Quinta, 30 Janeiro 2025
BRASÍLIA – O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) deve abrir processo disciplinar esta semana para analisar as acusações contra o presidente afastado do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), Frederico Guilherme Pimentel, dois outros desembargadores, um juiz e a diretora de distribuição do TJES, Bárbara Sarcinelli, acusados de crimes contra a administração pública e de vender sentenças. Relatório sobre a atuação do grupo, desmantelado pela Operação Naufrágio, foi enviado ao conselho pela ministra Laurita Vaz, relatora do inquérito no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Pimentel deverá receber nova intimação para depor, tão logo receba alta do Incor, em Brasília, onde está internado desde a semana passada. Preso na operação, ele sofreu princípio de infarto algumas horas após a primeira tentativa de depoimento, que seria tomado pela delegada federal Paula Santos Fontanelli, a quem a ministra delegou a missão. Pimentel alegou prerrogativa de função para não ser ouvido por uma delegada e horas depois passou mal.

Na última quarta-feira, após medicado no Hospital de Base de Brasília, ele foi internado no Incor, de onde deve sair hoje. O novo depoimento deverá ser tomado por Laurita Vaz, relatora do inquérito.

Caberá à Corregedoria Nacional de Justiça, órgão do CNJ comandado pelo ministro Gilson Dipp, analisar os supostos desvios atribuídos aos magistrados e aplicar punições disciplinares, que incluem a perda da cargo, sem prejuízo das sanções penais a que estão sujeitos na Justiça Federal. O conselho tem reunião amanhã e o assunto deve entrar em pauta.

Realizada na última terça-feira, a operação prendeu também dois advogados, acusados de integrar o esquema, e um procurador de Justiça, em cuja casa foi encontrado um pequeno arsenal ilegal.

Ontem, a PF divulgou imagens da operação, incluindo as do enorme cofre e da robusta pilha de dinheiro achados na casa do desembargador Elpídio Duque, contada com uma máquina digital cedida pelo Banco do Brasil.

Também foram divulgadas as fotos das armas, de diversos calibres, encontradas na residência do procurador de justiça Elezier Siqueira de Souza. Todas elas são de uso restrito das Forças Armadas e órgãos policiais. Os sete presos foram soltos na sexta-feira por alvará da própria Laurita Vaz.

Fonte: Jornal do Commercio - 15 DEZ 08

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