O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) fez uma pesquisa para verificar como as empresas de planos de saúde tratam quem tem mais de 60 anos. O desrespeito fez o instituto denunciar todas as instituições pesquisadas à Agência Nacional de Saúde (ANS).
A pesquisa avaliou 16 operadoras de planos de saúde. Constatou que seis delas recusam clientes conforme a idade. Cinco só aceitam os mais velhos depois de um exame de triagem. Para o Idec, regras assim obrigam o idoso a continuar nos planos antigos, que têm cobertura menor.
O problema também aparece nos valores cobrados dos mais velhos. Segundo o Idec, o plano de saúde dos mais velhos custa, em média, 80% do salário mínimo - que é a renda de boa parte dos idosos.
Além disso, cinco empresas reajustam os valores acima do que é permitido por lei - e olha que, para os contratos assinados entre 1999 e 2004, a agência nacional de saúde já autoriza 500% de aumento entre a primeira e a última faixa etária.
Cirurgia
A aposentada Maria de Lourdes Manfredi, que se recupera de uma cirurgia no joelho, ganha cerca de R$ 400, e gasta R$ 210 com o convênio. “É caro, sobra R$ 190 só para remédio. Se não for a ajuda dos filhos, não dá”, diz a aposentada.
Dona Maria se recupera de uma cirurgia no joelho. O problema foi tratado durante anos pelo plano de saúde, como conta sua filha Miriam Diniz. “Tratamentos paliativos, foi piorando, piorando”, conta ela.
Miriam decidiu levar a mãe a um médico particular, e só aí conseguiu que dona Maria fosse operada. “Ele viu que o caso não tinha solução, precisava de cirurgia. Ele fez uma carta para o convênio, aí conseguimos que revissem a situação dela”, lembra a filha.
Fiscalização
Segundo a advogada do Idec, Daniela Trettel, falta fiscalização da Agência Nacional de Saúde (ANS) em relação aos planos de saúde dos idosos.
Por meio de nota, a ANS informou que o reajuste de 500% para quem tem até 59 anos está dentro da lei em muitos casos. Quem tem dúvidas ou reclamações pode ligar para a ANS. O telefone é 0800 701 9656.
Fonte: G1