RIO – Outra pesquisa, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), faz um diagnóstico da situação da população brasileira. O primeiro Mapa de Pobreza e Desigualdade elaborado pelo IBGE mostrou que o País tinha 61,4 milhões de brasileiros – 36,5% da população – vivendo na pobreza em 2003. O estudo é a primeira tentativa do instituto, em parceria com o Banco Mundial, de criar uma metodologia capaz de levar em consideração as características socioeconômicas regionais para definir a pobreza.

O trabalho condensa dados do Censo de 2000 e da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) de 2003. Utilizando pela primeira vez informações do consumo per capita, o estudo aponta que 32,6% dos 5.507 municípios brasileiros tinham mais da metade de seus habitantes abaixo da linha de pobreza. Neste grupo, 76,8% eram cidades nordestinas.

O Estado do Tocantins abrigava os três municípios do País com a maior incidência de pobres na população. Campos Lindos, Muricilândia e Mateiros apresentavam, respectivamente, proporção de 84%, 81,8% e 81,5% de pobres entre seus habitantes. Pernambuco tinha três municípios entre os dez mais pobres: Araçoiaba (5ª colocada, com 81% de pobres), Carnaubeira da Penha (6ª, com 80,8%), e Santa Cruz (8ª, com 79,5%). No extremo oposto, Santos, no litoral paulista, figurava como a cidade brasileira com menor proporção de desvalidos: 4,5%.

O estudo apurou, ainda, que a incidência da pobreza era maior nos municípios com 20 mil a 50 mil habitantes. Neste grupo, 39,6% tinham mais de 50% da população formada por pobres. Por outro lado, nenhum dos centros urbanos com mais de 1 milhão de pessoas têm mais da metade da população nestas condições.

Na avaliação por região do País, o município com a maior incidência de pobres no Centro-Oeste era Simolândia (GO), com proporção de 81,5%. No Nordeste, Araçoiaba (PE) era líder, com 81% e ,no Sul, Paranapoema (PR), com 55,7%. Japeri (RJ) teve o pior desempenho do Sudeste, com 76,4%.

Fonte: Jornal do Commercio - 19 DEZ 08