no Vale do Paraíba, de outro setor, que também aproveitou o período para implantar novos sistemas.Com tudo isso, diz a assessoria de imprensa, a SEW, mesmo com a crise financeira, mantém o ritmo de trabalho, tanto que no Brasil não haverá férias coletivas e a meta definida para 2008 será alcançada. A empresa criou até um terceiro turno para atender a demanda pelos produtos.Por outro lado, o gerente de desenvolvimento de negócios de automação da Asea Brown Bovery (ABB), Andres Sancho diz que a empresa não sentiu essa alteração nos negócios. Essa também foi a percepção da Weg. Segundo o presidente da empresa, Harry Schmelzer Jr., não foi notado nenhum movimento que indicasse mais consultas para a realização desse trabalho nos clientes da empresa brasileira.PlanejamentoDesenvolver um plano de modernização depende de um planejamento que leva, dependendo da necessidade da empresa, de três a seis meses. Sancho, da ABB, explica que há dois cenários em que o cliente procura esse "produto".Um deles é quando a empresa busca aumento de produção. Nesse cenário já existe a base para o projeto, que pode se tornar mais rápido pois envolve troca de sistema, geralmente com motores mais potentes, tudo para aumentar a velocidade de operação.O segundo caso é quando os equipamentos da planta já estão obsoletos e precisam ser atualizados. Em média, o final desse ciclo de vida útil acontece a cada 10 ou 15 anos, de acordo com o tipo de indústria e do produto que é fabricado.Segundo Sancho, um retrofit não pode ser implantado em um período de férias coletivas. "Essa atividade é quase um projeto novo. Nessa época, as empresas buscam equipamentos extras para não ocorrerem paradas inesperadas", explicou ele.
A Transpetro, subsidiária da Petrobras, iniciará em janeiro de 2009 as obras de implantação de Terminal Portuário em Barra do Riacho, município de Aracruz, no Norte do Estado. Com a licença de instalação emitida pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), o empreendimento custará cerca de R$ 500 milhões e será responsável pela geração de até 1,3 mil empregos.O projeto, que faz parte do Plano de Antecipação da Produção de Gás do Governo Federal (Plangás), inclui dois dutos que atravessarão os municípios de Linhares e Aracruz para escoar GLP (gás de cozinha) e C5+ (insumo utilizado em petroquímicas e/ou na composição da gasolina, também conhecido como gasolina natural), do Pólo de Cacimbas (UTGC), em Linhares, até o Terminal, em Barra do Riacho. O empreendimento contará com três tanques refrigerados, com capacidade para armazenar 20 mil toneladas de GLP, e três esferas pressurizadas, com capacidade de 4,8 mil toneladas. Outros três tanques serão construídos para armazenar a gasolina natural (C5+). Também faz parte do investimento a construção de um píer para a atracação de navios com capacidade para transportar até 60 mil toneladas de GLP ou gasolina natural. O Terminal terá capacidade para produzir mil toneladas/dia de GLP e três mil metros cúbicos/dia de gasolina natural. Com relação ao GLP serão 300 toneladas para o abastecimento do mercado capixaba e 700 toneladas voltadas para o mercado brasileiro e internacional. A previsão é de que as obras sejam concluídas no final de 2009.O secretário de Desenvolvimento, Guilherme Dias, lembrou que esse investimento é um dos cinco projetos indicados no protocolo assinado em 2007 entre o Governo do Estado e a Petrobras. Em outubro deste ano, um contrato foi assinado para a cessão da área de 337,6 mil metros quadrados à Petrobras pela Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa)."Esse projeto é um desdobramento importante dos investimentos em gás natural no Estado. Há ainda o papel de desenvolver outras atividades em Barra do Riacho, hoje focado apenas na área de celulose", ressaltou o secretário.A previsão é de que a médio/longo prazo, além do GLP e do C5+, o terminal realize toda a movimentação de derivados de petróleo no Espírito Santo, que hoje acontece pelo Porto de Tubarão. "É a desconcentração das atividades, uma das metas do Governo do Estado", disse Dias.